Os Alpes, parte 3 – Zermatt, Suiça

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A terceira parte da série de matérias especiais sobre os Alpes é sobre Zermatt na Suiça. Acompanhe o texto de Eduardo Prestes.

Zermatt é uma tradicional vila alpina, localizada no centro-sul da Suíça, num vale cercado por montanhas, junto da fronteira com a Itália. Logo acima de Zermatt, dominando a paisagem, está o Matterhorn, uma das mais belas e singulares montanhas do mundo, com sua inconfundível silhueta piramidal. Se fosse determinado um "marco zero" para os Alpes, um ponto central de referência, certamente este ponto seria o Matterhorn. Mesmo sendo considerado um dos símbolos nacionais da Suíça, metade da montanha corresponde a território italiano, com a linha de fronteira passando justo no cume. Para os italianos, a montanha tem o nome de Cervino. Nossa terceira matéria sobre os Alpes tem como tema a cidade Zermatt, com um inevitável destaque para o Matterhorn. É impossível ir a Zermatt e não se espantar com esta montanha. É quase um reencontro, uma vez que todos nós, em algum momento da vida, já perdemos alguns segundos apreciando uma foto do Matterhorn, seja em uma enciclopédia ou em alguma embalagem de chocolate. Sendo montanhista ou não, ao enxergá-lo, você será inevitavelmente levado a imaginar como seria alcançar o seu cume. Esta, no entanto, continua sendo uma tarefa para poucos. Por sua verticalidade, o Matterhorn requer respeito, empenho e técnica para ser visitado. Além do Matterhorn, a região possui outras montanhas de interesse, como o maciço do Monte Rosa, onde está o cume mais alto da Suíça, o Dufourspitze, com 4634 m. Vale ressaltar que 14 das 17 montanhas mais altas do que 4300 metros nos Alpes estão na região de Zermatt. Pela altitude, é possível esquiar o ano todo em Zermatt, inclusive no verão, nas encostas do Klein Matterhorn (Pequeno Matterhorn) ou do Monte Rosa. Além das montanhas, há trilhas e estradas interessantes a percorrer, a pé ou em bicicletas. Para quem deseja conhecer o essencial nos Alpes, Zermatt seria uma das paradas obrigatórias.
 
A cidade de Zermatt
 
Zermatt conta com cerca de 5800 habitantes fixos, aos quais soma-se uma significativa população visitante. Desde a metade do século XIX, o turismo tem sido a principal atividade no Vale Matter. Zermatt está localizada a 136 km ao sul de Berna, 115 km ao sul de Interlaken e a 240 km a leste de Genebra. Todo o vale é uma zona especial de proteção alpina, com acesso restrito para veículos. Não é possível chegar em carro a Zermatt. Os automóveis particulares normalmente estacionam na estação ferroviária de Täsch, a 6 km de Zermatt, onde há um grande edifício-garagem. Dali, partem trens a cada 20 minutos, em média, para Zermatt. Na alta temporada, tanto no verão como no inverno, o estacionamento em Täsch pode ficar lotado. Neste caso, as opções são as cidades de Visp (37 km) e Brig (46 km), de onde também é possível seguir de trem para Zermatt. A cidade é o destino final (ou inicial) do famoso Glaciar Express, uma linha ferroviária turística entre Zermatt e Saint Moritz, que oferece um serviço diferenciado e belas paisagens ao longo do percurso de 7 horas.
 
A área urbana de Zermatt ocupa uma área limitada e quase tudo pode ser alcançado com uma curta caminhada. Ainda assim, existe um sistema de pequenas vans elétricas, usadas como táxi. Para pessoas com dificuldade de locomoção ou carregando malas pesadas, é uma boa alternativa. A cidade se estende ao longo do Rio Matter Vispa, em poucas ruas. Junto ao rio, praticamente de qualquer ponto, é possível apreciar o Matterhorn, com uma vista desimpedida.  
Sendo um destino turístico tradicional, Zermatt oferece uma infraestrutura completa e de qualidade,  com excelentes hotéis e restaurantes. O comércio é variado e as maiores marcas europeias ligadas ao montanhismo têm seus produtos vendidos na cidade. Um passeio pelas diversas lojas, na rua principal, é bastante instrutivo. Durante a alta temporada, especialmente no inverno europeu, Zermatt é um destino concorrido e caro. A vida noturna é agitada, com bares, pubs e boates. Nas temporadas de verão, o auge da programação acontece no início de setembro, quando a cidade recebe um festival de música clássica, com mostra de filmes e exposições de artes visuais.  
 
Fora das temporadas mais disputadas, no entanto, é possível vivenciar a calma típica dos vilarejos alpinos. Um núcleo preservado de cabanas medievais dá uma boa ideia de como era o povoado há 400 anos, com pequenas e rústicas construções em madeira, um grande contraste com as facilidades modernas. 
 
Também o alpinismo tem tradição em Zermatt. São mais de 200 anos de explorações geográficas e atividades esportivas nas montanhas da região. O Museu Alpino é uma visita obrigatória para turistas e montanhistas. Ali estão uma série de objetos, fotos, filmes e maquetes que contam a história do alpinismo e do Matterhorn. Já o cemitério, localizado junto da igreja no centro da cidade, registra outra parte da história, um tanto dramática. Uma boa parte dos túmulos é de escaladores, que faleceram nas montanhas de Zermatt. Somente o Matterhorn registra mais de 500 mortes; a lista sobe para mais de 2000 mortes, se consideradas outras montanhas na região. Os túmulos antigos, decorados com esculturas e epitáfios tocantes, no silêncio do campo santo, conduzem facilmente a uma reflexão sobre o empenho humano e o sentido de enfrentar perigos tão evidentes por um sonho. Passeando entre os túmulos, acabei localizando um brasileiro, Victor de Beauclair, morto aos 55 anos no Matterhorn, em 1929. Ele faleceu junto com a alemã Irmgard Schiess, com 26 anos na época. O Matterhorn os uniu para sempre no cemitério de Zermatt.
 
Teleféricos e trens
 
O modo mais fácil (e caro) de explorar as encostas em torno de Zermatt é com as linhas de teleféricos e trens. São 3 destinos principais, além da linha ferroviária que dá acesso ao vale. Para leste, está o teleférico que leva ao Rothorn Paradise, a 3103 m. Para sudeste está a cremalheira que leva ao Gornergrat, a 3089 m. E para o sul está a linha de teleféricos que leva ao Klein Matterhorn (pequeno Matterhorn), a 3883 m.
 
Para o Mount Rothorn (ou Unterrothorn), o primeiro estágio é um trem funicular (em plano inclinado), inteiramente por túnel, até a estação Sunnegga, a 2288 m. Ali existe um restaurante, com terraços e belas vistas do Matterhorn e de Zermatt. Dali, a subida segue por teleférico até a parada intermediária de Blauherd, de onde continua até o cume arredondado do Rothorn. O principal atrativo deste roteiro é a paisagem, com vistas privilegiadas das montanhas e do Vale Matter. Pela topografia do vale, é comum o tempo estar aberto em Rothorn, enquanto Zermatt permanece coberta por nuvens.  No inverno, as encostas são frequentadas pelos esquiadores. No verão, a neve diminui e surgem inúmeras trilhas. Um passeio curto seria até o cume do Oberrothorn (3414 m), que oferece novos ângulos da paisagem e uma vista próxima dos principais picos desta área. Outra possibilidade é visitar o abrigo Fluhalp, onde é possível comer ou pernoitar. No retorno, uma alternativa interessante seria dispensar os teleféricos, optando pelas trilhas que descem a montanha, passando por Blauherd e Sunnegga, até Zermatt (este último trecho em meio a um bosque). No inverno, a partir de Blauherd, há um teleférico que vai a Gant e dali para o Hohtälli, já na área do Gornergrat.
 
Um segundo destino tradicional é a cremalheira (trem com engrenagens) de Zermatt até Gornergrat, no mais alto tronco ferroviário a céu aberto na Europa, construído ainda no século XIX, em 1896. No percurso de 30 minutos, o trem passa por Riffelalp e Riffelberg, dois tradicionais hotéis alpinos, com algumas construções em volta. Mais acima, está a estação de Rotenboden e, ao final da linha, Gornergrat. Inicialmente, havia no local um rústico hotel de montanha, o Belvedere. Após a construção da ferrovia, com o incremento no número de visitantes, o antigo abrigo foi substituído por um prédio imponente, o Kulmhotel Gornergrat, inaugurado em 1907. A estrutura inclui um hotel, restaurantes, lojas e um observatório astronômico. Dos terraços de Gornergrat, além de uma visão privilegiada do Matterhorn, pode-se avistar 29 dos 35 picos mais altos da Suiça. Ainda é possível subir mais além, por teleférico, até o Hohtälli (3286 m) e o Stockhorn (3632 m). Estes trechos, no entanto, não costumam operar no verão. Para os interessados, há uma trilha bem marcada ao longo da crista entre Gornergrat e o Hohtälli. Da estação Rotenboden, tem início uma interessante trilha técnica, que permite alcançar Gornergrat e também o abrigo do Monte Rosa, um tanto mais acima (há uma bifurcação em determinado ponto). Para o abrigo, localizado a 2883 m, serão cerca de 4h de caminhada técnica, subindo escadas, assegurando em cabos de aço e atravessando o Glaciar Gorner. O abrigo existe desde 1894, mas a estrutura foi sendo modificada ao longo dos anos. Em 2009, foi inaugurado um novo prédio, com um projeto futurista, em metal por fora (com muitos painéis solares) e madeira por dentro. Do abrigo, é possível alcançar alguns dos cumes mais altos de Zermatt, no maciço do Monte Rosa, em investidas de um dia.      
  
O terceiro percurso em teleférico vai até o Klein Matterhorn, onde há uma ampla estrutura escavada na rocha, usada principalmente por esquiadores. A elevada altitude permite esquiar mesmo no verão, numa zona de "neves eternas". O passeio começa em Zermatt, de onde sobe-se até o distrito de Furi (1864 m). Dali, é possível seguir para o Schwarzee Paradise (2583 m) ou em direção ao Klein Matterhorn. 
 
Schwarzsee é um pequeno lago alpino, junto ao qual há um tradicional hotel / restaurante e uma capela. O local é acessível por teleférico ou por caminhada. Neste último caso, a opção seria partir de Zermatt, passando pela vila medieval de Zmutt e Stafelalp (há um restaurante), num tempo total de cerca de 3 horas. Também é possível caminhar a partir da estação de Furi.  
De Furi, no teleférico em direção ao Klein Matterhorn, a próxima estação é Trockener Steg (2939 m). Há amplos terraços, restaurantes e trilhas partindo desta estação. Trockener Steg é um entroncamento do sistema de cabos aéreos, permitindo seguir em 3 direções diferentes, além de Zermatt e do Klein Matterhorn. Para baixo, há um ramal que vai até Schwarzsee Paradise. Subindo, há uma linha até Furggsattel (3365 m), uma estação para esquiadores, na crista que marca a fronteira entre Suíça e Itália. Outro cabo sobe em dois estágios, ultrapassando o Glaciar Theodul, até Testa Grigia (3480 m), no chamado Plateau Rosa, já em território italiano. Dali, é possível descer por teleférico (em 3 estágios) até a cidade de Breuil-Cervinia (2050 m), uma das mais tradicionais vilas alpinas da Itália. É um passeio maravilhoso, apenas é preciso pesquisar bem os horários de funcionamento (uma sugestão seria pernoitar na Itália) e se todos os cabos aéreos estarão operando (há épocas em que alguns trechos fecham para manutenção).  
 
O Klein Matterhorn é um pico rochoso, que se projeta acima do platô nevado localizado na crista de fronteira entre Suíça e Itália. O teleférico deixa os passageiros em um dos lados deste pico, que seguem por túneis subterrâneos até o outro lado, onde iniciam as pistas de esqui. Neste percurso, muitas pessoas não percebem o elevador que conduz ao topo rochoso do Klein Matterhorn e que vale uma checada. Em dias claros, é possível avistar do mirante mais de 40 cumes acima de 4000 metros, inclusive o Mont Blanc, a 68 km de distância. Como o Matterhorn é o cume vizinho, pode ser observado e fotografado em detalhes.
 
Para os brasileiros que pretendem esquiar no verão europeu, Klein Matterhorn é o lugar ! A neve está sempre lá e a pista principal é uma longa avenida de uns 6 km montanha abaixo, ideal para quem não possui muita intimidade com o esporte. Obviamente, existem pistas mais exigentes, para esquiadores com maior quilometragem, seja na Suíça ou na Itália. Como o Klein Matterhorn é a mais alta estação de teleférico da Europa, o mal de altitude é uma ocorrência frequente em visitantes. Também é providencial levar casacos adicionais, uma vez que a temperatura na estação chega a ser de 15 a 20 graus menor do que a temperatura na área urbana de Zermatt. 
 
Quem está com um orçamento folgado pode considerar ainda a oferta de voos panorâmicos de helicópteros em Zermatt. Logicamente, é um serviço caro, um pouco "clichê", mas a paisagem espetacular pode justificar o investimento, em uma balança de "custo-benefício". 
 
O Matterhorn – Primeira ascensão
 
É impossível falar de Zermatt sem dedicar especial atenção ao personagem principal deste cenário: o Matterhorn. Esta pirâmide de 4478 m, localizada na fronteira, tem o nome de Cervino para os italianos. Desde sempre, atraídos por sua forma única, homens sonharam em alcançar seu cume. Sua conquista foi um daqueles enredos dignos de filme, cheios de coincidências, júbilo, coragem e tragédia. O inglês Edward Whymper (1840-1911) foi o grande sonhador por trás da primeira ascensão da montanha. Depois de algumas expedições exploratórias em 1860, Whymper faz sérias tentativas de ascensão nos 4 anos seguintes, sempre a partir da Itália. Sem ter obtido sucesso, mas conhecendo melhor os caminhos da montanha, em 1865 o inglês decide mudar de estratégia, com uma tentativa na crista nordeste, numa rota a partir de Zermatt. Essa mudança não foi bem recebida por seus antigos companheiros italianos, que pretendiam reivindicar esta glória para o seu país. O resultado disso foi uma corrida pelo cume, com uma equipe (liderada por Whymper) tentando uma rota suíça e outra equipe (liderada pelo italiano Jean Antonie Carrel) buscando um caminho a partir da vila de Breuil. Whympher e seus 6 companheiros atingem o cume do Matterhorn em 14/07/1865, de onde enxergam a outra equipe já se aproximando do topo, pelo lado italiano. Foi a última grande montanha dos Alpes a ser conquistada. Durante uma hora, estes homens vivenciaram uma glória estupenda. Na descida, entretanto, uma queda vitimou 4 dos escaladores. Whymper e dois guias suíços (moradores de Zermatt) sobrevivem apenas porque a corda que os unia aos outros se rompeu. A tragédia ofuscou a alegria da conquista. Whymper enfrentou críticas severas e nunca mais realizou grandes escaladas nos Alpes. Carrel e seus parceiros ficaram inicialmente muito decepcionados em "perder" a primeira ascensão, optando por retornar para a vila de Breuil, depois de avistar a equipe de Whymper no cume. Lá, no entanto, foram convencidos por amigos a empreender uma nova investida, que resultou na segunda ascensão do Matterhorn-Cervino, apenas 3 dias após a conquista da equipe liderada por Whymper. Os italianos poderiam ter vencido esta "corrida", mas Carrel nunca considerou seriamente a possibilidade da rota suíça ser escalada em apenas 2 dias, e logo na primeira tentativa. Afinal, fazia 4 anos que eles tentavam desvendar a rota italiana ! Os italianos avançaram sem pressa e acabaram surpreendidos. 
 
A rivalidade entre Carrel e Whymper limitou-se ao Matterhorn. Eles voltaram a escalar juntos no Equador, onde atingiram o cume de montanhas como o Chimborazo e o Cotopaxi, entre outras. Whymper participou de várias expedições (Groelândia, América do Sul, Canadá), sempre conciliando estudos científicos com exploração geográfica. Nas Montanhas Rochosas Canadenses, ele mereceu a honra de ter uma montanha batizada em sua homenagem, o Mount Whymper (2844 m). Whymper faleceu aos 71 anos, após passar mal no retorno de uma escalada nos Alpes franceses, e está enterrado no cemitério de Chamonix. Já Carrel visitou incríveis 51 vezes o cume do Matterhorn, vindo a falecer no sopé desta montanha que tanto amou, em 1890 (aos 61 anos). Como homenagem, há uma cruz encravada na rocha no exato ponto em que Carrel faleceu de exaustão, após conseguir retirar seus clientes das paredes do Matterhorn, em meio a uma tormenta.      
 
Escalando o Matterhorn
 
Desde a primeira ascensão, o Matterhorn voltou a ser escalado incontáveis vezes. Todos os anos, centenas de escaladores atingem seu cume. Isso, no entanto, não significa que o Matterhorn seja uma ascensão fácil, muito pelo contrário. É uma montanha vertical, que exige uma abordagem técnica em qualquer uma de suas rotas. Por sua forma piramidal, o Matterhorn está claramente estruturado em 4 faces, que coincidem com os 4 pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Entre as faces, existem 4 cristas, em posição intermediária: nordeste, noroeste, sudoeste e sudeste. O Matterhorn já foi escalado praticamente de todas as formas e por todos os caminhos, mas o tempo consagrou 5 rotas principais de ascensão: as 4 cristas e a face norte. Isso acontece porque a rocha na montanha é muito fraturada, com lascas e blocos soltos, dificultando a colocação de proteções. Neste sentido, as cristas são mais fáceis de proteger do que as faces, e por isso são rotas preferenciais. Já a face norte oferece uma opção de progressão quase inteiramente por gelo, permitindo a proteção com técnicas alpinas (parafusos de gelo, abalakov, etc).      
 
A temporada típica para escalar o Matterhorn vai da metade de julho até a o final de agosto ou até a primeira neve de setembro. Para a escalada das cristas, as condições ideais acontecem quando a montanha está com um mínimo de gelo e neve. O tempo de ascensão varia conforme a rota, mas nas duas cristas mais frequentadas (nordeste a partir da Suiça, sudoeste a partir da Itália), espera-se que o cume seja feito em uma única investida entre 8 e 12 horas, a partir do abrigo mais alto. A necessidade de escalar com velocidade obriga que os escaladores estejam aptos a vencer escalões de quarto ou quinto grau brasileiros, mas com botas e precária proteção. Mesmo fáceis em termos técnicos, há longos trechos de crista a superar, expostos ao abismo das faces, sem proteção e sem cordas, onde um escorregão pode implicar em morte. Em caso de tormentas, as condições da rota deterioraram rapidamente, o que representa outro risco, acrescido ainda pela queda de raios, comuns no verão europeu. Com neve cobrindo a rocha e com nuvens bloqueando a visão, mesmo uma rota frequentada pode se tornar um desafio complicado. As quedas de rochas também são frequentes. O Matterhorn não é uma montanha para escaladores inexperientes, é preciso dispor de uma reserva física e técnica para minimizar os riscos e poder aproveitar a escalada em sua plenitude. 
 
A rota mais frequentada é a crista nordeste, conhecida como Hörnligrat. Na verdade, em dias favoráveis, é preciso encarar com bom humor o provável congestionamento, especialmente nos trechos mais técnicos, que criam "gargalos". A rota é classificada como AD (assez difficile), o que equivaleria a um nível intermediário (3 numa escala de 1 a 5). Ela inicia com uma caminhada, a partir de Schwaree Paradise, ou da estação de Trockner Steg, até o Hörnlihütte (3260 m), já na crista do Matterhorn (leva umas 2 horas). A partir dali, serão de 8h a 12 h de atividade, sempre pela crista nordeste. A saída normalmente é feita antes do amanhecer ou na madrugada, em torno das 3h30m. Isso significa que as primeiras cordadas, bem verticais e na face leste, serão feitas no escuro. Nos pontos mais críticos, existem cordas fixas disponíveis, mas um tanto surradas, cabendo a cada um julgar o risco-benefício de aproveitá-las. Já na parte alta da crista, está o Solvayhütte (4003 m), um pequeno abrigo para até 10 pessoas, a ser usado somente em emergências. É um ótimo local para descansar um pouco, nos balcões com vista panorâmica, antes de prosseguir na rota. A Hörnligrat possui cerca de 1700 metros de extensão. Acima do Solvayhütte, ainda existem quase 500 m de desnível até o cume. Considera-se que o horário ideal para chegar ao topo seria em torno das 10h da manhã, e se até às 12h isso não acontecer, o correto é abandonar a tentativa. O Matterhorn possui 2 cumes, um chamado de "suíço" (mais alto e cume verdadeiro da montanha) e outro chamado de "italiano" (ao sul).  
 
A segunda rota mais procurada é a crista sudoeste, conhecida como Liongrat (em alemão) ou Cresta del Leone (crista do leão, pelo formato de sua silhueta, que parece um leão deitado). É uma rota italiana, que inicia em Breuil-Cervinia. Equivale à rota da segunda ascensão da montanha, feita pela equipe liderada por Jean Antonie Carrel.  Tecnicamente, a Liongrat é um pouco mais exigente do que a Hörnligrat, mas como dispõe de um maior número de cordas fixas, talvez seja atualmente o acesso mais fácil ao cume do Matterhorn. Também é a rota com a melhor rocha na montanha, o que não significa que seja uma rocha boa ou sólida, apenas não é tão fraturada como nas demais cristas e faces. O primeiro trecho da rota leva de vila de Breuil-Cervinia até Refúgio Abruzzi (2h de caminhada) e daí, já escalando, até o abrigo Carrel, a 3853 m, um dos mais altos nos Alpes (cerca de 5h de atividades, mas bons escaladores podem reduzir bastante esse tempo). Neste trecho da rota, pouco acima do Refúgio Abruzzi, passa-se ao lado da cruz de Carrel, que marca o local de falecimento deste famoso guia alpino. Logo acima do Colle del Leone está o abrigo Carrel, com espaço para cerca de 40 escaladores. Dali a via segue pela crista, passando por um glaciar e um pico subsidiário, o Tyndall (4241 m). A crista de união entre o Tyndall e o Cervino é um dos trechos mais expostos da rota, após o qual é alcançada a parede final (a Testa Cervino), que conduz ao cume. Esta parede seria um desafio bastante técnico, caso não estivesse equipada com cordas e degraus fixos. Depois de umas 5 horas desde o abrigo Carrel, os escaladores chegam um tanto cansados neste setor, pressionados pelo tempo, e por isso quase todos aproveitam os apoios adicionais, entre eles uma famosa escada de cordas conhecida como Scala Jordan. O percurso de ida e volta ao cume, desde o abrigo Carrel, pode levar mais de 12h, então é importante sair cedo, de forma a evitar um bivaque não programado.  
 
A terceira rota mais frequentada no Matterhorn é a crista noroeste, conhecida como Zmuttgrat. É a crista mais longa da montanha, uma escalada classificada como D (difficile). Trata-se de uma rota para montanhistas experientes, com obstáculos importantes e constantes, numa área isolada e sem facilidades como abrigos próximos ou cordas fixas. O acesso é feito a partir do abrigo Hörnligrat (contornando a montanha) ou do abrigo Schönbiehl (no outro lado de um glaciar). Estas aproximações podem ser consideradas como parte da via, uma vez que exigem entre 7 e 10 horas de esforço, com um bivaque na base da Zmuttgrat. Outras 10 horas devem ser necessárias para vencer a crista noroeste, até o cume do Matterhorn. E ainda faltaria descer … Esta rota recebe poucas ascensões por ano. Uma investida ali depende de uma janela de tempo excelente, com pouca neve na crista. A descida pela rota é complicada e arriscada, sendo recomendado o retorno pela Hörnligrat, numa travessia da montanha. Mesmo com todas estas dificuldades, a primeira ascensão na Zmuttgrat é de 1879, um feito muito à frente do seu tempo.
 
A crista menos frequentada é a sudeste, conhecida como Furggengrat, sendo também a mais difícil. É classificada como TD (trés difficile, ou seja, muito difícil, o nível máximo da graduação alpina), com trechos negativos nas proximidades do cume. A primeira ascensão é de 1911, com poucas repetições desde então. A aproximação mais comum é feita a partir do abrigo Hörnligrat.
 
A face norte do Matterhorn é uma das 6 grandes "nordwand" dos Alpes, sendo um objetivo restrito a escaladores de elite. Há 3 ou 4 opções de rotas nesta face. A mais frequentada é também a primeira via nesta face, estabelecida pelos irmãos Schmid em 1931. As outras faces do Matterhorn (leste, oeste, sul) também possuem vias, todas classificadas com TD. Se nas cristas, o tempo previsto de escalada fica em torno de 8 a 12 horas, nas faces essa previsão sobe para 16 horas ou mais. De qualquer forma, as faces são um território pouco visitado no Matterhorn.
 
Para montanhistas amadores, as rotas mais viáveis seriam a Hornligrat ou a Liongrat. Se você tem alguma insegurança com suas habilidades alpinas, é recomendável buscar o apoio de guias locais ou reservar um tempo para um intensivo programa de treinamento. Uma preparação típica para escalar o Matterhorn inclui uma ascensão no Riffelhorn (2980 m, escalada em rocha), uma travessia do Breithorn (4165 m), uma escalada ao Pollux (4092 m) e uma visita ao Rimpfischhorn (4199 m, uma excursão de 2 dias). Os guias locais costumam exigir estas escaladas preparatórias antes de se dispor a acompanhar um cliente numa ascensão ao Matterhorn. 
 
Mesmo sendo apenas décima montanha mais alta da Suíça, o Matterhorn pode ser considerada a mais letal, com uma média de 12 mortes a cada ano. Apesar de sua beleza e da presença de muitos escaladores em suas rotas, é uma montanha a ser considerada com respeito e seriedade. Com o grande número de ascensões bem-sucedidas, todos os anos, é lógico especular que alguns brasileiros possivelmente tenham alcançado o cume do Matterhorn. Afinal, cerca de 3000 escaladores tentam o cume do Matterhorn a cada ano. Todavia, as únicas referências que localizei na internet são a escalada do grande Waldemar Niclevicz em 1990 (em solitário, pela Cresta del Leone) e o acidente fatal de Victor de Beauclair em 1929.
 
Outras montanhas em Zermatt
 
Naturalmente, há muitas montanhas interessantes em torno de Zermatt, além do Matterhorn. Afinal, são 38 montanhas acima de 4000 metros na região. Tentando destacar o fundamental, poderíamos dividir esta muralha de montanhas que cercam Zermatt em 3 setores diferentes.
 
A oeste, existe montanhas mais técnicas, com paredes verticais de rocha exposta e cumes reservados para escaladores experientes. Neste setor, poderíamos destacar em primeiro lugar o Dent Blanche (4357 m), outra pirâmide perfeita, com 4 faces e 4 cristas bem definidas. A via normal (em rocha sólida e classificada como AD) seria a crista sul, acessível a partir do Schönbielhütte (2.694 m). O Weisshorn (4506 m) é outra montanha notável, pronunciada, com paredes rochosas e cristas afiadas, considerada uma das mais bonitas dos Alpes. A via normal seria a crista leste, classificada como AD+. A escalada inícia no abrigo Weisshorn. Nesta área, a oeste de Zermatt, existe um circuito chamado de "Coroa Imperial", que consiste na escalada do Matterhorn, do Weisshorn, do Dent Blanche, do Zinalrothorn (4221 m) e do Ober Gabelhorn (4063 m).
 
Ao sul, há um conjunto de montanhas mais acessíveis, ideais para uma aclimatação com o ambiente e a altitude, antes de buscar objetivos mais exigentes. O Breithorn (4164 m) seria uma longa ascensão, se não fosse o teleférico que leva ao Klein Matterhorn. Dali, em pouco mais de 1h de caminhada na neve e no gelo, chega-se ao cume principal da montanha (são 5 cumes no total, todos acima de 4000 m). Os cumes gêmeos do Castor (4226 m) e do Pollux (4092 m) são também acessíveis a partir do Klein Matterhorn, em cerca de 2h de caminhada sobre neve e uns 45 minutos de escalaminhada na rocha e no gelo. Para quem busca um teste um pouco mais forte, a ascensão destas 2 montanhas pode ser feita a partir do abrigo Monte Rosa, mas aí seria uma investida entre 6h e 8h até o cume, mais a descida até o Klein Matterhorn. Apesar de fáceis em termos técnicos, vale ressaltar que a movimentação nestas montanhas é feita em terreno de altitude, com muita neve e exposição aos ventos e avalanches, não sendo incomum a ocorrência de acidentes fatais nesta área.
 
A leste está o Monte Rosa, um maciço com vários cumes, alguns acima de 4000 metros, entre os quais o Dufourspitze, o segundo mais alto dos Alpes, com 4634 metros (ponto culminante da Suíça). A parte alta deste maciço possui bastante neve, formando uma espécie de planalto, cercado por glaciares. Para atingir esta área nevada, a partir da qual se projetam os diferentes cumes rochosos, o abrigo mais usado é o Monte Rosa Hütte, acessível a partir de Gornergrat, em uma caminhada de cerca de 3h. O prédio é provavelmente o mais moderno abrigo nos Alpes, com uma arquitetura ousada e uso de painéis solares. O cume do Dufour está a cerca de 7 horas do abrigo, sendo uma expedição para um dia inteiro. Nas imediações, por ordem da altura, temos o Nordend (4609 m), o Zumstein (4563 m) e a Punta Gnifetti (4554 m). Exatamente neste último cume está localizado o abrigo mais alto dos Alpes (e também o mais surreal), a Capanna Regina Margherita, construída em 1893. Por sua posição extrema, a Capanna Regina (com 70 leitos) é considerada um objetivo em si, não sendo muito usada como campo-base para investidas no maciço do Monte Rosa. As noites ali costumam ser desconfortáveis, pela altitude e a exposição severa aos ventos. As pessoas vão à Capanna apenas para passar a noite, vivenciando uma experiência única. Da varanda externa do abrigo, pendurada sobre a vertiginosa parede leste, tem-se vistas espetaculares para a Itália e do platô superior do Monte Rosa. Vale registrar que a face italiana do maciço é provavelmente a mais alta parede dos Alpes, uma muralha com dimensões dignas do Himalaia, com mais de 2500 metros de altura a partir do Vale Anzasca e da vila de Macugnaga.
 
Para quem ainda não ficou satisfeito com as opções, é possível pesquisar algo no chamado grupo Mischabel, um pouco mais a norte do Monte Rosa. O mais alta montanha neste grupo é o Dom (4545 m, cujo nome correto seria Dom de Mischabel), um belo maciço com 3 cumes, sendo o central o mais alto. É a terceira montanha mais alta dos Alpes, desconsiderando os cumes subsidiários do Monte Rosa. A via normal do Dom é uma longa ascensão em rampas de gelo. Logo ao lado está o Täschhorn, um pouco mais baixo e técnico, com seções obrigatórias de escalada em rocha. São mais de 20 cumes neste setor, com 11 deles acima dos 4000 metros. Estas montanhas podem ser acessadas por Zermatt ou pela vila alpina de Saas Fee, também na Suíça. Há cerca de 10 abrigos nas encostas, sendo os mais frequentados o Täschütte (2701 m), o Domhütte (2940 m) e o Mischabelhütte (3329 m). 
 
Escalada esportiva e vias ferratas
 
Além das montanhas, Zermatt oferece algumas atividades complementares aos escaladores. Como era de se esperar em um legítimo centro alpino, há um bem equipado ginásio para prática de escalada esportiva, o Triftbach Halle. Próximo da estação de trens, existe algumas vias ferratas, mas de caráter recreativo, pois levam do nada a lugar algum. As vias são bastante aéreas e formam um circuito, oferecendo algumas vistas aéreas do centro da cidade, a partir dos contrafortes do Trifthorn, retornando ao ponto de saída. Mais interessantes são os percursos que atravessam a Garganta Gorner (ou Gornerschlucht), na direção de Furi e a 15 minutos de caminhada de Zermatt. É um pequeno cânion, com pouca mais de 1 km de extensão, que canaliza a água que desce violentamente dos glaciares mais acima. Há duas rotas distintas a percorrer. Na parte mais baixa, há um trajeto histórico, existente desde 1886, feito com passarelas de madeira. Mais recentemente, numa parte mais alta da garganta, foi implantada uma via ferrata, com passagens aéreas, pontes, pêndulos, e que exige cerca de 4 horas de atividades para ser completada, com o auxílio obrigatório de um guia local.
 
Em relação a vias esportivas, numa cidade encravada em um vale estreito, cercada por contrafortes e montanhas, as opções são praticamente infinitas. De qualquer forma, existe cerca de nove áreas consagradas para treinos esportivos, a maioria nas proximidades da vila de Furi. A área mais próxima de Zermatt chama-se Eschelbalmen (tem um setor com vias de alta dificuldade); a mais antiga chama-se Gornerflüe (com muitas vias moderadas); as vias esportivas mais altas estão na face sul do Riffelhorn (até 5 cordadas); as vias mais fáceis estão em Fluhalp; e boulder pode ser praticado próximo da estação Furi. Entre estas opções, quem pretende azeitar as juntas para escaladas maiores deveria tentar o Riffelhorn, um pequeno cume cercado por pasto, com cerca de 10 vias multicordadas, a poucos minutos de caminhada da estação Rotenboden, na linha férrea para Gornergrat. 
 
Caminhadas
 
Para os adeptos das caminhadas, Zermatt oferece uma paisagem espetacular, que recompensa o esforço. No vale existe mais de 400 km de trilhas. As opções mais óbvias são os percursos da cidade até os diferentes abrigos de montanha. Via de regra, são trilhas sinalizadas e frequentadas, com até 4 horas de duração. Agendando um pernoite no abrigo escolhido, a atividade torna-se bastante acessível, mesmo para quem não está acostumado a caminhar longas distâncias. Entre os 15 abrigos de montanha em torno de Zermatt, pode-se destacar os abrigos Weisshorn, Schönbiel, Hornligrat e Monte Rosa. Há também um percurso de altitude, que circunda todo o Vale Matter, passando pelos 15 abrigos. Todavia, é um roteiro que exige tempo, algo entre 6 e 9 dias, contando 8 horas diárias de caminhadas.
 
Quem realmente gosta de caminhar pode tentar três roteiros tradicionais e longos, a serem cumpridos em cerca de 9 dias. Um deles circunda o Matterhorn, passando pelas cidades de Zinal e Evolène, a caminho de Breuil Cervina, na Itália. Dali a rota sobe até o Passo Theodul, nas cercanias do Klein Matterhorn, de onde retorna a Zermatt. O Passo Theodul já foi uma passagem bastante frequentada entre a Itália e a Suíça, numa época em que havia uma menor quantidade de gelo nestas montanhas. Existia até mesmo uma fortificação no colo entre o Matterhorn e o Breithorn, para controle de fronteiras. 
 
O segundo roteiro é um pouco mais pesado e circunda o Monte Rosa, saindo de Zermatt, cruzando o Passo Theodul, seguindo até Breuil Cervina. Dali o percurso segue para leste, contornando o maciço do Monte Rosa. No caminho estão algumas vilas de grande tradição no montanhismo italiano, como Saint Jacques, Alagna e Macugnaga. Para fechar o circuito, é preciso cruzar a muralha de montanhas, o que é feito no Monte Monopass. A subida até lá pode ser feita caminhando ou por teleférico. Dali o percurso segue pelo Lago Mattmark, e em seguida para as cidades de Saas-Fee, Stalden e a volta para Zermatt. Neste trecho, é possível pegar um ônibus, caso os pés já estejam pedindo descanso. Outra opção seria subir de Alagna até o abrigo Regina Margherita, no cume da Punta Gnifetti, pernoitando ali, para depois descer para o abrigo Monte Rosa. Esse, no entanto, seria um caminho técnico e dependeria de uma janela de bom tempo, além de excelente forma física. A subida até o abrigo Regina Margherita costuma exigir uma noite em um abrigo intermediário (usualmente os refúgios Gnifetti ou Sella).
 
Um último percurso tradicional para expedicionários é a Haute Route, uma caminhada de 7 dias entre Zermatt e Chamonix. A rota surgiu como um roteiro de verão para o Clube Alpino Inglês, ainda em meados do século XIX. Em 1911 a rota foi vencida pela primeira vez no inverno, em esquis, por uma equipe francesa.  A rota possui 4 versões principais, mas há outras possibilidades. Normalmente, ela é feita no sentido Chamonix-Zermatt, sendo bastante frequentada.
 
Pedaladas
 
Mais uma vez, não podíamos deixar de comentar alguma coisa sobre as pedaladas possíveis na região. Obviamente, a primeira opção são as estradas da região. Chamonix está a 150 km de Zermatt, a oeste. Para a outra direção, a leste, está Andermatt, uma pedalada de 125 km. Nestas duas direções, os ciclistas vão encontrar muitos atrativos e belas paisagens.
 
Na área de Zermatt, dentro do Vale Matter, a especialidade é o mountain bike. Existe uma ampla rede de trilhas a percorrer, com destaque para 2 percursos. O primeiro vai para sudoeste, passando pela vila medieval de Zmutt, depois Staffel até chegar em Schwarasee Paradise, de onde a trilha volta a descer para Zermatt, passando por Furi. Um segundo percurso vai para Sunnega Parasdise, Gant, Grüensse, Riffelboden, Rotenboden e Gornergrat. É um passeio bom completo pela encosta a leste de Zermatt. Uma variante para Rothorn Paradise também é possível. Percorrendo estas duas trilhas, dá para ter um bom conhecimento das paisagens do Vale Matter e de Zermatt, com vistas privilegiadas de todas as montanhas no entorno, em dias claros.
 
Os ciclistas com espírito competitivo podem marcar seu tempo na descida entre Sunnega Paradise e Zermatt, onde há um serviço de cronometragem à disposição, com estatísticas e ranking. A ladeira é longa e exigente, sendo esta uma opção para aqueles que já têm uma bagagem no mountain bike.   
 
Encerrando
 
Zermatt oferece muitas possibilidades de atividades. Para realizar tudo o que foi sugerido aqui, seriam necessários alguns meses ou mesmo anos. Neste artigo, procuramos reunir uma lista de opções, para que os viajantes possam eventualmente identificar um ou outro interesse específico na região. Alguns montanhistas talvez venham a encontrar aqui um ponto de partida para estudar e sonhar com estas belas paisagens e montanhas. Para os interessados, há muito mais para descobrir em uma pesquisa específica ou mesmo em uma viagem a Zermatt. É possível aproveitar a região com um enfoque esportivo ou turístico, e também com qualquer tamanho de orçamento. Com vontade e boas informações, quase sempre dá-se um jeito para que as coisas aconteçam. Vale registrar que o camping selvagem é proibido, exceto em caso de emergência, acima dos 2500 metros, do anoitecer até o amanhecer. Ainda assim, para mochileiros econômicos, atuando com discrição, em áreas mais distantes e desmontando a barraca cedo pela manhã, não devem ocorrer problemas. 
 
Zermatt e o Matterhorn estão lá, à disposição. A beleza e a imponência da paisagem justifica uma visita e poderá, quem sabe, inspirar até mesmo uma investida ao cume mais conhecido dos Alpes. 
 
 
Texto: Eduardo Prestes
Fotos: E.Prestes / A.Virmond, exceto quando indicada outra fonte.
 
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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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