A pernada se manteve no mesmo compasso durante um bom tempo, ate q alcançamos uma beirada de serra onde tivemos o primeiro contato visual com o Monte Crista, as 12:13! Localizado num serrote esparramado à sudeste, ainda havia q vencer uma nova seqüência de cristas e morrotes menores até lá, com trilha bem obvia e visível! Com ritmo inabalável, continuamos nossa empreitada agora sob forte calor do inicio de tarde! Descendo através de cristas e cocorutos sucessivos e cada vez mais próximos do Monte Crista, passamos inclusive por blocos rochosos q escondiam tocas e algum lixo. Estávamos no rumo certo mesmo!
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Após uma noite mal dormida, desperto às 6 da manhã. Nem a quantidade de roupas vestidas, tampouco o saco de dormir, foram suficientes pra me aquecer satisfatoriamente. Neste tipo de clima, tem de ser um de 10º C e o meu é de -5º C.
Às 5 a lua reflete, pela metade, seu brilho branco no azul esmaecido do céu. Como não está frio, visto apenas um moleton de fleece pra ir ao banheiro.
A &ldquo,Trilha das Cachus do Ribeirao de Itu&ldquo, é daqueles programas naturebas no litoral norte de SP q tds já fizeram alguma vez, exceto você. Localizado no Núcleo São Sebastião do PE Serra do Mar, o trajeto íngreme da picada compreende os 6km finais em meio à exuberante Mata Atlântica, encachoeirados e mais interessantes da conhecida &ldquo,Travessia Salesópolis-Boiçucanga&ldquo,, q por sua vez é uma vereda q acompanha o Ribeirão de Itu serra abaixo, unindo o planalto ao litoral. Entretanto, a &ldquo,Trilha das Cachus&ldquo, pode resultar tanto num passeio familiar de nível brando como numa trip mais perrengosa de dia inteiro para quem se dispuser a encarar as varias possibilidades de rotas q seu sinuoso e cristalino rio oferece.
O acampamento está sendo desmontado. Os porters atarefados arrumam suas cargas enquanto Ali os observa pitando um cigarro acocorado. Uma mula também integra nossa expedição. Carrega querosene, fogões e sacos de 20 kg de farinha. Devemos partir, segundo meus cálculos, às 07:15, o que de fato ocorre.
1.877,33 metros. Esta é a altura precisa e oficial do ponto culminante da região sul do Brasil, o majestoso Pico Paraná. Isso de acordo com as medições feita pela parafernália científica e tecnológica da nossa época. Essa altura muda sempre a cada nova medição, e para menos, lamentavelmente. Nossa esperança é que as novas atualizações acabem mexendo apenas na casa dos centímetros, ou milímetros quem sabe.
Era a quarta vez que eu seguia para esse vizinho do pico Paraná, um imenso bloco rochoso que compõe uma das maiores paredes de escala do Brasil. O inicio da descida é relativamente íngreme, e exige um pouco de cuidado pra não torcer um tornozelo ou se esfolar. O fim da descida é o União, o qual se cruza rapidamente, e então um pouco mais de subida, e chega-se ao Ibitirati. Já de cara fiquei buscando por uma provável saída a direita, onde começaríamos a trilha no dia seguinte. Como todo mato era igual, sair do topo seria o mais obvio, mas isso era algo a se estudar pra frente ainda. Agora, tínhamos que encontrar locais bons para armar barracas, o que é meio difícil numa rocha sólida e maciça. Mas pra minha surpresa encontrei um rapidamente, encostado na trilha do lado esquerdo.
O córrego não apresentava nada de atípico, era muito belo e a água fresca e deliciosa. Porém ele nos reservava uma surpresa mais à frente. A descida por ele era cada vez mais inclinada, e mais à frente, para nossa surpresa, um novo rapel de fez necessário. Este com certeza poderia ter sido evitado se procurássemos uma passagem pela margem, mas a pressa falou mais alto, e o sol estava baixo já. Decidimos então pelo que era mais rápido, no caso, o rapel. Íamos agora descer por uma cachoeira seca. Se o rio estivesse no seu volume normal, jamais seria possível descer por ali. A ordem de descida foi mantida, eu primeiro, depois Paulo e por fim o Sexta. Restava pouco tempo de luz para nós neste dia, e dentro da mata, já estava bem escuro.
Uma das + tradicionais travessias litorâneas do Nordeste vem ultimamente perdendo espaço p/ algo bem + civilizado: os bugues, oriundos de praias + próximas à região metropolitana, como Pecem, Mundaú e Amontada. Contudo, independente do uso ou não de veículos, a Jeri-Camocim continua sendo uma daquelas pernadas q prima pela beleza de suas largas praias virgens como pelo verdadeiro espírito aventureiro q proporciona. Prazer redobrado p/ quem faz estes quase 50km a pé, ilustrado por dunas, lagoas, mangues e comunidades de pescadores, q ajudam a compor o perfil deste q é um dos últimos roteiros selvagens no litoral + bonito do Brasil.
A idéia de fazer um bate-volta noturno no Pico Paraná já nos atraía há tempos. Sempre faltava a oportunidade certa. Então, num sábado de tarde, recebi um telefonema do Helton me convidando para ir. O tempo não estava lá muito bom, e por ser começo de dezembro não dava pra esperar grande coisa, chuva é normal nessa época.