Há pouco tempo atrás o Elcio (que em janeiro de 2008 subiu e desceu o Aconcágua em apenas 6 dias pela rota normal) acompanhado pelo Mikael Arnemann realizaram esta mesma travessia em 48 horas gerando certas dúvidas com membros da AJM de Joinville, que afirmavam já a terem realizado em 33 horas e numa das poucas, mas elogiáveis iniciativas sensatas no universo da internet, montanhistas dos dois estados combinaram em quebrar este tempo juntos.
Esperaram pacientemente pelo momento oportuno e partiram para o ataque. Encontraram-se as 4:00 h da manhã na ponte pênsil, aos pés do Monte Crista (Sc) onde ficou um carro depois de acordarem o dono do estacionamento para ver a geada, em seguida, a esposa do Arlindo os conduziu até a base do Araçatuba (Pr) e as 5:10 horas já estavam subindo para o cume onde chegaram em 1:20 h, sob temperatura glacial.
Depois de um ultra rápido registro zarparam para encontrar o sol antes do vale que antecede o Baleia para ver a atmosfera limpíssima como raras vezes já se viu.
“O céu fazia divisa com o mar num horizonte longínquo. Os fundos de vales pareciam nevados de tão brancos, cobertos pela fortíssima geada.”
Da crista do Moréia se internaram pelo labirinto infernal das estradinhas da Confloresta, num sobe-e-desce por pilhas de entulho cadavérico de galhos de pinus impregnados de resina pegajosa.
Nos belos campos do Quiriri recuperaram o animo e as 15:00 h já avistavam ao longe a Pedra da Divisa, para exatas 1 hora e 55 minutos depois fazerem um lanche no Morro da Antena. O sol se pôs de maneira espetacular antes de atingirem os lagos, mas a lua cheia dispensou as lanternas e iluminou o caminho até as 19:00 h, quando chegaram a Pedra do Lagarto. Com os joelhos arriados passaram pela Cabeluda (local da célebres muvucas no Monte Crista) e pararam as 21:45 h para matar o restinho da comida e juntar os pedaços antes de prosseguir encosta abaixo.
Aos exatos 0:30 horas da noite de 05/06/2009 estavam novamente cruzando a ponte pênsil na base do Monte Crista para espanto do caseiro que na manhã anterior riu dos planos destes dois doidos de pedra. Retornar cada um para sua cidade foi outra aventura ainda a ser contada.
Parabéns Elcio e Arlindo por vencerem dois mitos em apenas 19 horas e 20 minutos demonstrando que de nada vale ficar batendo boca na internet. Montanhismo de verdade é bater perna no mato, no gelo ou no campo, subindo e descendo pedra, abaixo e acima de zero.
Aguardem para breve o relato integral desta fantástica jornada.
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