Avalanche destrói parte do acampamento no Manaslu

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Após vários dias de nevascas que acumularam aproximadamente três metros de neve, uma avalanche destruiu parte do acampamento base do Manaslu. Apenas uma equipe de Sherpas permanecia no local. Felizmente ninguém ficou ferido, no entanto equipamentos foram perdidos.

A avalanche destruiu diversas barracas.

Pemba Sherpa, Sange Furi, Ganesh Gurung, os gêmeos Norbu e Gelbu são os únicos escaladores que ainda estavam na montanha. Os outros montanhistas como Simone Moro, Álex Txikon e Oswald Rodrigo Pereira se deslocaram para a vila de Samagaun e Katmandu onde teriam mais conforto para esperar uma boa janela de tempo.

Durante o tempo que permaneceram no acampamento base, além de aclimatar, todos os montanhistas também trabalharam duro contra a neve, para evitar que as barracas ficassem soterradas e na construção de contenções. De acordo com Moro, esse trabalho foi fundamental para salvar parte do acampamento e as pessoas que estavam lá.

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Ele também comentou sobre a decisão de deixar o acampamento base por um tempo. “Escalar no inverno exige não só esperança e motivação, mas sobretudo muita experiência , muito tempo (três meses), muita paciência , muita logística e orçamento, e muita humildade. Desejo que o que aconteceu nos ensine que é melhor seguir os sinais que vêm da montanha e o cheiro e os conselhos daqueles que ainda estão vivos depois de 70 expedições… Se digo que devemos tirar uma semana ou dez dias de folga, significa que isso deve ser feito para salvar nossas vidas e não porque precisa de uma cama quente e macia”, escreveu.

Após vários dias nevascas, os montanhistas decidiram deixar o acampamento base até o tempo melhorar.

Álex Txikon também falou sobre o poder da montanha e que cada montanhista deve entender e respeitar os sinais que ela dá. Ele também relatou que irão reavaliar a expedição e a possibilidade de continuar a escalada. “O dano terá que ser avaliado e o que pode ser feito”, revelou Txikon.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

1 comentário

  1. Sobre o que aconteceu no Marins, a frase mencionada sobre paciência, humildade, conselhos é perfeita.

    “Escalar no inverno exige não só esperança e motivação, mas sobretudo muita experiência , muito tempo (três meses), muita paciência , muita logística e orçamento, e muita humildade. Desejo que o que aconteceu nos ensine que é melhor seguir os sinais que vêm da montanha e o cheiro e os conselhos daqueles que ainda estão vivos depois de 70 expedições… Se digo que devemos tirar uma semana ou dez dias de folga, significa que isso deve ser feito para salvar nossas vidas e não porque precisa de uma cama quente e macia”

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