Plano de Uso Público do Pico Paraná garante acesso responsável ao montanhismo e voo livre

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O Instituto Água e Terra (IAT) divulgou recentemente o Plano de Uso Público Emergencial do Parque Estadual Pico Paraná (PEPP), um marco importante para quem frequenta a montanha mais alta do Sul do Brasil. O documento, que funciona como base de ordenamento enquanto não há plano de manejo definitivo, trouxe novidades positivas para a comunidade de montanhistas, escaladores e praticantes de voo livre.

Atividades reconhecidas e garantidas

Pico Paraná visto do cume do Caratuva. Foto de Hilton Benke.

Pico Paraná visto do cume do Caratuva. Foto de Hilton Benke.

De acordo com o plano, estão oficialmente permitidas no Parque as práticas de caminhada, corrida de montanha, escalada, voo livre, banho de rio e acampamento. A inclusão explícita do voo livre no texto é celebrada pelos praticantes da modalidade, já que garante segurança jurídica e reforça o vínculo histórico da Serra do Ibitiraquire com o esporte.

Para o montanhismo e a escalada, o plano também foi considerado equilibrado. O uso de fogareiros portáteis foi autorizado, ao mesmo tempo em que se reforçou a proibição de fogueiras, medida que preserva a vegetação de altitude. Já o pernoite nas clareiras dos cumes continua permitido, mas passa a exigir reserva e segue um limite de visitantes por montanha, definido pelo chamado Número Balizador de Visitação (NBV). Também traz a necessidade de recuperação das clareiras já abertas.

Montanhas liberadas

Todos os cumes clássicos do Parque seguem acessíveis: Pico Paraná, Caratuva, Itapiroca, Camapuã, Tucum, União, Ibitirati, Cerro Verde, Siririca, Pedra Branca, entre outros. Algumas clareiras terão uso apenas para contemplação ou recuperação ambiental, mas nenhum cume importante foi fechado. A medida busca conciliar a conservação ambiental com a experiência autêntica de montanha.

Um passo importante para o futuro

O IAT reforça que este é um plano emergencial, feito para ordenar a visitação enquanto o Plano de Manejo definitivo não é elaborado. Ainda assim, as diretrizes já apontam para um caminho de parcerias com clubes de montanhismo, como o CPM, CUME e AMC, guias, pilotos de voo livre e proprietários de áreas de acesso, numa gestão compartilhada.

AltaMontanha apoia

Para nós, da comunidade de montanha, a publicação deste plano representa um avanço significativo. Ele assegura a continuidade das práticas esportivas que consagraram o Pico Paraná como um ícone nacional, ao mesmo tempo em que estabelece diretrizes claras para a preservação ambiental e para a segurança de todos os visitantes. Reconhecemos uma evolução notável em relação ao Plano de Manejo do Parque Estadual do Marumbi — documento que, inclusive, já demonstra sinais de envelhecimento e que poderia se inspirar no modelo agora adotado para o Parque Estadual do Pico Paraná.

O Pico Paraná segue sendo a catedral do montanhismo no Sul do Brasil – agora com diretrizes que permitem olhar para o futuro de forma sustentável e responsável. Parabéns ao Instituto Ambiental do Paraná, que demonstrou amadurecimento ao apoiar e entender as demandas daqueles que tanto fazem pelas montanhas: os verdadeiros montanhistas!

Para saber mais:

:: Plano Emergêncial de Uso Público P.E. Pico Paraná

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Sobre o autor

Hilton Benke é um dos idealizadores do AltaMontanha.com. Dono de uma personalidade muito forte, é hoje praticante assíduo do voo livre, principalmente da modalidade "hike and fly", que une o voo com o montanhismo. Como montanhista e escalador, gastou seu tempo galgando montanhas brasileiras e andinas, além de ter prestado alguns serviços como instrutor de escalada junto ao CPM. Deixá-lo feliz é fácil: só marcar um bom pernoite em um cume da Serra do Mar Paranaense, com um bom menu para o jantar e uma condição de tempo boa para que possa decolar com seu parapente dia seguinte e realizar uma das muitas travessias sobre a Serra do Mar.

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