Travessia Pico Paraná Ferraria sozinho e de ataque

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Em uma noite quente onde os termômetros marcariam 31 graus Celsius no dia seguinte e muito seco iniciei a trilha saindo da fazenda do Pico Paraná, no dia 22/01, às 23:15 com o objetivo inicial de pegar o nascer do sol no gigante do Ibitiraquire, o majestoso Pico Paraná.

Nasce do Sol com Mar de Nuvens. Foto: Robson Lopes Roque.

Já na subida do Getúlio, olhando o céu limpo, a lua clara, com muito calor e um clima bem seco, cheguei às 24:05 no cume do Getúlio. Após uma pequena parada pra se alimentar e se hidratar,  onde mandei mensagem para montanhista Suzane Coelho a qual relatei a cada cume por segurança e estar sozinho. Fico agradecido a ela pela ajuda,  segui meu rumo.
Ao chegar a placa de bifurcação do Caratuva surgiu a ideia de talvez subir o Itapiroca, e assim conseguir em apenas um ataque concluir a travessia com todos os cumes citados naquela placa.  Segui até a bifurcação do Itapiroca, mas antes parei na fonte de água e completei meus reservatórios, alcancei a bifurcação que leva ao Itapiroca às 24:42.

Olhando a placa surgiu uma nova ideia. Foto: Robson Lopes Roque.

Como estava com o tempo bom fiz a acessão ao cume passando por algumas barracas na área de camping e retornando. Em mais ou menos 30 minutos já estava na bifurcação seguindo sentido Pico Paraná alcançando a área de camping A2 às 2:22 daquela madrugada.  Passei em silêncio para não atrapalhar o sono dos campistas que ali estavam, alcançando o objetivo principal às 3:00 horas, pelo menos 2 horas antes do horário previsto.
Com isso só me coube deitar, apreciar as estrelas e cochilar por alguns minutos sendo acordado com barulhos às 5:00 por um homem chamado Luiz que também fazia a acessão ao cume sozinho, fizemos amizade e aguardamos o nascer do sol que por obséquio foi um dos mais lindos que já presenciei. Assim que o sol nasceu eu já havia tomado meu café,  no caso pão, bolacha, calabresa e sulco.

A primeira luz da manhã dessa travessia. Foto: Robson Lopes Roque.

Luiz e Robson. Foto: Robson Lopes Roque.

Então resolvi seguir em frente não sem antes convidar ao Luiz par seguir até o Caratuva pela trilha da conquista comigo onde ele aceitou e assim as 6:00 horas seguimos rumo ao Caratuva. Não sem antes observar o Taipa e Ferraria onde já pensava que seria sofrido chegar pelo calor que já estava fazendo aquele horário. E o mais difícil era pensar que o único ponto de água seria depois do Ferreiro e a água que tem na descida do Taipa talvez não seria apropriada.
Mesmo assim seguimos, passamos pelo A1 e às 7:10 já estávamos subindo pela trilha que foi a primeira a chegar no cume do PP. No cume do Caratuva encontramos uma infestação de butucas no cume, então apenas assinei o caderno e às 8:16 já estava rumo ao Taipa sozinho,  me despedi do Luiz que desceu pelo Caratuva e seguiu para a fazenda.

Vista do PP desde o Caratuva. Foto: Robson Lopes Roque.

Robson encarando seu próximo desafio nessa travessia. Foto: Robson Lopes Roque.

Eu fui ao meu caminho solitário sabendo que talvez não veria outras pessoas no trajeto, pouco antes das 9:30,  cheguei no cume e encontrei um rapaz de nome Thiago William que ouvindo parte do meu relato me forneceu 500 ml de água pra ajudar no caminho rumo ao Ferraria. Fica meu agradecimento a ele.
Já na descida do Taipa há um pequeno córrego, foi onde me abasteci com mais um litro de água já que não tinha a cara muito boa mais era o que tinha no momento. Assim aproximadamente às 11:15 já tinha alcançado o outro gigante,  esse que foi sofrido e difícil devido às condições de calor,  água e o que me fez sair correndo do cume. Sim não parei no cume, fui obrigado a sair o mais breve possível devido a uma infestação de butucas essas que me fizeram descer correndo rumo ao Ferreiro e só me deram paz no fundo do vale entre eles, às 11:41, ainda no vale me deparei com a fita da alfa crucis,  trilha essa que um dia sonho fazer.

Fitas da travessia Alpha-Crucis. Pensando nas futuras aventuras. Foto: Robson Lopes Roque.

Às 12:08, sendo guardado por dois urubus, cheguei ao cume do último morro da jornada: o Ferreiro.  Já pensando naquela Cachoeira na descida do mesmo, a qual às 13:05 tive o prazer de me refrescar e reidratar nela. Entrei com roupa e tudo embaixo dela e bebi uns 2 litros de água. Depois de me alimentar, resolvi acelerar o retorno à fazenda para finalizar a travessia,  às 15:05 estava na fazenda do Pico Paraná. Me despedi e segui ruma a minha casa, agradeço aos envolvidos. Por mais que tenha ido sozinho tive a companhia de pessoas especiais como a Suzane , o Luiz e o Willian entre outros que troquei poucas palavras no trajeto. Ano passado estive no Ciririca / Pico Paraná,  esse ano no Pico Paraná/ Ferraria,  quem sabe qual será a próxima aventura entre os gigantes do Ibitiraquire.
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