Estava eu lendo o livro &ldquo,Montanhismo Brasileiro&ldquo,, cujo autor é Antonio Paulo Faria, onde me deparei no capítulo &ldquo,Coisas que vêem de cima e de baixo&ldquo,, página 220 especificamente, com o relato do incidente em Pedralva – MG, envolvendo a queda de um JEEP.
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Um bate-volta de cunho exploratório no Primeiro Parque Nacional do Brasil – Segunda parte.
30 de abril de 1997- 1º dia
Eram 17:45h do dia 30 de abril de 1997, horário que eu saía de casa, e ia para a rodoferroviária, onde embarcaria às 19:00h com destino a Terra boa. Meu amigo Oséas estaria no trevo do Atuba esperando pelo ônibus, mas diferente das outras vezes, percebi que este não parou, apesar dos gestos das pessoas que o esperavam. Imaginei que deveria ser uma linha direta, e que meu amigo já tivesse ido com outro recém passado.
A Serra dos Poncianos é a estreita cadeia montanhosa q se estende por + de 8 km sentido leste-oeste, separando as cidades de S. Fco Xavier e Mte Verde. É um prolongamento da Serra do Selado q inclui a Serra do Baú, já no limite sul da Serra de Sta Bárbara. Ambas correm paralelamente, porém desgarradas do trecho principal da Mantiqueira. Suas escarpas são contínuas em suas duas extremidades, e compostas de maciços + baixos e platôs rochosos q podem ser percorridos por td extensão de sua crista, s/ gde dificuldade. Foi a deixa p/ neste ultimo fds partirmos do Pico da Onça e palmilhar o alto da serra até a Pedra Partida. P/ depois prosseguir tradicionalmente ate o Pico do Selado. Uma trip puxada, porém de fácil navegação cuja recompensa são os altos (e novos) visus q bordejam os limites estaduais de São Paulo e Minas Gerais.
O Rio Sertãozinho nasce em Biritiba-Mirim (Mogi das Cruzes) e desce a serra sinuosamente, formando várias quedas até desaguar no Rio Guacá, maior tributário do Itapanhaú. E foi justamente os arredores deste trecho encachoeirado q fomos explorar neste último sábado de sol. Descendo pela tradicional Trilha do Itapanháu (Mogi-Bertioga) até a bela Cachoeira do Elefante, subimos a serra novamente ora pelo rio, escalaminhando os paredões da cachu, saltando pedras ou mesmo chapinhando pela água, ora varando mato por íngremes encostas forradas de espessa Mata Atlântica. A meio-caminho reencontramos a picada inicial p/ dali retornar por um afluente do Sertãozinho, o Rio das Pedras, num lugar onde o mesmo despenca verticalmente serra abaixo numa impressionante garganta c/ sucessivas cachus. Um circuitão de 700m de desnível q descortina novas paisagens desta deslumbrante e selvagem Serra do Mar mogiana.
2 dias de preparação, 1 dia içando haul bag, 4 noites na parede, 5 dias de escalada, 35 enfiadas de corda, 1.050 metros de escalada, 57 horas escalando, 45 litros de água, 1a vez no cume do El Capitan. Não é comercial do Master Card, mas não tem preço!
Conhecemos o Cerro Arequita, através do periódico Mountain Voices nº108, pelo relato do escalador Pedro Hauck que por lá esteve e deixou-nos a vontade de ir. Já nesta matéria Pedro falava de um lugar de ótimas escaladas, com muitos tetos e diversas possibilidades. Também relatava uma gritante falta de conhecimento técnico em termos de equipagem das rutas.
Desde de quando iniciamos nossa história na montanha, sempre ouvíamos falar do estado do Paraná como referencia do montanhismo brasileiro. Sabemos que em meados de 1880, um grupo liderado pelo farmacêutico Joaquim Olympio Carmeliano de Miranda alcançou o cume principal do conjunto do Marumbi, o Olimpo, dando início ao nascimento da prática ou da filosofia chamada montanhismo no Brasil.
Não deu nem 7 meses de nossa 1ª incursão à Serra do Quiriri q o encanto e beleza de seus místicos campos parecia nos chamar intuitivamente. S/ pestanejar atendemos esta convocação interna realizando outra de suas travessias menos conhecidas (aos paulistas, claro!), a Tartaruga-Garuva. Esta consiste numa pernada puxada de 31km que percorre em 3 dias os altos descampados da Serra do Quiriri. Tem como extremos dois dos maiores picos isolados da região, a Pedra da Tartaruga e o Pico Garuva. No meio, capões de mata, campos e planaltos de mata rasteira de perder a vista, passando pelo Morro da Antena e pela Pedra do Urubu. Uma travessia acima dos mil metros que alterna Mata Atlântica e campinas douradas, subidas íngremes e trechos de suave declividade, numa região isolada, selvagem e inóspita localizada na divisa dos estados de SC e PR.
Desembocamos no laguinho as 14hrs, na cota dos 1275m, e vendo q estávamos adiantados em nosso cronograma e no rumo certo, resolvemos lagartear ali mais um pouco. O local é encantador, pois o lago é cercado de montanhas q lhe conferem um aspecto exclusivista, reservado apenas à andarilhos privilegiados como nós, pois o acesso é totalmente fora de mão aos demais mortais. Algumas mini-cachus nas proximidades marulham na mata baixa ao redor, onde abundam dejetos do q parece ser de capivaras. Sim, capivaras acima dos mil metros de altitude, alem de pegadas de pequenos felinos! Pois bem, naquele local deslumbrante ficamos à toa, apreciando a paisagem ou simplesmente descansando. Banho q é bom, nada, pois a água tava tinido de gelada. Mas isso não intimidou a Milena, q redimiu seu atraso como digna representante do sexo frágil e mergulhou na água de uma vez, pra espanto de uma machaiada boquiaberta.