Covid-19 ameaça expedições do Dhaulagiri

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A crescente onda de contaminações por Covid-19 no Nepal tem gerado uma preocupação a mais para os montanhistas que estão tentando escalar algumas das montanhas mais altas do mundo. Entre eles, as equipes que estão no Acampamento Base do Dhaulagiri, a sétima maior montanha do mundo com 8167 metros.

O brasiliero Moeses Fiamoncini em um dos acampamentos altos do Dhaulagiri.

A previsão de uma janela de tempo bom para essa semana poderia ser motivo de festa para os montanhistas, todavia a tentativa de cume marcada para hoje, 10/05, foi cancelada devido ao aumento de casos de coronavírus na base da montanha.

Três membros da equipe de Carlos Soria responsáveis pela logística, Nima Sherpa, Tenjing Sherpa e Danu Sherp testaram positivo para doença. Assim a expedição do renomado montanhista corre risco de ao ter sucesso nessa temporada. Outros montanhistas, entre eles Wlademar Kowalewski, Stefi Troguet, Dominic Trastoy e o brasileiro, Moeses Finamoncini,  chegaram até campo 3. Todavia, eles decidiram retornar até a base. Posteriormente Stefi testou positivo, mesmo estando assintomática. O grupo continua no acampamento base e todos passam bem. Já a montanhista esta esperando para ser transferida para Kathmandu onde ficará em quarentena.

Carlos Soria, de 82 anos está vacinado contra a covid e permanece no Acampamento Base tentando ajudar a combater a disseminação do vírus. Soria revelou estar assustado com a situação em uma entrevista para a revista Desnível. “Gostamos de fazer as coisas bem e, agora, o principal é controlar o Covid. Porque ainda por cima o tempo está ruim; Não parou de nevar em nenhum dia e me parece que a montanha é intocável, principalmente do C2 para cima, onde não há corda. Talvez seja muito cauteloso, mas é por isso que faço caminhadas há 67 anos, fiz 48 expedições ao Himalaia, África, Alasca e todo o resto e ainda estou vivo, inteiro e com vontade de continuar a subir às montanhas. Talvez seja por isso”, revelou o montanhista veterano.

Carlos Soria no Acampamento Base do Dhaulagiri.

Gelo, frio e risco de avalanches

Carla Péres e Topo Mena também alcançaram o Campo 3 e decidiram continuar. Eles progrediram enfrentando seções difíceis e expostas com a presença de gelo duro e placas de gelo que podem facilmente se descolar e virar uma avalanche.

Os dois chegaram até aproximadamente 7.700m, mas decidiram voltar devido as condições perigosas demais.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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