Um dia perfeito, um passeio perfeito com as crianças. Uma das montanhas que mais gosto no estado do Rio de Janeiro, um dos primeiros parques nacionais que visitei quando comecei a escalar. Soma-se a isto um participante que só sabe reclamar e estrague seu fim de semana. Mas lembre-se, a culpa é sua.
Sobre o Autor
Mantendo o ritmo de escalada forte para este ano, topei o convite de minha amiga Graziela Mendes em voltar à Argentina durante o inverno.
Todo atleta que se preze leva seu esporte a serio, mesmo que este atleta seja amador. Para este homem ou mulher, o tempo ruim não importa, as adversidades da vida ou dificuldades financeiras são mais um obstáculo a ser vencido. Ele vai levar seu esporte tão a serio que vai fazer de tudo para ser o melhor, mesmo que este melhor seja só para ele.
Esta semana que passou por conta de muito trabalho não pude escalar e tive de ficar longe dela. Tive de me contentar em malhar no murinho do apartamento. Entre um mate e um projeto, uma passadinha nas agarras, mas minha cabeça só conseguia pensar nela, por mais que me afundasse em trabalho, meus pensamentos pertenciam a ela. Meus amigos foram para São Thomé das Letras (MG), e estariam perto das suas, eu fiquei em casa e só pensei nela.
Feriado da Semana Santa e uma promessa de grandes paredes no interior de Minas Gerais.
Ontem terminei de ler mais um de meus autores preferidos, Jon Krakauer, não por sua familiaridade com o esporte montanha, mas por sua narrativa rica em detalhes e modo como amarra o assunto principal ao pano de fundo, dando focos nos dois sem perder o ritmo.
É comum termos na ponta da língua um motivo chave que esclareça as dificuldades que nos levaram a não realizar nossos projetos. Normalmente, o item mais comum da lista que contém milhares de desculpas possíveis é a falta de tempo.
Dezembro, hora de colocar o pé na estrada e sair para novos ares longe do caos da cidade grande. Um mês longe de casa e do trabalho não faz mal a ninguém, ainda mais sabendo para onde estava indo: Los Arenales, Mendoza.
Porque digo isso? Bom, no fim dos anos 90, quando escalávamos no Rio de Janeiro, ao entrar nas vias do Morro da Panela em Jacarepaguá, batíamos palma e pedíamos, por favor, para passar pelo terreno do morador que vivia colado na entrada de algumas vias. Deixávamos o carro dentro da comunidade e ainda dávamos um trocado para algum menino que tomava conta do carro, no final do dia parávamos no bar de algum morador e tomávamos uma coca-cola, tudo isso para manter a cortesia em alta com os moradores. Hoje, parece que a falta de educação e bom senso pode tirar o direito de ir e vir das montanhas de quem mais depende delas para do esporte: nós, escaladores e caminhantes.
Não gosto de política, ou melhor, prefiro não me envolver em tanta enganação e sujeira que é a vida política de nossa pátria, mas no fundo deveria. Todos nós deveríamos olhar com um pouco mais de carinho para situação em que nos encontramos a poucos dias de uma eleição. Sujos ou não, os candidatos que votados ou não por desportistas, biólogos, geólogos, matemáticos, médicos ou loucos estarão nos representando. Mas quem queremos nos representando no senado e presidente da nação?