O Ribeirão do Simão nasce no alto da Serra do Garrafãozinho e atravessa tortuosamente o miolo da antiga Faz. São Simão – q deixou de fabricar celulose meados do séc. passado – até desaguar no majestuoso Rio Itatinga, alguns kms a sudoeste. Na verdade, nem sei se esse é o nome correto do regato, mas como não encontrei identificação na carta de Mogi e ninguém da região (inclusive Seu Geraldo!) soube precisar seu nome, resolvi simplesmente apelidá-lo de Ribeirão do Simão por motivos óbvios. Desde q o conheço por rio, a vontade de percorrê-lo até sua foz sempre martelou na cachola. Mas foi neste ultimo domingo q esse desejo se concretizou. Ou quase. Faltou pouco pro final, não tivéssemos sido seduzidos a estacionar num enorme lago natural espremido no meio da serra, onde as águas cristalinas do Simão são represadas calma e convidativamente. E o melhor, sem ninguém por perto. Um verdadeiro oásis no inferno verde.
Sobre o Autor
Durante mto tempo a Fazenda São Simão ocupou-se em extrair da mata nativa original q forra td setor sul da Serra do Garrafãozinho a matéria prima necessária pra produção de papel, no século passado. O tempo passou. A fazenda terminou desativada e, enfim, abandonada. Restou, no entanto, dentro de td área q abrange sua gde propriedade a estrada principal de manutenção hj parcialmente tomada pelo mato dos outrora reflorestamentos. Desta brotou uma rede de trilhas e veredas, costumazmente utilizados tanto por caçadores como esporádicos andarilhos, q levam a vários lugares interessantes desta borda de planalto mogiano limitada pelo Rio Itatinga. Bucólicos recantos como o Poço do Simão, enorme piscinão de cor acobreada a apenas duas horas de caminhada do asfalto, ideal prum banho refrescante num domingo de sol.
Situada ao sopé da Serra do Mar na baixada santista de Cubatão, a Usina Henry Borden gera a energia necessária pras suas atividades graças a força dos rios q despencam do planalto rumo litoral. Paralelo à mesma, o Rio das Pedras igualmente despeja seu conteúdo cristalino serra abaixo na mesma proporção, desta vez oferecendo não energia e sim um espetáculo natural traduzido sob a forma de uma maravilhosa cachoeira, a Cachu do Paraíso, visível até da Rod. Anchieta. O q poucos sabem é q esta magnífica queda dágua é mais acessível do q se imagina, através de trilha q não dá nem uma hora de pernada moderada partindo do asfalto.
Paranapiacaba está repleta de lugares e recantos pitorescos, principalmente daqueles q atendem por nomes curiosos q ninguém sabe exatamente precisar localização (ou até veracidade de sua existência), mas q certamente td mundo já ouviu falar. Um deles é uma tal Trilha do Macaco, vereda da qual sempre ouvi falar mas nunca soube de fato onde ficava, supostamente situada nas entranhas serranas do Vale do Quilombo e q faria uma rápida interligação da vila inglesa ao rio homônimo. Além disso, a vereda levaria a belíssimos remansos situados entre o bucólico Piscinão do Quilombo e o tradicional Poço das Moças, o q por si já é bem estimulante. Colhendo infos aqui e ali, este último domingo empreendemos uma legitima busca à supracitada e misteriosa picada, realizando então uma variante pauleira da tradicional Volta na Serra, com direito até a subida ao topo da ilustre Pedra do Índio.
Com uma súbita frente fria neste ultimo fds jogando literalmente água abaixo na minha programação original, o jeito foi apelar pra minha tradicional carta na manga: o infalível Plano B. Este consiste em programas sussas e convencionais q geralmente a gente sempre empurra com a barriga pra fazer sempre depois, devido à facilidade e proximidade. No caso, retornar a Paranapiacaba e buscar emendar 3 roteiros clássicos: dois localizados no Pq Natural das Nascentes e outro no Núcleo Itutinga-Pilões, do Pq Est Serra do Mar. Me refiro, respectivamente, ao Tanque do Gustavo, Trilha da Pontinha e Poço Formoso, q além de se situarem em extremos opostos da vila inglesa guardam outra característica peculiar em comum: são trips proibidas q, dependendo, requerem de guia ou monitor ambiental.
A idéia era descobrir uma picada q me foi soprada a um tempo e emendar algum outro programa junto pra tornar o feriado produtivo. A Trilha dos Grampos era uma vereda q apenas ouvira comentar de leve, mas agora com alguma info mais concreta decidi tentar encontrá-la. Ah, sim. A picada em questão supostamente interligaria o asfalto (q ruma sentido Paranapiacaba) diretamente à Cachu dos Grampos, situada no Rio Vermelho, sem necessidade de percorrer td leito pedregoso (como costumo fazer) deste sinuoso e simpático regato, localizado na borda de planalto da Serra do Meio. Por se tratar de uma busca até relativamente breve e simples, decidi estica-la indo até o Poção da Garganta, pra depois subir o rio até a Cachu dos Grampos e então retornar pela suposta misteriosa picada.
Durante minha primeira visita a Mairiporã, município paulista distante 30km da capital, uma placa com um interessante ícone de cachu indicando uma tal Sete Quedas instigou minha curiosidade a ponto de saber do q se tratava. Contudo, a escassez de tempo naquele bate-volta impediu minha ida à cachu e portanto deixei proutra ocasião. Pois bem, estes dias estando à toa (e sem idéia melhor) resolvi fugir um pouco do pólo Mogi-Paranapiacaba e fui lá conferir a dita cuja – tb conhecida como Cascatinha – às cegas, ou seja, sem qq informação. Pois bem, antes tivesse pesquisado mais no Google a respeito daquele atrativo local, pois o bate-volta resultou num programa urbanóide demais e frustrante, por assim dizer – onde a viagem e os detalhes da mesma foram mto mais interessantes q o destino em si.
Visível da janela da minha casa – situada no alto de uma colina na zona oeste da capital paulistana – o Pico do Jaraguá destoa da horizontalidade da metrópole elevando-se elegantemente sob a forma de um pequeno serrote q recorta o horizonte com seus dois picos apontando pro céu, no extremo oeste da cidade. De altitude acanhada (1135m) se comparada a outros points e dificuldade zero de acesso ao cume, o Pico do Jaraguá é bate-volta clássico de iniciação à aventura na montanha mais próxima q os paulistanos tem à disposição, inclusive deste q vos escreve aqui. Após séculos de ausência no local, aproveitei um dia claro pra lá retornar e constatar poucas novidades, mas tb avaliar novas possibilidades de pernadas pouco ortodoxas pela região. Independente disso, o Pico do Jaraguá continua sendo não apenas mais um cartão-postal da metrópole, mas tb o pto mais alto da cidade de São Paulo.
Perdi a conta das investidas q já fiz ao Rio Quilombo, respeitável curso dágua q serpenteia o vale homônimo em seu sinuoso curso rumo à baixada santista, nos arredores de Paranapiacaba. Apesar de já palmilhar seu leito pedregoso de cabo a rabo – desde suas nascentes no alto da serra até o Poço das Moças – sempre passei batido por um dos seus maiores atrativos, um tal de Piscinão, próximo de um antigo acampamento palmiteiro conhecido como Rancho 71. Com tempo de sobra e ainda me recompondo fisicamente dos festejos de fim de ano (entenda-se ressaca), essa foi a deixa prum bate-volta descompromissado afim de sanar essa desfeita, desfrutar calmamente o lugar e entender o motivo deste ser um dos locais preferidos de quem se dispõe a sair da vila inglesa numa árdua caminhada de 8hrs cheias e vencer um desnível de quase 300m em meio a uma verdejante Serra do Mar ainda pouco visitada.
O pessoal era de uma agencia, a DesafioAdventures, q havia rapelado o cânion após pernoitar com clientes no alto do paredão direito. Pernoitado, como assim? Pois é, qdo estive a ultima vez ali (coisa de 3 anos atrás) não recordo de ter visto nenhum local decente de pernoite a não ser o tradicional bivake em rede, e isso despertou meu interesse pois vem a calhar no caso de explorações mais demoradas pela região. Bom saber disso ai.