Franceses realizam escalada no K2 sem oxigênio e decolagem de parapente do cume

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Um feito inédito foi realizado pelos montanhistas franceses Benjamin Vedrines, Jean-Yves Fredriksen (Blutch), Zeb Roche e Liv Sansov ao decolarem do cume do K2, a segunda maior montanha do mundo, após escalarem sem o uso de oxigênio suplementar no dia 28/06.

Liv Sansov e Zeb Rocher com o K2 no fundo. Foto: Liv Sansov e Zeb Rocher

Vedrines, Liv e Roche conseguiram voar até o acampamento base, situado a 5.100 m. Já Fredriksen pousou a 6.600 m, onde havia estabelecido seu acampamento avançado para resgatar sua mochila de 25 kg e levá-la até a base. Vedrines foi o primeiro a decolar, levando apenas 11 horas para alcançar o cume, enquanto a descida até a base levou 30 minutos de voo.

 

O voo de Blutch foi um pouco mais curto, com cerca de 20 minutos até o acampamento. Ele precisou aguardar o momento certo, quando o vento permitisse o voo. “Devo ter passado apenas 5 minutos desde que cheguei ao cume e já estou pronto para decolar. Finalmente percebo que o vento é zero, nada, nada! Depois de uma soneca e algum tempo no cume… Uma boa rajada finalmente surge. Não hesito nem por um segundo. Meus movimentos são precisos. Em um quarto de segundo, me virei e desci a encosta correndo. Eu voo para longe pouco antes do abismo. Não estou sem fôlego e rapidamente tiro as luvas para ligar a câmera novamente”, relatou em suas redes sociais.

Primeiras vistas do grandioso K2.

O casal Roche e Liv não apenas escalou, como também decolou junto em um voo duplo. Eles iniciaram o voo às 17 horas, após aguardarem o momento oportuno. “Um voo mágico. Um voo que não esqueceremos tão cedo! Um voo com tanta altura e beleza!”, contou.

“Quase não conseguimos. Estávamos tão cansados no cume, o cérebro estava em hipóxia. Zeb lançou a asa, e parecia tudo certo. Só precisávamos correr cinco ou seis passos e estávamos prontos”, acrescentou Liv.

Os atletas decidiram esperar até que todos retornassem à França para divulgar a notícia, pois não tinham permissão para voar do cume. Esse tema se tornou ainda mais sensível após a morte de Rodrigo Raineri em uma queda de parapente na mesma região. “Para mim, está claro: não vou arriscar descer a pé e não vou abandonar meu antigo sonho tão perto de realizá-lo. Lamento sinceramente pelos meus amigos paquistaneses. Respeito profundamente sua cultura, a incrível confiança que vocês depositaram em mim, suas regras, mas não esta! Não a regra contra voar do cume do K2!”, escreveu Blutch.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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