Vagão de trem homenageia marumbinistas

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A história do montanhismo no Paraná está intimamente ligada à construção de uma das ferrovias mais bonitas do mundo. A estrada de ferro que liga Curitiba (capital do estado) a Paranaguá (cidade portuária) foi inaugurada em 1885. Uma obra ímpar que atravessa a Serra do Mar Paranaense, percorrendo seus penhascos e rodeando suas montanhas. A partir da criação da estrada de ferro, a região de mata atlântica começou a ser explorada, inclusive com pedreiras. Todavia, por outro lado, o trem,  também possibilitou que pessoas com o interesse excursionista chegassem mais perto das bases das montanhas e a ajudasse a preservá-las. O movimento do marumbinismo, também se beneficiou dessa vantagem de poder chegar de trem até a montanha.

Passeio de inauguração com a presença dos montanhistas homenageados. Foto: Leonardo Bessa.

Assim, hoje (21/12) esses dois elementos, montanhas e trem, voltaram a se encontrar. Foi inaugurado um vagão de passageiros em homenagem a quatro marumbinistas que além de viver muitas histórias nessa estrada e nessa montanha, também são considerados protetores do Marumbi. O vagão de trem da Serra Verdes Express batizado de “Guardiões do Marumbi” irá homenagear os montanhistas Paulo Sidnei Ferraz, Nelson Penteado Alves (Farofa), Henrique Paulo Schmidlin (Vitamina), Carlos Renato Fernandes (Tarzan) e  Rubens Habitzreuter.

O vagão tem capacidade para 32 passageiros e conta com uma varanda panorâmica além de janelas grandes para que as montanhas possam ser admiradas de qualquer local em seu interior. As arquitetas Lucille Amaral e Silvane Eclache foram as responsáveis por desenvolver o projeto e buscaram referências em relatos e entrevistas com os montanhistas. Cada cor e cada elemento presente na decoração remetem ao ambiente de montanha. Um exemplo são os bancos marrons como a trilha úmida e as paredes azuis acinzentadas que lembram os dias de neblina tão comuns na região.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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