Grupo se une para recuperar Casa Ipiranga, no coração da Serra do Mar Paranaense

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Um grupo de amantes da história, da arquitetura e do montanhismo se uniu para promover um projeto de recuperação da Casa Ipiranga, uma construção histórica próximo ao Caminho do Itupava, no coração da Serra do Mar Paranaense. Eles buscam parcerias e apoio para viabilizar a restauração da Casa Ipiranga, Usina e Roda d’água, bem como a Vila Turmeiros Ferroviários. Locais que foram totalmente depredados por vândalos e pela ação do tempo.

Características originais da casa.

A Casa Ipiranga faz parte da história da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá, no litoral do estado. Cercada pela mata atlântica e a apenas 50 metros do Caminho do Itupava, ela foi construída quatro anos após a ferrovia. A casa serviu como residência da família do Engenheiro Bruno Rudolf Lange e hospedou visitas ilustres da época como o Chefe Geral das obras, João Teixeira Soares, e o pintor, Alfredo Andersen.

Construída em alvenaria e estilo colonial inglês, a casa era considerada de alto padrão para época, e contava inclusive com uma roda d’água e uma usina hidrelétrica para gerar energia para seus moradores e visitantes. Também havia uma piscina, sala de jogos e confraternização, lareira e banheiros internos.

Em 1996, a casa deixou de pertencer a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) e começou a ser depredada. Após um arrombamento e um incêndio ocorrido nesse ano, ela foi abandonada e atualmente esta em ruínas. Já houve algumas tentativas de restauração, porém inviabilizadas pelo difícil acesso e outros entraves burocráticos. Todavia, o Grupo SOS Casa Ipiranga esta procurando a melhor forma de recuperar esse patrimônio da Serra do Mar.

Atual ruínas da construção centenária.

SOS Casa Ipiranga

O grupo é formado por mais de 100 pessoas, amantes da natureza, da história e da arquitetura e possui o apoio de uma equipe multidisciplinar com arquitetos, administradores, um historiador, etc. Eles também estão buscando o apoio de órgãos públicos competentes para aprovação do projeto. A ideia é restaurar a casa, preservando todas as suas características originais para manter a história do local viva.

A prefeitura de Quatro Barras, município onde se encontra a casa, também esta apoiando o projeto e solicitou que a construção seja inserida no Livro do Tombo, tornando ela um patrimônio histórico. Após a reforma, a casa, bem como as construções vizinhas, serão destinadas a abrigar um acervo histórico com a reprodução das características e decoração original. Além disso, a casa também poderá servir de apoio aos frequentadores e turistas do Caminho do Itupava, que deverá ser feito pela rota original sem o uso dos trilhos.

A casa faz parte da história da ferrovia e virou ponto de referência para os montanhistas.

Todavia, a utilização dos espaços também será destinada a instituições que protegem a Serra do Mar como a Federação Paranaense de Montanhismo (FEPAM), o Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo), a Prefeitura Municipal de Quatro Barras, o Batalhão de Polícia Ambiental do Paraná (Força Verde) e o Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do Corpo de Bombeiros do Paraná.

Para viabilizar o projeto e a obra, o grupo esta buscando o apoio dos órgãos públicos competentes, da iniciativa privada e da sociedade em geral. Eles também irão lançar uma camiseta temática desenhada especialmente para o projeto, cuja parte do dinheiro das vendas será convertido para o projeto.

Desenho criado para estampar as camisetas do projeto.

 

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

22 Comentários

  1. Carlos trioschi em

    E uma tristeza ver isso um povo q n tem historia ,como pode ter futuro , pois trata seu passado como apenas um numero , bom dia , se eu puder ajudar em alguma coisa to por aqui

    • Sandra Neves Zspack em

      Fiquei emocionada ao ver a reportagem que a Michelly fez da Casa do Ipiranga, e muito mais ao saber que ela será restaurada.
      No dia 6 de setembro deste ano, despois se 19 anos, voltei a fazer a trilha do Itupava, junto com alguns familiares. E nós passamos pela casa e até comentamos sobre ela ser restaurada. Apoio muito está iniciativa.

  2. Iniciativa brilhante,ameiiii! Tem como saber como era por dentro ,muito curiosa,não vejo a hora de ficar pronta. Que espetáculo ! Vai ficar maravilhosa! Abraços!

    • Eu estou lendo seu comentário de dentro da casa, lamentável…está chovendo, vou continuar caminhando até a roda da água… eu já tirei 5 sacolas de lixo daqui… são ruínas muito tristes.. o visual ficou sinistro com pixacoes e depredações… se ao menos tivesse sido a natureza que tomou conta, eu acampava por aqui mesmo.. mas vou fugir. É triste.. precisamos salvar esse lugar.

  3. Guiné Gilberto Romero em

    Parabéns pela bela iniciativa do grupo. Entalhei esta casa já faz alguns anos por admirar a arquitetura muito linda. Entalhei a casa com uma maria fumaça na frente.Enfeite da minha casa.
    Vou acompanhar a restauração. Fiquei muito contente de ver esse lindo trabalho.

  4. Guiné Gilberto Romero em

    Parabéns pela bela iniciativa do grupo. Entalhei esta casa já faz alguns anos por admirar a arquitetura muito linda. Entalhei a casa com uma maria fumaça na frente. Vou acompanhar a restauração.

  5. Zeila Maria Balabuch em

    Todos ficamos muito triste ao ver estas ruínas, podemos fazer campanhas para doações acredito que há um meio legal para estas doações
    e podermos restaurar estas relíquias históricas do povo do Paraná. Tenho certeza que é o sonho da maioria dos Paranaenses, pois temos muita vergonha dos turistas e dos nossos filhos, netos, que passam por estes caminhos pelo abandono e falta de zelo e amor pela nossa história. Daqui a algum tempo nem as ruínas existirão se não fazermos nada.

  6. Parabéns pela iniciativa!
    Por muitas vezes estivemos neste local. Muito triste ver a progressiva destruição desta casa, que faz parte da nossa história.
    Gostaríamos muito de adquirir as camisetas… visando também divulgar o projeto de restauração.

  7. Fiz o caminho do Itaipava quando era jovem, eu meu irmão e dois amigos. A casa já estava sendo depredada. Tudo começou com a privatização da ferrovia. Quem ganhou a licitação deveria cuidar.

    • Ótima iniciativa!
      Quero fazer parte dessa equipeeeeee! Assistindo o Plug fiquei muito interessado com essa nobre ação para manter viva e conservada nossa história.

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