Outono passado estive pela primeira vez na região do Vale do Rio Anhangabaú, gde tributário do Rio Quilombo situado na região serrana de Paranapiacaba. Entretanto, aquele bate-volta à suas mansas nascentes fora tão breve q mal deu pra arranhar o local, deixando-nos com mais vontade de lá retornar. Vontade esta satisfeita parcialmente neste ultimo domingo, onde palmilhando outra picada menos usada – e nos valendo inevitavelmente de lances de vara-mato e escalaminhada – fomos dar noutro setor mais acidentado (e encachoeirado) do Anhangabaú. O resultado foi uma bate-volta puxado do qual tiramos finalmente conclusões a respeito dos programas montanheiros possíveis nesta região menos conhecida da ilustre vila inglesa. Pernadas q até mesmo os monitores/guias de Paranapiacaba desconhecem.
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Quando estivemos no alto da Pedra da Esplanada poucos meses atrás, outra pedra vizinha nos despertou bastante o interesse pelo seu contorno gracioso e arredondado, detentora de um cume projetando-se mais além e acima de um enorme paredão rochoso. Sim, era o Pico do Garrafão, mas não àquele da Serra dos Órgãos (RJ) ou o de Itamonte (MG). Era o seu modesto homônimo de Mogi das Cruzes (SP) q desta nos chamava até seu largo topo através de sua majestosa face sudoeste repleta de musgo, gramíneas, bromélias e mata nebular, quase mil metros acima do nível do mar.
Nesta ultima segunda (21/06), na boa companhia dos amigos e parceiros de cordada, Paulo Henrique Munhoz PH, Marcos Palhares Tatu e Hermes Pereira Soldado, terminamos a conquista na Pedra Paulista em Itaguaçu (ES), totalizando 800 metros de escalada! Algo que superou absurdamente nossas expectativas, tanto no quesito extensão de via, quanto a fatos de achar que seria uma linha fácil e rápida de se conquistar. Tudo um grande engano, o que gerou o nome da via: Nada é o que parece ser.
O despertador do celular tilinta na escuridão do quarto. Tateio na mesinha de cabeceira e aperto a tecla que o silencia. São 4 da madruga. Levanto e vou até a cozinha da pousada.
Combinamos antecipadamente fazer a travessia de Bairro Alto até a Graciosa, eu o Taylor Thomaz e o Elcio Douglas Ferreira pela trilha normal do Ferraria, mas decidimos pegar um atalho pela face dos 500 anos (crista) que já havíamos tentado antes. Sendo atalho imaginamos que teríamos que abrir mato no peito e economizaríamos algum tempo, mas este atalho teve um custo de 12 horas, pernas e roupas rasgadas.
Gomeral é um bairro rural de Guaratinguetá (SP) situado em torno dos 1.200 m de altitude numa encosta privilegiada da Mantiqueira, cujos paredões se debruçam verticalmente ao Vale do Paraíba próximos à divisa com Campos do Jordão. O simpático local é recheado de trilhas q levam a locais interessantes, com destaque pra Pedrão, q além de ser o pto culminante é tb cartão-postal do vilarejo. No entanto, achar infos de sua vereda (seja na net ou no local) termina sempre convergindo pra conhecida conversa da contratação-do-guia-local-pra-não-se-perder. Como a idéia é não fazer qq passeio de mão dada, metemos às caras por conta pra realizar uma travessia em formato de ferradura no local. Assim, subimos ao alto dos 1789m da Pedrão pela sua picada normal pra retornar por sua variante noroeste, resultando num agradável circuito montanheiro com pernoite selvagem ideal prum fds de bom tempo. E sem necessidade de guias, claro.
O Caminho do Peaberu foi a audaciosa rota indígena pré-colombina q unia o Atlântico ao Pacífico, e seus emaranhados de veredas tiveram ramificações q se estenderam até São Vicente, passando nos arredores de Paranapiacaba. A tentativa de refazer o traçado do trecho paulista resultou numa interessante travessia q – totalizando 18km através de picadas e precárias estradas de terra – inicia em Rio Grande da Serra, acompanha o Rio do Ouro e finda na imponente Cachu da Torre, já no Pque Mun. do Perequê, cruzando os municípios de Sto André e SBC. Pernada de um dia q busca resgatar um pouco da historia em meio à natureza exuberante, onde os rios da região formam inúmeras quedas e piscinas naturais ao serpentear as escarpas e encostas da Serra do Mar em direção ao litoral.
Sabadão amanhece legal em Santa Bárbara. Após o delicioso café no hotel, regado a pãezinhos de queijo e de minuto, rosquinhas de côco, pasteizinhos de queijo e bolo de fubá, lá vamos nós, outra vez, rumo ao Parque do Caraça.
Quer lugar melhor pra curtir o feriadão do corpo de Jesus Cristinho do que buscar uma região famosa por seu espírito religioso? Pois foi pra lá que fui: Minas Gerais.
Inserido no município de Santana do Riacho, o vilarejo da Lapinha descobriu sua vocação trilheira com o boom de sua travessia mais ilustre, q o interliga ao Tabuleiro. Entretanto, são inúmeros os caminhos q circundam o pacato arraial, situado a 140km de BH. Se indo pra leste temos a notória pernada rumo ao Tabuleiro, pro norte temos duas travessias menos conhecidas q desembocam nos arraiais de Fechados e Congonhas do Norte. E pro sul? Pois bem, aí temos a Lapinha-Cipó, pernada árdua de 4 dias q totaliza em torno de 60km atravessando o miolo da imponente Serra do Bréu, morros e descampados da Bacia do Rio Parauninha e da Serra Morena, adentra no PN Cipó e finda em Cardeal Mota, via Caminho dos Escravos. No trajeto desta nova e interessante rota no Espinhaço, inúmeras cachoeiras de água límpida em meio à beleza de campos rupestres de perder a vista.