Segundo dia da Semana Brasileira de Montanhismo

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Aconteceu hoje, na UNIRO, no bairro da Urca, Rio de Janeiro, o segundo dia do 1º Encontro Científico sobre Uso e Conservação de Montanhas, concomitante ao 2º Encontro de Parques de Montanha, eventos que ocorrem junto à 1ª Semana Brasileira de Montanhismo.

 

A continuação das apresentações de pesquisas científicas ocorridas em montanhas brasileiras deu continuidade ao evento científico que começou ontem, dia 24. No dia de hoje, as apresentações foram mais geocientíficas, embora no final tenha havido palestras das biológicas.
 
A primeira apresentação foi do Prof. Dr. Antonio Paulo Faria da UFRJ, que apresentou o trabalho intitulado “A relevância dos trabalhos sobre recursos hídricos e áreas de risco de fluxos de água extremos em ambientes montanhosos” Neste trabalho, Antonio Paulo trata dos efeitos do desmatamento em regiões montanhosas e o resultado nas drenagens. Trata-se de uma Lina de pesquisa já bastante desenvolvida pelo pesquisador com bastante aplicação no manejo de atividades econômicas em regiões de montanha.
 
Na sequência, o engenheiro Eurípides do Amaral Vargas, da PUC/RJ, apresentou um trabalho sobre mecânicas de rochas e as causas de desplamento e desmoronamentos em massa de montanhas, explicando cientificamente as causas de alguns eventos catastróficos que castigou nos últimos anos, cidades que ficam em regiões montanhosas. Além dos eventos trágicos, Vargas ainda pôde explicar alguns eventos do dia a dia na meteorização das rochas de montanha que são apenas percebidas pelos que frequentam as montanhas.
 
A terceira apresentação deveria ser sobre solos em montanhas, porém o pesquisador Carlos Schaefer, da UFV não compareceu e o montanhismo e doutorando em geologia Pedro Hauck pôde apresentar uma palestra sobre hipóteses a cerca da origem das montanhas da Serra do Mar paranaense, e métodos que podem ser utilizados para comprovar a idade do Pico Paraná.
 
Após o intervalo e a exibição de painéis de diversos cientistas sobre suas pesquisas em montanhas, as apresentações retornaram com uma palestras que foi talvez a mais esperada do dia, onde Izar Aximoff, do Jardim Botânico do Rio, falou sobre a questão das queimadas em campos de altitude, um assunto bastante polêmico, tendo em vista que é a vegetação mais representativas do topo das montanhas e que há visões diferentes sobre seu papel na manutenção deste tipo de vegetação.
 
De acordo com o pesquisador, os campos de altitude do Sudeste e do Sul têm dinâmicas diferentes e enquanto no Sul o fogo impede a sucessão de campo para floresta, no Sudeste as queimadas podem levar à extinção diversas espécies de plantas e animais.
 
Ainda sobre vegetação, mas desta vez em “Inselbergs”, que são os monólitos rochosos muito comuns no Brasil, a pesquisadora Laura Santiago, da UNIRIO, pôde falar de seu projeto de estudo no Pão de Açúcar, onde há uma interessante comunidade vegetal muito diferenciada da vegetação da Mata Atlântica.
 
Finalizando, houve mais duas apresentações sobre fauna em montanha: Fernando Passos com os animais da Serra do Mar do Paraná e Guilherme Freitas com Anderson Chaves com avifauna endêmica dos topos de montanhas do leste do Brasil.
 
As apresentações contaram com a participação tanto do publico curioso, quanto de cientistas de diversas áreas e gestores de parques. A experiência até agora tem sido boa, pois quem pesquisa está podendo mostrar seu conhecimento que pode ser muito interessante para os gestores colocarem em prática e assim beneficiar o visitante das Unidades de Conservação, em especial aquele que quer um acesso diferenciado: O Montanhista.
 
Amanhã o evento prosseguirá com apresentação de gestores de parques onde eles mostrarão seus pontos de vista e experiência em um tema que se tornou central neste evento: O acesso à áreas naturais.
 
 
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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