Embarcamos para Santiago na expectativa de muita diversão na área dos lagos e vulcões do centro-sul do Chile, com previsões de tempo bom ao marcar as passagens dois meses antes, mas completamente adverso ao entrar no avião. A mim pouco importava, estava mais interessado no descanso mental que uma viagem desta sempre proporciona e na compra de um par de botas Atlas da Boreal para substituir as antigas que deram seu último suspiro na Travessia Ciririca-Graciosa no carnaval passado. Claro que a escalada de alguns vulcões de baixa altitude e mínima dificuldade só dariam mais sabor ao passeio, mas alta montanha estava decidido a não enfrentar.
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Passo a relatar a seguir uma travessia que mobilizou montanhistas dos três estados do Sul do Brasil em prol de um objetivo comum: a consolidação do Parque Nacional de São Joaquim e a consagração do direito de acesso às áreas de conservação federais sob gestão do ICMBio. O relato é extenso e as fotos não estão todas publicadas aqui. Veja ao final os links para o material complementar. Travessia realizada entre os dias 07 e 10 de junho de 2012 (feriado de Corpus Christi), entre o Morro da Igreja e dois pontos distintos de saída Cânion Laranjeiras e Serra do Rio do Rastro organizada pelo pessoal da AMC Associação Montanhistas de Cristo (Paraná) e realizada em conjunto com montanhistas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A chuva só conseguiu adiar o dia do enfrentamento com a crista do Ferraria e o excelentíssimo Paulo Marinho passou a semana seguinte com um olho na previsão do tempo e todos os outros sentidos fazendo pressão para encarar o desafio. Tanto perturbou que no sábado, 23 de junho de 2007 as 4:30 da madrugada, novamente partimos com o Land Celta para o Bairro Alto Antonina. Agora estávamos em quatro, eu, o Paulo, o Moisés e o Elcio que iria enfrentar a crista pela terceira vez, com pequenas mochilas carregando o estritamente necessário para o ataque. Nem pensar em pernoitar. Duas horas depois encontramos a fazenda tomada por um imenso acampamento de Desbravadores, a versão evangélica dos escoteiros, com suas imensas barracas de praia e gincanas noturnas. Passamos batido por tudo isso e o amanhecer já nos encontrou no meio da mata. Da ponte de troncos acompanhamos o Rio Cotia, passamos pelas piscinas de águas límpidas e pouco depois fazíamos o desjejum nas lajes do Disco-Porto com Ibitirati de um lado e o Ferraria do outro. A manhã estava magnífica com um céu muito azul e um vento fortíssimo que varria a mata a intervalos irregulares.
A dupla de escaladores paranaenses Irivan Burda e Marcelo Santos, o Bonga, fizeram cume no cerro Fitz Roy, na Patagônia argentina, escalando pelo Pilar Casarotto, em janeiro deste ano. Depois da edição, o filme finalmente está pronto para o público.
Ainda há espaço para os valores clássicos de montanhismo no Himalaia. Ainda há alguém capaz de lidar com o risco e compromisso na montanha mais alta da Terra. Longe de oxigênio artificial, o que reduz em mais de dois mil metros a altura real das montanhas, o oposto das cordas fixas habituais que prendem entre 50 e 100 escaladores como salsichas ao sol, longe das rotas normais sem querer encontrar nenhum dos oitomilistas normais de se ver, Nobukazu Kuriki levou sua aventura ao passado.
As últimas expedições deixaram o Paquistão no final de setembro, e, assim, é possível dar uma passada geral e final nos números e nas histórias que marcaram essa temporada empolgante de 2012.
Amanheceu na Serra Fina, a temperatura era muito mais amena às 06:01h da manhã, 1°C. Saímos da barraca, rápido café da manhã, empacotamos tudo e seguimos pro nosso (na verdade meu) primeiro objetivo do dia, culminar o Pico do Avião pra registrar a medição utilizando o aparelho de GPS de mão. Melhor ainda, pois tínhamos dois aparelhos diferentes. A subida não reserva grande segredo, basta fazer a descida da Pedra da Mina até a cota dos 2.550 metros de altitude, sem chegar ao fundo do Vale do Ruah onde a altitude varia pouco e fica por volta dos 2.515/ 2.518 metros de altitude. Do colo, onde há um pequeno cume piramidal, contorná-lo pela esquerda e começar a trepar pedra até o cume, onde se chega em não mais que vinte minutos.
Na presente temporada de Outono do Himalaia uma mega-avalanche açoitou as encostas do Manaslu e deixou vários mortos. Nem bem passou o luto pelas perdas dessas vidas, outra avalanche gigante varreu o Annapurna e matou vários escaladores. Haveria conexão entre esses dois eventos funestos?
Com este terceiro relato, encerramos a sequência de matérias do escalador gaúcho Ricardo Baltazar sobre a Cordilheira Branca, nos Andes Peruanos. Depois de escalar 4 montanhas num curto espaço de tempo no Vale Ishinca, o trio de montanhistas (Ricardo, o gaúcho Érico Winkler e o mendocino Gaston Riolla) tirou uns dias de folga na praia, para então encarar um outro setor da Cordilheira, a Quebrada Parón.
No feriado de 7 de setembro de 2007 aconteceu o pior episódio de incêndio em montanha na Serra do Mar paranaense, quando o Caratuva, segunda montanha mais alta do Sul do Brasil, ardeu em chamas por diversas semanas. O que podemos aprender com este episódio?