Montanhista comemora aniversário com ação de limpeza no Pico Paraná

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O montanhista comemorou o seu aniversário de uma forma diferente esse ano. Invés de uma reunião com os amigos, boa comida e bebida, ele optou por ir para a montanha. Até ai tudo normal, já que muitos montanhistas preferem a paz das montanhas do que a badalação da cidade nesse dia especial. No entanto, Roque também aproveitou esse dia na montanha para fazer uma ação de limpeza no Pico Paraná.

Robson Lopes Roque e seus parceiros na ação de limpeza.

Ele contou que dias antes esteve de passagem na montanha, fazendo uma travessia e se surpreendeu com a quantidade de lixo que encontrou. Como no dia não tinha equipamentos apropriados não pode recolher nada. No entanto, ao conversar com uma amiga, ele decidiu fazer “essa faxina como presente de aniversário”. Assim ele publicou um storie convidando outras pessoas para sua festa na montanha.

No dia 05/02, Roque acompanhado de Guto Ferreira e Alini Telles seguiram em direção ao Pico Paraná. Alini veio de Itajaí, exclusivamente para participar da ação. Como a previsão de chuva para a tarde, o grupo saiu bem cedo, no entanto, devido a quantidade de lixo e ao peso das mochilas, a tempestade alcançou os três ainda no A1.

A ação de limpeza

“Fiz questão de levar nariz de palhaço e assim fazer um protesto durante a coleta dos lixos, fizemos questão de não deixar nada de lixo pra trás e acabamos por encontrar muito mais do que achei que teria lá, infelizmente”, contou o montanhista.

Roque é apaixonado por montanhas desde os 10 anos quando subiu o Morro do Canal pela primeira vez em uma excursão da igreja que participava. Desde então pratica o montanhismo na Serra do Mar onde já realizou a travessia Alfa Ômega, a travessia da Farinha Seca, da Serra da Jaguatirica, do Monte Cristo até Araçatuba, e mais algumas no Ibitiraquire que é sua região preferida.

“ O Pico Paraná e uma montanha difícil, linda e um dos nossos maiores tesouros. Se você tem um jardim que ama na sua casa, vai sempre cuidar e zelar dele. Ter visto todo aquele lixo me deixou muito triste, a nossa maior montanha estar naquele estado de sujeira realmente me deixou incomodado, pela quantidade e diversidade e por esse sentimento de incômodo foi que decidi fazer essa ação lá”, revelou.

O Lixo

Roque e seus amigos recolheram sete sacos de 50 litros cheios de lixo. Eles estimam que retiraram pelo menos 70 quilos de sujeira da montanha, carregando tudo em suas mochilas.

“Tinha uma diversidade incrível de lixos, mais sempre há umas coisa mais estranhas como um soldado de tênis 46. Tão grande que fiquei curioso pra saber como a pessoa retornou sem os dois tênis do A1 até a fazenda. O mais curioso foi uma caixinha que parecia estar desenterrada com terra e um carrinho dentro. Também recolhemos mais 3 cuecas daquela tipo boxe,  acredito que acabaram assando as pernas e voltaram sem cueca. Fora isso tinha cobertas, lençóis,  toalhas, uma imensidão de potes de Cup Noodles, além de uma fogueira no Getúlio e outra montada no A1, lonas e tudo mais que se pode imaginar”, contou Roque.

Detalhe para as cuecas deixadas para trás. Foto: Robson Lopes Roque

Cobertor molhado – Foto: Robson Lopes Roque

Lixo recolhido. Foto: Robson Lopes Roque

As parcerias

Roque agradeceu imensamente os dois montanhistas que toparam realizar a ação com ele e também a sua amiga Suzane, que lhe ajudou a planejar, mas não pode ir no dia devido a um problema de saúde, no entanto permaneceu como apoio na base.

Fim do dia com o lixo fora da montanha.

“A preservação da natureza não é para que possamos apenas usufruir das trilhas, é uma necessidade da humanidade. A preservação ambiental é um assunto muito importante para todos independente se vão à natureza ou não. A coisa mais simples do mundo é trazer o seu lixo de volta, se você levou um pacote de bolacha cheio é muito simples trazer o pacote de volta. O lixo que você joga na cidade muitas vezes é recolhido por coletores, mas o lixo que você joga nas trilhas depende da boa vontade de alguém retirar. Como disse aquele dia, fiz por amor, porque é importante pra mim e também é importante pra todos”, desabafou Roque.

“A  natureza é gratuita, não faça ela pagar o preço da sua irresponsabilidade. Seja educado e traga seu lixo de volta, pois isso é o mínimo que podemos fazer. Gratidão a Deus e aos meus companheiros por tudo”, completou.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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