Cinzas de vulcão chileno chegam à província de Buenos Aires

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Cinzas de vulcão chileno chegam à província de Buenos Aires


As cinzas do vulcão chileno Puyehue chegaram nesta segunda-feira ao sul da província argentina de Buenos Aires e devem alcançar nesta terça à capital da Argentina, informou o Serviço de Metereologia Nacional (SMN).

Buenos Aires está a mais de mil quilômetros do fenômeno natural, no sul do Chile.

O vulcão Puyehue, que forma parte da cadeia Puyehue-Cordón Caulle, perto da fronteira com a Argentina, entrou em erupção no sábado, e grandes colunas de fumaça podiam ser vistas de longe.

“As cinzas foram registradas hoje (segunda-feira) nas províncias de Mendoza e La Pampa e avançaram entrando também na cidade de Bahia Blanca, na província de Buenos Aires. Elas vão continuar seu curso e esperamos que a nuvem passe sobre a capital federal”, disse o gerente do SMN, Luis Rosso.

Segundo ele, a tendência é que as cinzas vulcânicas percam a força e cheguem “quase imperceptíveis” na cidade de Buenos Aires. No entanto, o Conselho Provincial de Emergências (CPE) solicitou aos moradores de cidades afetadas que tomem precauções, como o uso de máscaras para evitar problemas respiratórios.

Voos suspensos

Ao mesmo tempo, a agência de aviação civil determinou o fechamento do aeroporto de Bahia Blanca durante três dias.

As principais companhias aéreas suspenderam pelo menos até quinta-feira os voos de Buenos Aires para a região da Patagônia, segundo informou a imprensa local.

De acordo com a emissora de televisão TN (Todo Noticias), foram suspensos ainda os voos programados entre segunda e terça-feira para destinos como Rio de Janeiro, Santiago, no Chile, Atlanta, San Francisco e Miami, nos Estados Unidos.

A medida teria sido adotada devido ao avanço das cinzas sobre o território de Buenos Aires, o que poderia dificultar as operações aéreas.

A Secretaria de Transportes do governo argentino informou que foi organizado um comitê de crise para definir os passos a seguir junto com o Serviço de Meteorologia, a Aviação Civil e companhias áreas, entre outros envolvidos. O objetivo é informar, a cada duas horas, a situação dos aeroportos e dos voos.

O fechamento do movimentado aeroporto de Bariloche obrigou a companhia aérea LAN Argentina, filial local da chilena LAN, a Aerolíneas Argentinas e a Austral a cancelarem seus serviços para e da região, que é vizinha ao complexo vulcânico chileno de Puyehue-Cordón Caulle, cuja erupção lançou lavas e provocou o desprendimento de pedras.

A imprensa local afirmou que também empresas dos EUA cancelariam nesta terça-feira voos para e do Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires.

As graves consequências sobre as localidades argentinas na região da cordilheira levaram a própria presidente argentina, Cristina Kirchner, a contatar as autoridades da área por causa de sua proximidade com o complexo vulcânico.

Uruguai

O Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, no Uruguai, também cancelou a maioria de seus voos, segundo fontes do aeroporto.

Segundo o site do terminal, o último voo a partir foi da Gol, com destino a São Paulo às 5h50 no horário de Brasília. O próximo voo, que era da TAM, com o mesmo destino e que deveria ter decolado às 6h, foi cancelado.

A nuvem de cinzas atingiu fortemente as localidades argentinas de Bariloche, Villa Angostura e San Martín de los Andes, que tiveram casas e avenidas cobertas por fuligem.

Por precaução, as aulas foram suspensas e, no caso de San Martín de los Andes, autoridades locais determinaram o racionamento de água e de energia elétrica e pediram que as pessoas ficassem dentro de suas casas.

Avalanche

No Chile, a possibilidade de chuvas na região do complexo vulcânico, prevista pelo serviço de meteorologia, preocupou autoridades locais que temem novos movimentos das cinzas do fenômeno natural.

“Se chover existe a possibilidade de avalanche (do vulcão)”, disse o prefeito da região dos Ríos, Juan Andrés Varas. É nessa região que fica o complexo vulcânico.

Segundo ele, a previsão de chuvas deverá levar à ampliação da área evacuada, forçando o deslocamento de mais moradores e turistas.

Especialistas ouvidos pelo jornal La Tercera, de Santiago, indicaram que as cinzas não são tóxicas.

“As cinzas são de pedra, de um material que não gera risco à saúde”, disse Gabriel Vargas, do departamento de geologia da Universidade do Chile. Mas o governo chileno mantém alerta máximo para a região do vulcão e ainda não há previsão de quando, exatamente, a situação será normalizada.

Fonte: BBC

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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