YBIANGI, o pico icônico do sul do Brasil

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Henrique Paulo Schmidlin-Vitamina: hpsvitaATgmail.com
Geraldo Jorge Barfknecht: gbarfknechtATgmail.com

Foto 01.Paulo Farina, 2008. Monte Ybiangi, 1178 m, município de Sapopema, PR, visto desde o N. Á
direita, Pico do Portal, Pico do Meio e parte da Serra Grande (Município de Ortigueira, PR). Entre eles,
Rio Tibagi a montante.Essa montanha sempre foi um forte atrativo de montanhistas, escaladores, excursionistas, caminhantes, principalmente dos pólos de Londrina, Maringá, Rolândia, vizinhas como Telêmaco Borba atualmente, etc. e em sua maioria que o buscam uma montanha de beleza cênica impressionante, são cativados pela facilidade de acesso, desafio físico, visões em 360º graus, inversões térmicas, com o “manto de nuvens abaixo, Corredeiras do Inferno na calha do Tibagi, alem de considerável desnível de seu cume frente ao leito do Rio Tibagi,com as famosas Corredeiras do Inferno (de quase 700 m) num cânion, ‘boqueirão” absolutamente singular no estado.

DADOS GEOGRÁFICOS DO MONTE YBIANGI:

LOCALIZAÇÃO: Borda das regiões paranaenses do Norte Pioneiro com a do Centro – Oriental (IPARDES, 2010), na  margem esquerda do Tibagi. Mun. de Sapopema (PR), com a montanha na margem direita do Rio Tibagi, próximo as divisas com os de Ortigueira a W, margem esquerda do Tibagi e São Jerônimo da Serra, margem direita ao N/NE. Após resgate da toponímia ameríndia (2019) que é lento, ainda é conhecido como Agudo de Sapopema, desconhecendo que é uma das primeiras montanhas (388 anos em 2020) com denominação na cartografia do país, primeira da região Sul, parte do Sudeste e do Centro – Oeste.

COORDENADAS (SAD 69) do cume: Latitude: 23º 53’ 51.72”- S Longitude: 50º 46’ 30.6”- W

ALTITUDE: 1178 m (GB 2019 e 2020, 45 min., 21 satélites GPS (12) +Glonass (9)

Obs. Não consta como altitude entre os 10 cumes da “Metade Norte do estado”, exceto Serra do Mar (Morro Tombú, 1298.4 m (no Alto Estrutural/ Serra/Platô do Apucarana) a W-SW, cerca de 35 Km do Ybiangi, visto como também o Morro do Apucarana, 1285 m (IBGE) que deu origem a toponímia da Serra.

Localização, entre as regiões Centro-Oriental e Norte Pioneiro (IPARDES, 2010) Fonte: http://www.ipardes.gov.br/pdf/mapas/base_fisica/divisao_politica_2010.jpg Acesso 11 Abril de 2018.

ETIMOLOGIA:

De Ybiangi (Ybiãji, Ybiangi, Iwiãji, Ibiãgi…) Ybiangui, I-Ybiaguira, Ybianguira, Ibiãguira, Ibiagira, Ybiãgira, Yby, ou Iwy... alterações, corruptelas de Ybiangi, Ibiãji?

FONTE #1: NAVARRO. Eduardo Dicionário de Tupi Antigo: São Paulo: Global Editora, 2013, pp-518 e 139.

  1. a) Ybi + ã + ma, Ybyi’ama = terra levantada.

FONTE #2: CHIARADIA, Clóvis. Dicionário Brasileiro de Palavras de Origem Indígenas: São Paulo; Limiar, 2009. p. 288-289, 123 e 273.

IBIAGUI:

1- regiões de – no vale do Açungui, PR v. IBIANJI. Do T.G. ibiã-gui, por baixo da terra alta, no sopé da escarpa (Theodoro Sampaio).

Do T. G. IBI- ANGUIRA: a base, o fundo, a parte inferior do barranco.

IBIAMA: barranco, ladeira, encosta;ver IBIÃ.

IBIÃ: terra erguida, barranco, ladeira. Do T.G. Ibi=terra, á=ama,erguer, alto.

Em Tupi, Ibiama, ladeira, encosta, barranco (Edelweiss)

IBIÀ: terra erguida á pique (Theodoro Sampaio)

IBIANJI:

1) Morro do – entre o Açungui e o Tibaji

2) Ver Ibiaguira

3) Do T. G. IBIÖ ladeira, encosta, chapada, JI-rio.

IBI terra, solo, chão.

4) Ibiã/ erroneamente muito citado como Ibiá, (Ruy Rushel)…

FONTE #3

DALL”IGNA. Arion, A Composição em Tupi. Separata da Revista Logos, n.14. Curitiba.1951. 7.

yby = terra + an, estar em pé, estar levantado. Yby’ama, terra levantada, barranco.

Realçamos a dificuldade, o risco de se traduzir palavras ameríndias, no caso do Tronco Tupi, Família linguística Tupi-guarani, oriundas de suas versões antigas extintas há séculos, mas conhecendo a região do Ybiangi, a Serra dos Agudos e ao contrário de muitas versões, “traduções” feitas á distancia, sem o conhecimento do relevo especificamente nesse caso, achamos que a provável versão da denominação Ybiãji, Iwiãji, Ybiangi, é:

YBIA NGI YBIÃ+GI: “rio da terra, encostas erguidas/ levantadas, terra em pé, rio da terra alcantilhada, talhadas, erguidas a prumo”. Por extensão, rio das margens, encostas, ladeiras elevadas.

Diferencial que uma denominação de uma montanha, refira-se ao um rio que a tem nas margens elevadas. Algo singular na toponímia alem daqueles, que por corrupção, alteração, são exclusivos do estado do Paraná, como Ybiangi, Apucarana, Iapó, Marumbi, Anhangava, Ivaí e Curitiba, como exemplos.

TESTEMUNHA DA HISTÓRIA-Farol Orográfico

O Estado do Paraná sempre foi passagem, principalmente pelos grandes rios e vias terrestres interoceânicas, caminhos pré-cabralianos desde as primeiras ocupações humanas há milhares de anos, com datações arqueológicas que se aproximam de 8-9 mil anos (que poderá ser conhecida na vasta bibliografia), na sucessão de culturas indígenas ao longo da marcha do tempo, já desaparecidas, até os atuais Jês-Meridionais, Kaingang, Xokleng em maior número hoje, assim como os Guarani e seus subgrupos, Mbya, Nhandeva, Kaiowá e os raros Xeta. Assim, colocamos o antiquíssimo Caminho do Peabiru cortando o estado de E a W, mas com ramais N-S que foram utilizados partes deles, para as jornadas após a ocupação ibérica, de São Vicente a Assunção por exemplo Depois por bandeirantes, sertanistas, garimpeiros, cartógrafos, engenheiros, pesquisadores, etc. Vamos colocar em cronologia as testemunhas famosas, que viram, ou que poderiam ter visto (condições climáticas adversas, por exemplo) o Ybiangi (1178 m) e os Agudos e os usaram como “farol orográfico”, como também o Morro do Apucarana (1285 m, disfarçado há tempo de Morro da Pedra Branca (são avermelhadas, róseas) ou das Antenas, como se fosse apenas um, com todo o Alto Estrutural do Apucarana, chamados há tempos de Serra do Cadeado, Mulato e outras).

Lista daqueles que possivelmente avistaram os Agudos, o Ybiangi, que temos registros de suas jornadas, alem dos primeiros habitantes, os caminhantes – caçadores – coletores (e porque não, também pescadores, agricultores ?): Viajantes, habitantes antes do Peabiru; Caminhantes do Peabiru; Aleixo Garcia (1523/1524); Pero Lobo e Francisco de Chaves (1531); Cabeza de Vaca (1541/1542); Ulrico Schmidl (1552/1553); Juan de Salazar de Espinoza, Cypriano e Vicente de Góes, Ruy Diaz Megarejo e Gaete, etc. (1555); Jerônimo Leitão (1585); Jesuítas, Guarani e Jês-Meridionais das Reduções do Guairá (1610/1628); bandeira de Antonio Raposo Tavares e Manuel Preto (1628/1629); outras bandeiras paulistas de cerco, ataque (1631/1632 e depois 1638) da Cidade Real do Guayrá e Vila Rica do Espírito Santo; a estada por cerca de 3 nos da bandeira de Fernão Dias Paes Leme (1661-1664);. Oficialmente desde 1730 com a “abertura do Caminho Tropeiro dos Conventos, mas caminho á São Paulo, que seria depois parte do Caminho das Tropas, ou Viamão-Sorocaba, já vinha sendo feito desde a segunda parte do século XVIII dos Campos Gerais de Curitiba aos Campos de Piratininga e em algum morro nos Campos Gerais, os tropeiros poderiam visualizar os Agudos; os irmãos Ângelo Pedrozo Leme e Marcelino Rodrigues de Oliveira e a “descoberta de ouro e diamantes” e inicio do Ciclo de Diamantes do Tibagi, que antes exploraram a região, inclusive em busca do mitológico Morro do Apucarana (1754); as Expedições Militares ao Sertão do Tibagi/Curitiba coordenadas pelo Tenente-Coronel Afonso Botelho de Sampaio e Souza entre 1768 a 1774; o viajante, sertanista, artista, cartógrafo John Henry Elliott e o exímio sertanista Francisco Lopes nas bandeiras exploratórias patrocinadas pelo Barão de Antonina, João da Silva Machado (1844/1863); o engenheiro Thomas Bigg-Witter (1871/1875); o sertanista, historiador, político Telêmaco Borba (1875/1876); o historiador, topógrafo Edmundo Mercer (1934) e o geocientista, historiador natural (geologia, geografia, botânica, climatologia, cartografia, historia humanas, etc.) Reinhard Maack desde o final dos anos de 1920 até 1950.

PEABIRU:

Um artigo sobre o “Geoprocessamento aplicado a estudos do Caminho de Peabiru”, de Ana Paula Colavite e de Mirian Vizintim Fernandes Barros, reuniu o mapa de Maack sobre o caminho e a base do mapa político do estado do Paraná atualizada. Observando o mapa, a linha mais espessa representa, segundo Maack (1959), o ramal principal do caminho de Peabiru e as linhas de espessura mais fina representam os ramais secundários do caminho de Peabiru.

Fonte acima. http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=319
Ou : http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/anpege/article/view/6590/3590 Acesso 19 maio 2020.

Mapa Político do Paraná com o Caminho de Peabiru. Adaptado de DNIT (2002) e Maack
([1968] 2002). Organizado por Ana Paula Colavite e Mirian Vizintim Fernandes Barros,

Abaixo, o Caminho do Peabiru e outras entradas, jornadas conhecidas mais antigas, faltando a do
grupo de Pero Lobo (1531): Fonte : http://colegiointegracaoassis.com.br/arquivos/noticias/13051608539395.pdf
Acesso 19 Maio de 2020.

Expedições exploratórias no século XVI no Paraná.

CARACTERISTICAS GEÓLOGICAS.

Observe na fotografia satelital a seguir, as estruturas do relevo, os diques, intrusões do magmatismo Serra Geral, relativamente paralelas e alguns em suave curva, sobre sedimentos da Bacia do Paraná De orientação SE-NW, essas “ranhuras” na superfície são o Enxame de Diques ligados a estrutura geológica, evolução do Arco de Ponta Grossa e que chegam a ter em superfície até 50 km e 500 m de largura, espessura relativa nas encaixantes, sedimentos da Bacia do Paraná (Mineropar, IA do Paraná) e um belo exemplo é a Serra Grande, Picos do Meio e do Portal, os Agudos do lado de Ortigueira que tem sua continuidade ao N, alem do “furo” do Rio Tibagi, Boqueirão do Maack, no Morro do Taff (ou do Paredão) em São Jerônimo da Serra. O Ybiangi, outra intrusão, é um pico, morro, pequena dorsal,”serra”, crista orográfica ou melhor, um dique testemunho do que restou pelos processos de meteorismo, agentes erosivos associados à particularidades litológicas, que em porções superiores dessa intrusão, tem fraturamento natural verticalizado. E tanto o Ybiangi, como a Serra Grande, são formas erosivas residuais e o Morro do Taff, prolongamento da Serra Grande e o “furo”, entre eles, quando o Tibagi conseguiu vencer essas barreiras e você andando pela região, não vai individualizar facilmente essas cristas orográficas de grandes extensões.

O Arco de Ponta Grossa é algo como um levantamento regional da crosta terrestre e grosseiramente, um “inchaço da crosta”. Também em outras imagens abaixo, observe que o Tibagi, cortou vários diques magmáticos, nesse “meio retângulo”, tanto ao S como no N.

Enxames de diques, estruturas geológicas que influenciam na paisagem da região de Ortigueira.

Surpreendente, que há um dique não paralelo nessa foto satelital. A margem direita do Tibagi, os
diques estão mais erodidos. Disponível em / Acesso em 02 Agosto de 2019.
http://ciram.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2943&Itemid=664.

GEOMORFOLOGIA:

O Ybiangi, que poderá ver as fotos em 360 graus dessa fabulosa montanha, tem sua morfologia residual, dos processos de alteração superficiais das rochas, uma multiplicidade de formas, que nãos era difícil convencer mesmo um excursionista experimentado, que são várias montanhas. As alterações nas rochas são principalmente químicas, pela água e seus compostos, ações combinadas de microrganismos, ação física, pelo aquecimento, resfriamento diário e há um grande volume nas vertentes, encostas do Ybiangi, de material alterado, depósitos de encostas (como uma saia que se abre) de solos espessos, coluvios e aluviões, alem de blocos rochosos caídos, rolados, que pelos intemperismos, ação da gravidade, distanciamento pela inclinação, pelas dimensões, etc., movimentaram-se em oscilações climáticas ao longo de mais de uma centena de milhões de anos, tempo que a montanha, os diques regionais foram expostos. Raízes, ações com o solo, compostos,
ajudam o processo.

Perto do final da caminhada, escalaminhada ao seu topo, desaparecem os solos e o ambiente é de paredões a prumo, da rocha magmática porfirítica (fenocristais ou sua dissolução, deixando moldes, de plagioclásios bem desenvolvidos em uma matriz, massa finamente granulada) e muitos blocos em vias de tombar, paredes de 20 a100 m para escaladores e já no topo de cerca de 60-80 m, um relevo relativamente plano, com solo pouco espesso, flora típica de Cerrados. Fraturas perpendiculares a orientação (SE-NW) dos diques, são freqüentes e secionaram, separaram o antecimo Agulha do Maack (homenagem ao brilhante geocientista de múltiplas áreas, Reinhard Maack que primeiro o descreveu). Já a Serra Grande, uma estreita, isolada crista, elevada, com mais
de 1 km, cujo prolongamento ia até o Pico do Portal. Serra Chata e Morro do Taff, formas residuais de porções de diques do magmatismo do Grupo Serra Geral.

As altitudes dos Agudos são: Pico do Portal (955 m, estimativa do IBGE), Pico do Meio (1135.96 m marco geodésico do IBGE de dez 1956), Serra Grande (1170m, estimativa do IBGE), mas a equipe do Paulo Farina em maio de 2020, percorreu de S para N toda a sua extensão e encontrou a medida de 1174 m. O Morro do Paredão na Fazenda Taff para a carta do IBGE (1130 m, estimativa, não medida direta, de precisão), Serra Chata (1103 m, estimativa do IBGE) e Ybiangi (1178 m, GB 2019), que o IBGE, na mesma carta topográfica de 1991, estimou, mediu indiretamente um pouco mais, de 1180 m. No mapa de 1991, o IBGE que curiosamente em 1956, mediu (cremos pela maior “facilidade” de acesso), o do Pico do meio e não a Serra Grande e colocaram 1135 e não 1136 m praticamente do mesmo. Assim, possivelmente o cume dos Agudos é o Ybiangi, embora aja necessidade de mais medidas na Serra Grande (maior precisão, numero de satélites, tempo de medida, medidas em diferentes horários, etc.) e Reinhard Maack na obra Geografia Física do Paraná (1968, 266) mediu, estimou, que esteve nela a colocou 1212 m, Ybiangi, 1224 m, Pico do Meio 1175 m (39 m a mais que o marco de precisão do IBGE 1136 m), o pico do Portal 1137 m e do Paredão, Taff, 1175 m. Paulo Farina e equipe, concluíram a travessia difícil (vegetação) da Serra Grande, sentido S- N em maio de 2020 e batizaram as cristas topográficas do platô, dique geológico, de Calcanhar (1054 m), Guarani (1036 m) e Caviúna (1040 m), o ultimo morro da Serra Grande. Medidas muito próximas das reais que serão ajustadas futuramente (precisão). Veja essas cristas orográficas na foto 4 abaixo.

Infelizmente o Ybiangi (Agudo de Sapopema) até recentemente, foi muito buscado por ser o “cume da região N do Paraná”, em que o próprio termo, definição de metade região N é contestável. Não precisa de inverdades e nas cercanias, se não for a Serra Grande em Ortigueira, no município de São Jerônimo da Serra, a E-NE do Ybiangi, a Serra Fria é mais elevada. Os cumes da “metade N, sem a Serra do Mar (Serra da Virgem Maria, Pico 3 Pontões, em torno de 1530 m) estão no Alto – Serra do Apucarana, com o Morro do Tombú, 1298.36 m. IBGE. Depois, algumas cristas próximas desse e montanha isolada, a segunda é o Morro do Apucarana com 1285 m, IBGE e GB, Abril de 2019.

Fonte: IBGE. FOLHA TERRA NOVA, SF.22-Z-C-IV-3/ MI-2785/ 1991. Esc. 1:50.000, Paulo Farina e GB.

UM POUCO DA FLORA DO YBIANGI:

O cume pela sua flora é um JARDIM SUSPENSO, resquícios das oscilações climáticas, de CERRADOS emersos, isolados, sendo substituídos gradualmente, mas que resistem desde a grande mudança global para climas mais úmidos e quentes, desde há alguns milhares de anos após a ultima grande glaciação (+/- entre 80 a 13 mil anos antes do Presente) e desde então, cercado por matas densas (antes da devastação do século XX) com mosaicos regionais de CAMPOS SULINOS em relevos mais planos, topos, áreas vizinhas e essa matas densas hoje, são resquícios também, regenerações da FLORESTA ESTACIONAL SEMI-DECÍDUA. Infelizmente, a realidade de queimadas freqüentes, como foi a de 2019, colocam em risco, assim como acampamentos noturnos (para área de proteção, limpeza, vizinhos, “arte humana”, etc.), que foram proibidos, são as grandes preocupações desses resquícios raros, belíssimos, com suas formas exclusivas, endêmicas, em áreas residuais disjuntas de Cerrado no estado mais meridional de sua ocorrência. Observamos em fevereiro de 2020 a destruição, a “limpeza do morro” e como, por exemplo, as bromeliáceas adaptadas, resistentes aos fogos naturais, mas não os dos humanóides e uma área em que ela são expressivas em numero, perto do Mirante do Ybiangi (sua chegada no cume), mostrou-nos o efeito do fogo, restando apenas porções terminais não calcinadas parecendo “vermes queimados”. Tristeza profunda, embora sabendo que os Cerrados tem adaptações evolutivas ao fogo natural.

Olhe a beleza, brilhantismo de Maack que no Mapa Fitogeográfico de 1950 que até hoje, surpreende-nos, causa profunda admiração pela precisão, riqueza de detalhes, olhou para o Ibiangi, para os seus vizinhos, os Agudos:

Vegetação da região do Ybiagi. Fonte : MAACK. Reinhard, Mapa Fitogeográfico do Estado do Paraná. IBPT. Curitiba: 1950.

Legenda do mapa fitogeográfico de Maack (imagem anterior).

Reinhard Maack é o maior historiador natural do Paraná, expoente nacional de vasto campo do conhecimento, de pesquisas na geologia, geografia, climatologia, geomorfologia, hidrografia, oceanografia, história de caminhos antigos, botânica e vários etc., e ele, em trabalhos iniciais no país, em pesquisa mineral no final dos anos 1920 e depois, no mapeamento geológico, fitogeográfico do estado, mapas pela riqueza, pioneiros, até hoje surpreendentes, também se encantou com a região do Ybiangi, Ibiãguira, Agudos. Maack percebe e mapeia (sinal alem das fotografias que esteve pelo menos no da Serra Grande e possivelmente, no do Meio e no Ybiangi, em duvida nossa, pois não encontramos seu diário ainda e também não vimos fotografias desde o seu topo, não era objetivo de suas pesquisas naquele momento) mapas de 1950 (fitogeográfico) e 1953 (geológico), que os cumes da Serra Grande, Ybiangi, que ele não conhecia o termo do Guarani Antigo, chamou apenas de pico
(já dado idéia da máxima elevação, como fez no Pico do Paraná), que os topos dessas duas icônicas montanhas, são “jardins suspensos”, formas residuais dos Cerrados, envoltos em disputa ferrenha, sob outras condições climáticas, de maior temperatura média e maior umidade, entre os Cerrados e as dominantes espécies da Floresta Semi-Decídua. Imagine a tristeza do Maack, se visitasse em tempos “modernos” em que as queimadas, são tudo, menos “acidentais”.

Na estrada de acesso ao cume, Lambari, desde as proximidades do Mirante, a poucos quilômetros da rodovia Sapopema – São Jerônimo da Serra, outras elevações, cumes, tem resquícios, algumas espécies arbóreas e arbustivas típicas dos Cerrados.

Bromélia de Cerrados do cume do Ybiangi e o Morro do Taff/Paredão ao fundo. Visão
para NW. Por Paulo Farina.

Bromeliácea do cume do Ybiangi após fogo. Serra Grande ao fundo. Fev 2020. GB

“Rainhas-dos-abismos”, Sinningia no cume do Ybiangi. Fevereiro de 2020 GB

CLIMATOLOGIA- O Mar de Nuvens

São muito poucas as estações meteorológicas, tanto as oficiais do INMET, IAPAR e SIMEPAR, como as particulares, que aos poucos são instalados, no estado do Paraná, ainda com grandes “vazios” e não dispomos de dados climáticos do Ybiãji, apenas que faz parte na Classificação climática de Köppen-Geiger do tipo Cfb, a mais fria do estado, mas pela vegetação no topo e circulantes, termos térmicos mais brandos, que por exemplo a região S do estado, mais elevada (até 1400 m) e de maior latitude Sul. Mas há algo que atrai muito os excursionistas no Ybiangi. As nuvens stratus, as inversões térmicas (mais próxima á superfície, menor a temperatura, alem do fato, que os rios, também escoam, armazenam o ar frio mais denso), que as porções, vale estreito, profundo comparativamente com os cumes, quase 700 m (1178 x cerca de 480-500 m do Tibagi, essa ainda não medida), resultante da evapotranspiração e da equivalência entre as temperaturas atmosféricas nos fundos do vale, com o ponto (temperatura) de orvalho, formam-se as nuvens de fundos de vales, de rios, estratificadas,de pouca relativa espessura vertical, enchendo todo as porções mais baixas do Boqueirão do Tibagi, Vale nas Corredeiras do Inverno, entre o Sul do Morro do Portal, alem do “furo” para NW-W do Tibaji, grafia antiga, a jusante por vários quilômetros, as nuvens que visitam o solo, nevoeiros, para quem está em níveis inferiores com topos horizontalizados, o mar de nuvens abaixo das referencias, os cumes. Esse fenômenos formam-se com frequência nas primeiras horas das manhãs( e algumas vezes no entardecer) nos outonos e invernos. Geram a sensação de estar acima das nuvens, sem mudar de dimensões e são aqueles momentos em que as fotografais não traduzem a sensação dos momentos vividos.

Vista para a parte NW-W do Boqueirão do Tibagi. Foto de Getúlio Vogetta.

O YBIANGI E O APUCARANA E AS CULTURAS INDÍGENAS ANTERIORES

Considerando “Tempos Modernos”, atuais, nas proximidades dos Morros do Ybiangi, do Apucarana, dos rios Tibagi, Apucarana e Apucaraninha e não longe do Ivaí, há reservas, áreas indígenas, principalmente de Kaingang. Desde as Reduções ou Missões, basta ver a toponímia, levando em conta sempre, que muitas podem ter sido dadas por quem falava a língua franca dos tempos Coloniais (proibida em 1758 e ninguém acha que no dia seguinte, ninguém falava ou nos anos seguintes) Língua Geral Brasílica, nas regiões SE, S e CO o ramo ou Língua Geral Paulista, e assim, não necessariamente os ameríndios regionais, mas seus visitantes, bandeirantes, sertanistas, garimpeiros, mas praticamente toda a toponímia é do Tronco Lingüístico, Família Lingüista Tupi Guarani e não Jê-Meridional. Ou seja, embora a redução de São Miguel do Ibituruna, o do Ibiangui ou Ibiteruçu, aldeou, reduziu,”salvou almas”, “trouxe para o grêmio da sociedade, da igreja” “fixou em menores áreas“ os Kaingang (Gualachos, Guananas Guaianases, Camperos, depois Coroados…), alguns Xokleng, talvez alguns Xeta e grande parte do Paraná, foi anteriormente dos Guarani e seus subgrupos e nem vamos escrever, que éramos da Coroa Espanhola.

Há algo discutível, se o topônimo (Campos, Rio) do Inho-ho é Jê, possivelmente e pode ser posterior ao “esvaziamento Guarani” causado pelo bandeirantismo no século XVII, principalmente entre 1729/1730. Tibagi (Latibaxiba,Tibaxiba…Tibaji,Tobagi,Tubagi…Apucarana,Huybai/Ivaí,Piquiri, Itararé, Paranapanema, Anhembi/Tietê, Perituba, Assungui, Curitiba, Paraná e Ybiangi.Todos do que poderíamos dizer, do Guarani Antigo ou do que era falado, no tempo do Guairá. Que nomes usavam os Kaingang, Xokleng, Xeta, para o que nos na pobreza toponímica, ao contrário da deles, chamamos de Agudos ou para aquelas montanhas, faróis orográficos, visto a mais de 120-130 km?. A importância de reverencial para caminhos, migrações sazonais, para viagens continentais do Atlântico ao Pacifico ou á Bacia do Prata, ao Rio Paraguay é tamanha que o Ybiangi chegou longe, até Assunção ao ponto de ser a única conhecida, desenhada no chão, na areia, num papel em Assunção, no final da década de 1620 ou inicio da seguinte, na impressionante leitura do relevo, da hidrografia de vasta região que os exímios Guarani tinham conhecimento, que afinal, muito de seu saber cartográfico, da sua
oralidade, das suas tradições,da sua mitologia, outras tribos, encheram o mapa de Luis Ernot, abrangendo cerca de 4 milhões de quilômetros quadrados e no Brasil atual e países vizinhos, há 4 representações orográficas no mapa, a Serra de Famatina na Argentina (histórica mineração de metais) com 6100 m de altitude aproximadamente, uma colina, em tempo “ruim”, neblinas e nevoeiros, chuvas balizavam a margem direita do gigantesco estuário do Rio da Prata, que o jesuíta – cartógrafo colocou Mont Vídeo, futura capital do Uruguai, um enigma até recentemente, Ibituruna (cultura, morro, serra, campo, os “modernos Campos de Palmas”?) e com ícone cartográfico, o único, o Ybiangi. Ignorar essa toponímia, mais antiga de grande parte do Brasil e vizinhos, usando o vulgar Agudo, mesmo que acrescido de seu município, sem culpa ou nossa intenção, é tacanho demais, a mais suave que achamos. Antes de ser Certam de Coritiba (até o RS, rio Paraná e grande parte do estado de SC), depois Sertão do Tibaji, foi antes Sertão do Ybiangi, Ybiangui, Ibiãguira….Nomes que resistiram, chegaram até nós e antes, das outras culturas?

Temos enorme curiosidade, mesmo sabendo que como ocorreu muitas vezes, quando desconhecíamos a toponímia indígena, ou mesmo sabendo, uma das primeiras formas de dominação foi a apagar sua cultura, seus nomes, de rios e muitas e quando não achamos nada adequado, por exemplo, arvores, ervas, frutas,animais, comidas, praticas, etc. deixamos, mas não antes de escrever, transformar o que nossos ouvidos, ou que achamos que ouvimos, em vocábulos “indígenas”, eivados de corrupções, alterações, neologismos que jamais existiram (e que há gente disposta a traduzir) e ainda mais de duas montanhas mitológicas, reverenciadas, conhecidas por diversas culturas e que as orientaram durante largo tempo. Como eles as chamavam em suas línguas ou como também pode ter acontecido, usaram os termos de outras? Temos uma pista, possibilidade que mostraremos na Cartografia.

Vamos aproveitar, reforçar (outro de nosso resgate) a possível etimologia de APUCARANA: Apucarana, Apu = “banco, assento”, arana, “o que se assemelha, parece, mas não o é” e veja do Sul, SE, a morfologia do que chamamos há décadas de Morro das Pedras Brancas (são avermelhadas, rochas e paredões da Formação Botucatu) ou Morro das Antenas na Serra do Cadeado, com que se parece o morro (visões regionais de 360º) que deu origem ao termo Apucarana (Morro com 1285 m de altitude, IBGE 1971). Se precisa se distrair um pouco, veja na grande rede, as “traduções oficiais mais aceitas”, se há alguma lógica, como exemplo, “que se parece com uma floresta”, estando dentro da mais fabulosa que já tivemos, começando do da cidade homônima ou serra.

GB FEV 2020 Vista W do Ybiangi- Serra do “Cadeado”/ APUCARANA HISTÓRICO, Morro do
Apucarana (1285 m) e cume regional (Tombú 1298.36 m), centro-esquerda.

GB, MAR, 2019, com zoom (aproximação aparente 3x mais próxima que a real que dista cerca de 30 Km á W), o Morro do Apucarana (vulgo das “Pedras Brancas” ou das “Antenas”), outro excepcional marco topográfico dos Caminhos Antigos, terceiro cume da porção N do PR (Exceto Serra do mar) e o ponto mais elevado da metade N do PR, exceto a Serra do mar, o Morro do Tombú, com 1298.36 m (IBGE, 1971) no centro e o Morro do Apucarana está em área exclusiva de Ortigueira, embora muitos achem que é de Mauá da Serra e o do Tombú, divisa entre Faxinal e Mauá da Serra. O conjunto, desde o inicio do século XX recebeu o nome de Serra do Cadeado com diversas subdivisões, mais um caso, de substituição insensata da toponímia ameríndia. Um dos maiores “faróis orográficos” do Sul do Brasil.

Por favor, parece-se com um banco, assento, mas não é um… verdadeiro? Fica mais evidente, se o enxergar mais para W em Ortigueira, perto do distrito de Natingui ou do Morro da Bufadeira.

CARTOGRAFIA RESUMIDÍSSIMA

a) Na lista das edições, tomando-se sempre por base a edição de 1632 de Luis Ernot com erros de copias, mudanças pequenas, repetição de erros cartográficos, com o passar dos anos e transcurso de séculos, as edições foram de 1647 [1662], [1665], 1671, 1680, 1689, 1692, 1700, 1714, 1719, 1722/26, 1726, 1732, 1748, 1754 (ou 1734 ), 1757/60, 1764, 1779, quando desaparece na cartografia como Monte Ybiangi (Ibiãji, Ybiãji, Iwiãji… na forma original, cremos). Ou seja, conhecidas ao menos, 19 edições/cópias. De 1632/ 1647 (ou 1662) a 1779 =147 anos. Vamos colocar as de 1662 (1632) e 1779.

BLAEU. Joan; COECK, Geraerd, Paraquaria vulgo Paraguay: cum adjacentibu. Amsterdã: 1662.
(colocada em dúvida na fonte, vide acessos nas referencias.
Disponível em: https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/16524
Obtida em: 27 Maio de 2017

Essa reprodução literal é a primeira de dezenas, sendo que até 1797º Monte Ybiangi ainda aparece na cartografia européia da América do Sul, Brasil em foco.

No centro, primeira citação também, outra orografia, mas não uma montanha apenas os Ibituruna
Não é tribo, cultura, nem Campos de Palmas. Mas possíveis cumes da Escarpa da Serra Geral (até
próximo de 1460 m), regionalmente o Espigão Serrado. Gualachos, Guananás, Guaianas (Jês )

Esse é o mapa confeccionado em Assunção, Paraguai pelo jesuíta Luis Ernot terminado em 1632 e que apareceu na Europa em forma anônima em 1747 (Guillermo Furlong, 1937, 24), ofertado ao superior da Ordem dos Inacianos, Padre Vicente Garrafa e desde 1662, foi reproduzido em diversas versões até metade do século XVIII, como nas copias de 1662, 1665 e 1671 na Holanda e outras praças cartográficas europeias. A importância cartográfica desse mapa, é máxima pelo pioneirismo, (388 anos em 2020) abrangência da área representada, riqueza cartográfica, rede hidrográfica, culturas ameríndias, abrangendo cerca de 4 milhões de Km2 (latitudes da Baia de Guanabara, ao Pacifico, longitude do N do Chile á região de Mendoza, Argentina e finalizando, o retângulo na Foz do Rio da Prata, como prova da excepcional riqueza, conhecimento de caminhos, da rede hidrográfica de toda região pelos Guarani, que através da oralidade, desenhos nas areias, no solo, foram convertidas pelos cartógrafos jesuítas no mapa.

ANVILLE.Jean Baptiste Bourguignon, Carte que represente La partie meridionale Du Brésil et du
Perou, le Chili septentrional et le Paraguay, ce qui fait de milieu de L´Américque méridionale. A
Venise [Itália] : Par. P. Santini,1779.
Disponível em : https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/14022
Acesso em: 04 JUL de 2017

Detalhe do mapa anterior.

b) Outro topônimo, outra cultura outro batismo? Como possivelmente Monte OCCARASU:

AA. Pieter van de ; LERY. Jean de, Brasiliaanze scheepvaard door Johan Lerius
gedaan uit Vrankryk in´t jarr 1556. Leide (Holanda): publié Piter van der Aa,
[entre 1706/1708]. Disponível em:
https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/14269
Acesso em: 22 JUNHO de 2017

Detalhe para a localizaçao do Monte OCCARASU no mapa anterior.

Occa= oca- aldeia, casa, lar….grande, possivelmente e Hans Staden (1557) já relatava no litoral do estado fluminense, uma aldeia Tupi denominada também de Occarusu.

Gerações no Ybiangi em Fevereiro de 2020. GB

ACESSO/INFORMAÇÕES/VIDEOS/RELATOS:

https://www.sapopema.pr.gov.br/
https://www.sapopema.pr.gov.br/artigo/pico-agudo
https://altamontanha.com/pico-agudo-de-sapopema-e-serra-grande-de-ortigueira/
https://www.facebook.com/pg/Pico-Agudo-Sapopema-PR-159577124145196/posts/
https://altamontanha.com/a-conquista-do-pico-do-meio-na-serra-grande-de-ortigueira/
http://gshow.globo.com/RPC/Plug/videos/t/edicoes/v/plug-visita-sapopema-parte-1/5643239/
http://gshow.globo.com/RPC/Plug/videos/t/edicoes/v/plug-visita-sapopema-parte-2/5643241/
http://www.sapopema.pr.gov.br/categoria/atrativos-turisticos
http://www.sapopema.pr.gov.br/artigo/pico-agudo
https://www.youtube.com/watch?v=CoamhGV6xNg&feature=share
https://tradfriends.com/2011/04/26/a-face-sudoeste-do-pico-agudo/

REFERENCIAS:

AA. Pieter van de ; LERY. Jean de, Brasiliaanze scheepvaard door Johan Lerius gedaan uit Vrankryk
in´t jarr 1556. Leide (Holanda): publié Piter van der Aa, [entre 1706/1708]. Disponível em: https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/14269 Acesso 22 /06/2017.

Altamontanha.com (Relatos de PAULO FARINA e GETÚLIO VOGETTA).

BIBLIOTECA DIGITAL LUSO-BRASILEIRA. Disponível em: https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/17 Acesso 15 /01/2017;. BIGG-WHITHER, Thomas. Novo Caminho no Brasil Meridional: A Província do Paraná – Três anos em suas Florestas e Campos: 1872-1875.

BLAEU, Joan; COECK, Geraerd. Paraquaria vulgo Paraguay: cum adjacentibu. Amsterdã: 1662. Disponível em: : https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/16524 Acesso em 27 /05/2017.

CHIARADIA, Clóvis. Dicionário Brasileiro de Palavras de Origem Indígenas: São Paulo; Limiar, 2009.
p. 288-289, 123 e 273.

CIRAM.-Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina.

EPAGRI. Disponível em : Acesso 19 /08/2019. http://ciram.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2943&Itemid=664.

COLAVITE. Ana Paula ;BARROS. Miriam Vizintim Fernandes. Geoprocessamento aplicado a estudos
do Caminho de Peabiru. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=319

http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/anpege/article/view/6590/3590 Acesso 19/05/2020

DALL”IGNA. Arion, A Composição em Tupi. Separata da Revista Logos, n.14. Curitiba.1951. pg. 5.

FURLONG, Guillermo Cardiff, S. J. Cartografia jesuítica del rio de La Plata. Buenos Aires:Instituto de
Investigaciones Históricas, 1936, 24.

HISTÓRIA DO PARANÁ ATRAVÉS DE MAPAS E IMAGENS Disponível em: http://colegiointegracaoassis.com.br/arquivos/noticias/13051608539395.pdf Aceso 13 Maio de 2020.

IBGE. FOLHA TERRA NOVA, SF.22-Z-C-IV-3/ MI-2785/ 1991. Esc. 1:50000, GB e Paulo Farina.

IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em: http://www.ipardes.gov.br/pdf/mapas/base_fisica/divisao_politica_2010.jpg Acesso 11 Abril de 2018.

MAACK. Reinhard, Mapa Fitogeográfico do Estado do Paraná. IBPT. Curitiba: 1950.
MAACK. Reinhard, Mapa Geológico do Estado do Paraná. IBPT. Curitiba: 1953
MAACK. Reinhard, Geografia Física do Paraná. IBPT. Curitiba:1968.
MINEROPAR. Mapa Geológico do Paraná. Disponível em :
http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=22 Acesso 17 Maio 2017.
NAVARRO. Eduardo – Dicionário de Tupi Antigo: São Paulo: Global Editora, 2013, p.18 e 139.
Informações, acesso, prefeitura de Sapopema, relatos, etc., estão relacionados no item 10 acima.
FOTOGRAFIAS: Acesso com permissão aos arquivos pessoais de Paulo Farina e Getulio Vogetta e de
um dos autores, GB.

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Sobre o autor

VITAMINA – Henrique Paulo Schmidlin Como outros jovens da geração alemã de Curitiba dos anos de 1940, Henrique Paulo foi conhecer o Marumbi, escalou, e voltou uma, duas, muitas vezes. Tornou-se um dos mais completos escaladores das montanhas paranaenses. Alinhou-se entre os melhores escaladores de rocha de sua época e participou da abertura de vias que se tornaram clássicas, como a Passagem Oeste do Abrolhos e a Fenda Y, a primeira grande parede da face norte da Esfinge, cuja dificuldade técnica é respeitada ainda hoje, mesmo com emprego de modernos equipamentos. É dono de imenso currículo de primeiras chegadas em montanhas de nossas serras. De espírito inventivo, desenvolveu ferramentas, mochilas, sacos de dormir. Confeccionou suas próprias roupas para varar mata fechada, em lona grossa e forte, cheia de bolsos estratégicos para bússola, cadernetas, etc. Criou e incentivou várias modalidades esportivas serranas, destacando-se as provas Corrida Marumbi Morretes, Marumbi Orienteering, Corridas de Caiaques e Botes no Nhundiaquara, entre outras. Pratica vôo livre, paraglider. É uma fonte de referências. Aventureiro inveterado, viaja sempre com um caderninho na mão, onde anota e faz croquis detalhados. Documenta suas viagens e depois as encaderna meticulosamente. Dentro da tradição marumbinista foi batizado por Vitamina, por estar sempre roendo cenoura e outros energéticos naturais. É dono de grande resistência física e grande companheiro de aventuras serranas. Henrique Paulo Schmidlin nasceu em 7 de outubro de 1930, é advogado e por mais de uma década foi Curador do Patrimônio Natural do Paraná. Pela soma de sua biografia e personalidade, fundiu-se ao cargo, tornando-se ele próprio patrimônio do Estado, que lhe concedeu o título de Cidadão Benemérito do Paraná.

4 Comentários

  1. Grandes Mestres Vitamina e Barfknecht: Parabéns pela admirável pesquisa histórica, geológica e botânica sobre esta icônica Serra Norte Paranaense. Sem dúvida, o Ybiangi encanta olhos e corações desde os tempos pré-colombianos. Ele é um marco belíssimo no horizonte Sul de minha cidade natal (Rolândia) e vêm povoando minha imaginação desde a infância! Graças ao vosso notável trabalho, passarei a contemplá-lo com ainda mais respeito, amor e admiração! Muito obrigado por mais esta valiosa contribuição ao Montanhismo Norte Paranaense!

  2. Geraldo Barfknecht em

    Amigo Paulo, muito obrigado, sempre pelas suas gentis, nobres e sempre generosas palavras. Apenas refletimos a singularidades dessa fabulosa montanha e muito, deve-se as suas incursões, pelo menos desde 2008, que nos mostrava janelas desse paraíso e quando entramos, reclamamos aos espelhos: porque não viemos antes.? Algo que o Vita, fez no inicio dos anos 2010 e desde então, ela nos acompanha na alma e você, como é o único que já fez todos os Agudos do Tibagi (vamos usar essa denominação para acentuar, deixa-los distintos, pois Tibagi é “topônimo endêmico” do PR),tem nossa profunda admiração, apreço, pois Paulo, você não apenas foi, mas levou-nos todos. E como você escreveu, para quem olhava de sua casa, o Ybiangi, era a janela, a moldura, os desejos e você os viveu e vive. Espalha-os, divide-os. Vamos para os capítulos III, Ybiangi na Cartografia e IV, Ybiangi e a história humana.

  3. Getulio R. Vogetta em

    Grandes mestres e amigos Geraldo e Vita! Excelente artigo, fruto da disposição e de uma riquíssima pesquisa histórica e do grande conhecimento acumulado de ambos! Sem dúvida uma inestimável contribuição à História do Montanhismo paranaense, que como se percebe não se resume apenas à Serra do Mar.

  4. Luiza Josefina Varaschjin em

    Uma pesquisa inigualável sobre o Montanhismo no Paraná. Dois grandes pesquisadores e montanhistas se unem para deixarem registrados e evidentes os feitos, os fatos, as altitudes, os acidentes geográficos, as altitudes, as composições rochosas, as peculiaridades, a geomorfologia, cartografia rara, grandiosidade presente na investigação e resgate histórico! No meu comentário não fui eloquente tal foram os montanhistas, pois a altitude que viveram e vivem, são singulares, únicas. Conheço o Montanhista Henrique e Geraldo Jorge, Geólogo, Montanhista, Professor Universitário de excelência, Geraldo Jorge Barfkencht.

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