Calor excessivo na Europa provoca fechamento de ícones do montanhismo

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Aquela imagem famosa do Matterhorn, montanha nevada dos Alpes que ilustra a embalagem dos chocolates Toblerone, já não é mais a mesma. Assim como as fotos feitas no Mont Blanc (França) ou na Marmolada (Itália) as montanhas estão com menos gelo. Assim, a onda de calor na Europa tem provocado o fechamento de vários ícones do montanhismo para evitar acidentes com deslizamentos e avalanches.

Matterhorn quase sem neve nessa temporada de verão. Foto: AFP

Os guias da região de Chamonix na França suspenderam as atividades durante essa temporada de verão (hemisfério norte) no Mont Blanc, o berço do montanhismo. Assim como os guias de Zermatt na Suíça e Valtournenche na Itália, que pararam de levar seus clientes em expedições ao Matterhorn e outras montanhas.

Medidas de segurança fecham Ícones do Montanhismo

No entanto, mesmo com os avisos e recomendações, montanhistas continuam insistindo em escalar essas montanhas.  No dia 02/08 um grande deslizamento de neve no Matterhorn mostrou que as precauções com a segurança nos Alpes devem ser respeitadas. Um grupo precisou ser resgatado pelas equipes de busca. Felizmente ninguém ficou ferido nesse episódio.

No entanto, para evitar outros acidentes o prefeito de Valtournenche , Jean Antoine Maquignaz, emitiu uma portaria para o fechamento temporário da rota normal do Matterhorn e do Jungfrau. A primeira vez que isso acontece em um século. O prefeito de Saint-Gervais, Jean-Marc Peillex, também tomou medidas para evitar que as tentativas de escalada no Mont Blanc. No último dia 05/08 ele emitiu um decreto de fechamento dos refúgios de Tete Rousse e Gouter, principais pontos da rota normal da montanha.

De acordo com informações, na noite anterior ao fechamento, mais de 79 alpinistas estavam hospedados em um dos refúgios com planos de “fazerem uma roleta russa da escalada”. O prefeito propôs então que alpinistas “inconscientes” e “candidatos à morte”, nas palavras dele, pagassem antecipadamente uma taxa de 15 mil euros, que é o que ele estima que custaria uma operação de resgate e enterro.

Sem força de lei, a taxa proposta pelo prefeito não entrará em vigor nesse momento. No entanto, as forças de segurança pública poderão fiscalizar o cumprimento dos decretos e garantir que as pessoas não acessem a montanha.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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