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1 mês de escalada técnica na Cordilheira Branca – Parte II
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Na Casa de Guias em Huaraz é possível obter informações e fotos recentes de outros escaladores sobre as condições das montanhas. Marquei com o Beto de nos encontrarmos por lá no final da tarde pra decidir onde iríamos na próxima semana. O Alpamayo estava com um bloco de neve solta prestes a cair, bem em cima da Direta Francesa (rota que íamos escalar), muito visível numa foto de algumas semanas antes (parecia aqueles montinhos de chantilly em bolo), além de estar com muita neve na parede.

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O Braço Feio do Azeite
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– E aí, alguém já subiu esse na Serra do Azeite?
Com esta pergunta acompanhada de foto publicadas no facebook começou de modo totalmente despretensioso a mais rápida decisão para escalar a montanha mais desconhecida que tenho notícia.

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Um mês de escalada técnica na cordilheira Branca – Parte I
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Pela primeira vez não sei muito bem por onde começar este relato. Muita coisa que aconteceu e pra contar. Então vou rebobinar ao começo de 2013, quando estava no Equador, e o Nacho ficou me buzinando que ao invés de ir pra Bolívia, eu deveria conhecer a Cordilheira Branca no Peru, e experimentar algumas escaladas técnicas nas melhores montanhas dos Andes, segundo ele. Buzinou tanto que acabou me convencendo. Conversando com ele por e-mail acabei fechando em 4 montanhas, gradualmente subindo o nível técnico, tudo dentro do que ele achava que eu tinha capacidade de fazer.

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Ataque ao Leão
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O Leão é a maior e mais discreta montanha da Serra do Marumbi, apesar de muitos a considerarem uma serra em separado. Oito entre dez montanhistas de fim de semana jamais ouviram falar dela, no entanto é 33 metros mais alta e muito próxima ao próprio Olimpo. Seu nome é uma homenagem a Bento Manuel de Leão, companheiro de primeira hora de Joaquim Olympio “Carmeliano” de Miranda na histórica escalada de 21 de agosto de 1879 quando inauguraram o montanhismo brasileiro ao alcançar o que por muito tempo foi considerado o ponto culminante de nossas serras.

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Salto livre no Marumbi – BASE-jump inédito e histórico
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Depois de uma semana inteira de dias claros e ensolarados, com o mais puro ar nas montanhas limpas, o domingo amanheceu ensolarado, mas um tênue véu de bruma seca empalidecia os altos paredões. Aquele ultravioleta que atormenta os fotógrafos da natureza. Montanhistas de diversas modalidades espalhavam-se por trilhas e paredes de granito do Parque Estadual do Marumbi.

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Santuário Nacional de Huayllay, Peru
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Assim que cheguei de Villa Alota (Uyuni/Bolívia), prometi à patroa que nossa próxima trip seria em um lugar mais quente, bem longe do frio e seco altiplano boliviano. Jurei também que assim que chegasse de Arenales (Mendoza/Argentina) iria pensar em algo como psicobloc na meca da modalidade em Mallorca, pegaria umas betas com Felipe Dallorto e curtiríamos um pouco de sol. Mas, por força do destino, Marcos Claver, amigo escalador de Belo Horizonte postou uma foto psicodélica em seu facebook e perguntou se eu já conhecia o lugar. Foi em uma breve pesquisa no google que encontrei as poucas informações do lugar e mostrei à comandante do lar. Em poucas horas tínhamos a gama de informações que precisávamos para chegar no “Bosque de Pedras”.

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Morro do Sacy
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O Jamil Cachorrão não se destacava pela sutileza, era turrão e determinado prá além da conta e raramente se contentava com objetivos fáceis. Foi assim com a Crista do Ferraria que já havíamos enfrentado anos antes, mas entre subir no peito e abrir uma picada existe grande diferença. Por detrás de uma couraça protetora existia uma alma frágil na sua incessante busca por calor humano, tinha prazer em dividir suas emoções com quantos se interessassem nelas. Abrir uma picada naquela quiçaça do inferno e equipar com cordas fixas os lugares mais expostos demonstra claramente um desejo consciente de compartilhar dos caminhos com todos, independente de nível técnico. Bastava vontade e entusiasmo para enfrentar o perrengue que ganhava o direito de participar da brincadeira e desfrutar de vistas inusitadas.

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Travessia da Farinha Seca
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Confesso: até pouco tempo atrás eu tinha muito receio de fazer trilha na Serra do Mar paranaense. Primeiro porque eu sei que são trilhas que me colocam (bem) fora da minha zona de conforto (vegetação densa, trilha fechada, sobe e desce por rios, escalaminhada em árvores e afins, lama, planta enroscando em tudo, etc). Segundo, porque o Soto adora aquele lugar, e isso é sinal de que é ainda mais perrengue. Fato é que eu ainda não tinha feito nenhum treino de cargueira esse ano, e estava a fim de fazer algo realmente desafiador em todos os sentidos. Quando comentei do feriado com o Jorge, já imaginava que ele fosse pra esses lados, mas preferi não perguntar qual exatamente seria a trilha. O que ele disse é que era perto de Curitiba, e com o pessoal do Alta Montanha. Ou seja, perrengue!

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A neve brasileira – Entre sessões de quimioterapia – parte 2
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Um detalhe que deixei passar na primeira parte do relato foi algo no mínimo engraçado. Comprei todo tipo de suprimentos para esta viagem e acabei constituindo uma verdadeira UTI móvel no meu kit de primeiros socorros que, antigamente, se resumia a 2 cartelinhas de dorflex. Agora, é possível fazer um curativo de grande porte com tudo que eu levo e, além disso, manter uma assepsia relativamente confiável. Até um oxímetro carrego comigo que serve para verificar frequência cardíaca e saturação de oxigênio. Pois bem, comprei máscaras novas para usar dentro da barraca, e acabei esquecendo em casa. Problema…Quando chegamos na rodoviária antes de ir fui a farmácia comprar novas, daquelas fininhas que duram um dia de uso só. Adivinhem o nome da marca? “Neve”. Ainda tinha no logotipo um pico desenhado. Ah!

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