Primeiro 12b do mundo é repetido 25 anos depois

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A polêmica via Akira conquistada por Fred Rouhling em 1995 foi a primeira via do mundo a receber a graduação de 9b francês, o que equivale ao 12b aqui no Brasil. Todavia, na época esse era um grau sem precedentes, mal se tinha estabelecido o 9a e 9a+ era um sonho para os escaladores mais ousados.

Talvez por isso, muitos duvidaram da conquista de Rouhling. E muitos diziam que nem mesmo ele tinha conseguido escalar a linha e duvidava-se de existisse algo tão difícil e possível de ser escalado.

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Esse ano, os escaladores franceses Lucien Martinez e Seb Bouin decidiram cruzar a frança re-escalando todas as vias clássicas e mais difíceis dos anos 80 e 90. Assim eles chegaram até a Akira, uma via que segue por um teto de 12 metros e depois passa para mais oito metros negativos sem descanso.

Seb Bouin escalando o teto graduado em 12b inicialmente.

Em novembro a via foi finalmente repetida em dose dupla pelos escaladores franceses. Todavia, eles sugeriram a graduação de 9a, mais fácil do que o proposto inicialmente.

“É uma rota super legal, mas tenho que ser honesto: acho que está longe de ser 9b. Para mim é cerca de 9a. Se a rota mudou (ou seja, se alguma das agarras foi quebrada ou melhorada, tornando-a mais fácil), não posso dizer com certeza, mas comparando com o vídeo e as fotos que temos de Fred na época, acho a rota é a mesma”, disse Bouin em uma entrevista para a Revista Rock and Ice.

Rouhling ficou surpreso ao ver que os escaladores consideraram a via mais fácil do que ele havia proposto. Entretanto ele defende que a via pode ter mudado e por isso ter ficado mais fácil. Ainda assim, diz estar feliz com a repetição.

“Sim, finalmente !! 25 anos sem repetição e agora cadena dupla. A pedra inicial da via não é mais a mesma que era no estado original há 25 anos. Em vez de 8b, esta seção é avaliada apenas como 7c e, portanto, leva a uma classificação geral de 9a. Isso de acordo com os dois repetidores” escreveu Rouhling.

Mesmo considerando a via mais fácil do que o proposto inicialmente, Bouin e Martinez reconhecem que é uma via muito difícil e que ter sido escalada nos anos 1990 é um grande feito.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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