Por que não devemos jogar lixo orgânico na montanha?

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Uma das regras mais importantes para o mínimo impacto nas montanhas é trazer de volta todo o lixo que produzimos enquanto estamos lá. E isso inclui aquela casca de banana ou o miolo da maçã que comemos naquele lanchinho durante a trilha ou escalada. Por mais que esses resíduos sejam considerados lixo orgânico eles também não devem ser descartados na montanha ou em ambientes naturais.

É comum encontrar resto de frutas e cascas em montanhas bastante frequentadas.

Na verdade, isso vale para todo tipo de lixo orgânico. Apesar do resto de alimentos terem a capacidade de virar adubo, eles precisam de um tratamento para que isso aconteça, como a compostagem. Sem tratamento, o lixo orgânico continua sendo lixo e pode afetar a qualidade de vida da fauna e a flora local.

Quando um local é constantemente visitado por humanos e a oferta de resíduos orgânicos é grande, esse lixo pode servir como atrativo para certas espécies como ratos e camundongos, o que ajudará na proliferação da espécie, podendo interferir no equilíbrio local. Além disso, quando os animais comem restos de alimentos deixados por pessoas, eles podem se contaminar com algum vírus ou bactéria presente no corpo humano que pode ser fatal para eles.

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Tempo de decomposição

E ao contrário do que muita gente imagina, uma casca de fruta não se decompõe em poucos dias. A casca de banana ou de laranja, por exemplo, pode levar de 2 a 12 meses para sumir na natureza e se for deixada em uma região montanhosa e com clima frio, isso pode demorar até 2 anos.

Se não forem comidos durante esse tempo, esses resíduos continuam liberando substâncias que interferem no solo, podendo alterar inclusive o tipo de vegetação do local ao longo do tempo. Assim, a regra de trazer todo o lixo  de volta inclui os resto de alimentos e principalmente as fezes (assunto deixaremos para o próximo artigo).

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

3 Comentários

  1. Artigo bom, direto ao ponto.
    Confesso que já deixei cascas para trás no pensamento de que lixo orgânico não prejudica o ambiente, estarei mais atento agora.

  2. Gostei da explicação.
    Já vi pessoas deixarem cascas de frutas nas trilhas de montanhas
    Poderia ter placas informativas explicando sobre deixar lixo orgânico nos pontos de saída das trilhas .
    A informação e orientação são muito importantes ás pessoas.

    • Cleber de Almeida em

      A contaminação é mais visual do que biológica, pois se a frequência for grande numa trilha, gera muito lixo. Nada justifica se os 9bjetos que mais poluem ainda são jogados, como plásticos e alumínios. Estes sim levam dezenas de anos para sumir.
      Contudo jogar grandes quantidades de lixo orgânico numa pequena área, a decomposição gera substâncias tóxicas ao Solo local.
      Eu penso que é ilógico proteger pequenas áreas e seguir poluindo áreas que não recebem proteção do governo ou parques privados.

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