Fiquei com a missão de despertador da galera, mas às 6h acordei antes do celular. Sem perder tempo, desmontamos tudo, e assim que assistimos o nascimento no leste, partimos rumo a árdua missão. Deixamos o cume às 6:40h, encarando a ameaçadora muralha negra avançava do oeste em nossa direção. Ela contrastava com o branco mar de nuvens que também vinha em nossa direção, transbordando por entre os colos das montanhas como se fosse um dique rompido. Pareciam imensas cachoeiras de nuvens despencando na planície litorânea. Mesmo com toda a pressa, não pudemos deixar de registrar o raro fenômeno.
Resultados da busca: tucum (93)
Travessia inédita que recebeu esse nome por incluir em seu roteiro sete cumes populares da Serra do Ibitiraquire, sendo eles: Camapuã, Caratuva, Cerro Verde, Ferraria, Itapiroca, Taipabuçu, e Tucum. Com seus extremos na Fazenda da Bolinha/Terra Boa, e no Rio Cotia, em Bairro Alto/Antonina, via Crista dos 500 anos do Ferraria, sua extensão aproximada é de 25km, e conta com consideráveis desníveis entre cada montanha do percurso, o que a torna uma jornada de respeito.
Na semana passada um grupo de 4 pessoas se perdeu por 3 dias na Serra do Mar e um dos integrantes, uma criança de 14 anos faleceu de hipotermia. Tal notícia foi veiculada na mídia não especializada com muitas informações desencontradas, o que gerou muita confusão e dúvidas sobre o ocorrido. Para aclarar os fatos, o 1º Ten. Murillo Rotondo, do Grupo de Socorro Tático do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado do Paraná (GOST), descreve como foi o resgate o que o houve com as vítimas. De acordo com ele, as vítimas ao invés de subirem o Camapuan, no norte, continuaram em direção ao Ciririca e desceram um rio que vai direção sul, no meio da mata fechada.
Após permanecer dias perdidos, grupo com seis pessoas foi encontrado, porém com uma vítima fatal.
O papo de fazer a 7C surgiu derrepente, não sei bem como, andávamos falando em fazer o Agudos ou a Graciosa e cantando o Jurandir Constantino pra nos guiar , além do mais eu e o Sergio já andávamos com uma saudade rasgada da Serra do Ibitiraquire e dos nossos amigos de lá . Acho que entre uma e outra sugestão o Jurandir Constantino em papo no chat do face resolveu que essa era uma boa. O Sergio topou na hora, e eu não ia perder , embora mais de 3 meses na mais completa inércia, sem fazer nada de atividade física que não fosse ir até o carro eu sabia bem que ia atrapalhar …. O bicho ia pegar com certeza, mas minha teimosia sempre foi maior que qualquer dificuldade…
*05 de Julho de 2012, quinta-feira 5:00h* – O celular desperta, pondo
definitivamente um ponto final na nossa boa vida. Ainda restava o banho
quente e o café da manhã antes de retomar nossa árdua rotina. Procuramos ser detalhistas ao máximo pra seguir o checklist afixado na parede da casa, e por fim, tomamos emprestados alguns pacotinhos de TANG da dispensa, na qual também deixamos alguns itens.
01 de Julho de 2012, domingo 7:00h Até então, está foi a noite mais agradável. Nada de sede, nem pessoas com dores, ou gotas sacudidas na cara. A mata estava seca, e o céu limpo, com seu azul transpassando entre as folhas e galhos. Os amigos ainda dormem profundamente, mas por pouco tempo. Devem me odiar por isso. Mas nossa missão é gigantesca, e ainda mal começou, perto que tem pra fazer. O sol batendo no topo das arvores informa que acabou a moleza e é hora de pular. Se existe outra grande vantagem do bivaque além do mínimo peso, é a agilidade com que se desmonta.
30 de Junho de 2012, sábado 5h O ventou soprou forte a noite toda. Talvez o barulho que fazia, tivesse acobertado os gemidos de dor do Jurandir. Ou talvez a dor tivesse passado. Em meio a estas hipóteses, ainda havia um medo maior que era melhor nem cogitar. Na tenda de bivaque, condensou água de ambos os lados, e cada vez que dava uma rajada de vento, sacudia toda ela em cima de mim. Estava com a boca seca, e muita sede. Decidi tirar proveito de situação, lambendo a lona. O resultado do procedimento acabou superando as expectativas. Ao ver que até a vegetação estava completamente seca, conclui que pelo menos pra alguma coisa serviu aquela tenda, alem de me molhar a noite toda.
A Serra do Mar na porção paranaense é uma barreira natural entre os planaltos e a planície costeira. Escarpada do lado leste, território totalmente coberto pela floresta Atlântica abrigando complexo sistema hídrico, e que se estende desde a BR – 277 até a baía de Guaratuba e desenvolve-se paralelo á linha da costa.
O Pico Paraná é único por podermos afirmar ter registro de nascimento que aconteceu em 1940 por obra e lavra do geólogo alemão Reinhald Maack, que em suas determinações a respeito da tectônica da Serra do Mar, fez algumas observações estarrecedoras.