Teste Empírico em Proteção Fixa de Escalada

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Os grampos “P” são as proteções de escalada mais comuns nas rochas do Brasil. De certa forma são ainda uma herança de uma época recente em que o país ainda era muito fechado e escaladores locais eram obrigados a usar a criatividade para poder escalar. Neste vídeo é realizado um teste em diversos grampos a fim de verificar sua eficiência.

Por Jorge Fernandes

Edição: Alan Tocantins

Grampo P entortado após teste.

De alguns anos para cá, os grampos P começaram a ser criticados, em detrimento ao uso de chapeletas, geralmente por argumentos que contestam sua segurança. No entanto eles continuam sendo usados em conquistas e muitas pessoas contam suas vantagens de uso, como o baixo custo e a possibilidade de abandono da via em qualquer ponto sem a necessidade de abandono de fita, cordelete ou mosquetão.

O grupo dos contra o uso de grampos P’s, afirmam que, pelo fato destes equipamentos usarem solda na confecção do olhal, eles têm uma sensível perda de resistência e podem se romper numa queda. Outro argumento é que os grampos são feitos artesanalmente e apesar de já ter havido um esforço de padronizar sua fabricação, continuam sendo feitos de diversos materiais e de diversas maneiras.

Proteção química após o teste.

Como forma de realizar um teste na eficiência dos grampos P’s, um grupo de escaladores do estado do Rio de Janeiro decidiram fazer um vídeo demonstrando como diferentes tipos de grampos, produzidos artesanalmente por diversos profissionais, se comportam numa queda fator 2.
Este vídeo não tem como proposta, provar que o grampo  P é melhor ou pior do que outra proteção fixa, mas de observar empiricamente o comportamento desta proteção diante de uma queda simulada.

Preparação

Foi construída uma estrutura auxiliar p/erguer o lastro, utilizando um sistema de redução com 2 polias. O lastro foi pesado em uma balança e é composto de uma caixa de madeira de 12kg, 68kg de cascalho e 3kg de corrente, totalizando 83kg, simulando a massa de um escalador.

Método

Parabolt decepado após teste.

Foram utilizados somente grampos de 1/2″ com 6cm de tarugo inseridos dentro da rocha.

Utilizando uma broca de 12mm, foi feito um furo inserindo toda a parte ativa da broca(10cm), e alargando o furo simulando um grampo mal instalado, e também para analisar o seu estado pós queda.

Tipo de Rocha: Granito com inclinação à 90º em relação ao solo.

A queda simulada foi realizada em uma única proteção fixa, de uma altura de 1,5m gerando uma queda de 3m em Fator de Queda 2.

A corrente utilizada para fixar o lastro a proteção fixa, foi propositalmente escolhida em substituição a corda dinâmica com o intuito de transmitir ao máximo a força de impacto para o grampo P.

Todas as proteções após o teste.

Assista ao vídeo e veja o resultado deste ensaio:

Considerações Finais

Como foi dito no início do vídeo, este é um teste empírico, sendo assim, não tem fundamentos científicos. No entanto, foi possível observar que o grampo P suportou a queda em todos os testes, mesmo com deformações, sendo inegável que o grampo P seguraria o escalador em caso de queda, mesmo nas condições propostas.

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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