Sobre o Autor

Daniela Teixeira e Paulo Roxo é uma dupla portuguesa que pratica escalada (rocha, gelo e mista) e alpinismo. O que mais gostam? Explorar, abrir vias! A Daniela tem cerca de 10 anos de experiência nestas andanças e o Paulo cerca de 25. A sua melhor aventura juntos foi em 2010, onde na cordilheira de Garhwal (India - Himalaias), abriram uma via nova em estilo alpino puro na face norte da montanha Ekdante (6100m) e escalaram uma montanha virgem que nomearam de Kartik (5115m), também em estilo alpino puro. Daniela foi a primeira e única portuguesa a escalar um 8000 (Cho Oyu). O Paulo é o português com mais vias abertas (mais de 600 vias abertas, entre rocha, gelo e mistas). Daniela é geóloga e Paulo faz trabalhos verticais. Eles compartilham suas experiências do velho mundo e dos Himalaias no AltaMontanha.com desde 2008. Ambos também editam o blog Rocha Podre, Pedra Dura (rppd.blogspot.com.br)

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Chepeletas também morrem…
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Para aqueles que pensam que “as chepeletas nascem nas paredes”, ficam a saber que as chepeletas (neste caso, os pernes) também MORREM nas paredes. Algumas morrem de morte natural e velhice – aquelas de aço zincado, que se distinguem perfeitamente a olho nu. Aquelas que “descascam” com a ferrugem acumulada e às quais ninguém ousa confiar o corpinho.

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Nangma Valley – Terceira Parte
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Éramos os primeiros seres humanos a pisar aquele pedaço estreito do planeta. Abraçámo-nos. A celebração ficaria para depois. Naquele momento, estávamos vazios de emoções. Apesar do cansaço, o instinto mantinha-nos atentos, tensos. Apenas queríamos descer o quanto antes. Esperavam-nos ainda muitos rapeis, até alcançar a segurança do colo Alam.

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Nangma Valley – Segunda Parte
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Com previsão de bom tempo para os dias seguintes, a vontade de ficar no campo base não era muita. Ainda assim, para favorecer uma aclimatação “by the book”, forçamo-nos a passar por ali dois dias antes da nossa primeira incursão aos fundilhos do vale. A curiosidade espicaçava-nos o espírito, já que as nossas passeatas nos tinham levado a espreitar o que haveria por ali, ou seja…já tínhamos avistado o terço superior do Kapura.

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Variante Pops
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Já o Inverno tinha entrado na Primavera e ainda não tinha chegado a ansiada encomenda especial. Após os últimos dias de actividades de neve na Serra da Estrela, ainda esperávamos um fim-de-semana alargado extra para fechar a época. Esse fim-de-semana surgiu dos dias 13 a 16 de Abril, quando vimos uma aberta de bom tempo nos Pirinéus. Já há algum tempo que tínhamos uma linha em vista nos Gabietos, um “3000” lá para as proximidades de Ordesa.

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A alma e a memória
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– Olha, o teu projecto está em condições!
A mais de mil quilómetros de distância conseguia sentir a excitação na voz do Miguel Grillo ao telefone. Nem sequer era necessário dizer-me o nome, para eu adivinhar a que projecto se referia. Estávamos em pleno inverno de 2002, e eu estava “plantado” em Benasque, no coração dos Pirinéus. O Miguel, o João (Animado) e o Hélder Massano encontravam-se na Serra da Estrela. Naqueles dias, tinham-se formado quase todas as cascatas habituais, incluindo a rara e emblemática “Cascata do Inferno”. Mesmo à direita desta ultima “ex-libris”, existe um tecto pronunciado desde o qual se ergue de quando em quando, uma fantástica cascata de gelo inacessível, a quase 30 metros da base da parede. Esta inacessibilidade, esta aparente impossibilidade, foram talvez os verdadeiros motivos que despertaram a minha imaginação, que atraíram os meus sonhos de aventura. Aquele tecto provocador de granito, um tecto que cortava inexoravelmente o acesso à bela linha de gelo imaculado, representava um desafio irresistível.

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A Parede Solitária
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Suponho que cada qual terá a sua noção de “grande dia de escalada”. Provavelmente, para cada indivíduo, essa noção também dependerá das circunstâncias de cada momento. Por vezes, será a realização do maior número de vias e terminar o dia com os antebraços inchados de dor. Noutras situações, será o encadeamento de determinado projecto há muito almejado.

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