Uma série de cumes foi registrada no Nanga Parbat (8.125 m), a nona montanha mais alta do mundo, em meio à notícia trágica da morte da alpinista tcheca Klara Kolouchova, em 04/07.
Kolouchova, de 46 anos, sofreu uma queda fatal durante a descida, acima do Acampamento 2, segundo informações confirmadas pela empresa Seven Summit Treks, que a apoiava na expedição. A queda ocorreu em terreno rochoso na madrugada, quando ela estava acompanhada por seu sherpa de apoio, Taraman Tamang. A agência negou relatos iniciais de explosão de cilindro de oxigênio, esclarecendo que o barulho ouvido se deu devido ao impacto de um cilindro em rochas durante a queda.
Inicialmente, a agência evitou declarar a morte oficialmente e a descreveu a situação como um “desaparecimento”, gerando confusão. No entanto, autoridades paquistanesas e a mídia tcheca confirmaram o falecimento.
O exército paquistanês mobilizou um helicóptero para localizar e recuperar o corpo de Kolouchova, que permanece no local do acidente. Segundo o comissário adjunto de Diamir, Nizamuddin, companheiros de expedição confirmaram sua morte ao retornarem ao acampamento base.
Klara e seu grupo, que incluía o seu marido, chegaram ao acampamento base do Nanga Parbat em 17/06. As condições na montanha este ano foram descritas como especialmente perigosas, com temperaturas altas, menos neve até o Acampamento 3, longos trechos rochosos expostos e vários desabamentos de rochas.
A alpinista era uma das mais experientes da República Tcheca, conhecida por ter sido a primeira tcheca a escalar os três picos mais altos do mundo: o Everest, o K2 e o Kangchenjunga. Em sua carreira, também somava o Cho Oyu, Annapurna (conquistado em 2024) e uma tentativa recente no Dhaulagiri.
Na temporada passada, Klara havia desistido de sua primeira tentativa na montanha pouco depois da parede Kinshofer por conta do mau tempo. Reconhecida como uma alpinista cautelosa, ela não hesitava em recuar diante de riscos excessivos. A alpinista deixa o esposo e dois filhos.
Chegadas ao cume
Apesar da tragédia, vários alpinistas alcançaram o cume nos dias 04/07 a 05/07 (horário local). Em 04/07, o romeno Horia Colibasanu atingiu o topo às 7h, após uma noite longa e difícil desde o Acampamento 4 (7.100 m). Ele escalou sem oxigênio suplementar e sem o apoio de sherpas, conquistando seu 11º pico acima de 8.000 metros dessa forma. A subida entre o Acampamento 4 e o cume durou nove horas.
A empresa Seven Summit Treks também confirmou a chegada ao cume da australiana Allie Pepper, acompanhada de Mikel (Mingtemba) Sherpa e Dawa Sherpa. Entre as equipes de apoio, destacaram-se Dawa Sherpa, Pasang Dukpa Sherpa e Lakpa Temba Sherpa, além de Ali Hassan, do Paquistão, que trabalharam na fixação de cordas até o topo.
Outros alpinistas internacionais que estiveram na montanha incluem Dorota Rasinska-Samocko (Polônia), Paula Strengell (Finlândia), Jorge Egocheaga (Espanha) e Rana Hassan (Paquistão).
Escaladores paquistaneses também chegaram ao cume. Sohail Sakhi, chegou ao cume com Shezad Karim, ambos sem oxigênio suplementar ou apoio de sherpas. Ashraf Sadpara também alcançou o cume, concluindo a escalada de todos os picos de 8.000 metros do Paquistão em sua lista – incluindo o K2, que já escalou três vezes. Sadpara é filho do lendário alpinista paquistanês Ali Raza, conhecido por treinar gerações de montanhistas locais.
Por outro lado, o paquistanês Saad Mohammed enfrentou problemas de saúde e não conseguiu avançar. Ele relatou, em suas redes sociais, fadiga e desidratação que o forçaram a permanecer no Acampamento 2.
O verão de 2025 tem se mostrado complicado no Nanga Parbat. As temperaturas mais altas reduziram a cobertura de neve em partes críticas da rota, expondo rochas soltas e exigindo escalada técnica em gelo duro, aumentando o risco de quedas de pedras.