Italianos escalam as 6 montanhas mais famosas dos Alpes em 18 dias com transições em Bike e Parapente

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Imagina uma aventura percorrendo mais de mil quilômetros, acumulando cerca de 30 mil metros de desnível nos Alpes e ainda passando por três países em apenas 18 dias? Assim aconteceu com os montanhistas e praticantes de voo livre Simon Gietl e Roger Schaeli.

Os dois montanhistas Simon Gietl e Roger Schaeli.

Os dois concluíram, ontem (27/09), o Projeto North6 que nada mais é que o desafio de escalar as seis faces nortes mais famosas dos Alpes: Cima Grande di Lavaredo (2.999m),  Piz Badile (3.308 m), o Eiger (3.967 m), o Matterhorn (4.478 m), o Petit Dru (3.733 m) e os Grandes Jorasses  (4.208 m), todas elas com grande dificuldade téncica. Todavia para o desafio ser completo, nenhum dos dois poderia utilizar veículos motorizados. Tudo deveria ser feito caminhando, escalando, pedalando e voando.

Os montanhistas contaram com uma grande equipe de apoio que acompanhou os dois durante todo o trajeto, mas isso não diminui o tamanho do desafio. No total, foram catorze dias de atividade, outro de descanso e três de mau tempo. Nesse período os dois percorreram 1.011 quilômetros de bicicleta, subiram 30.770 metros e desceram outros 29.470 metros de desnível, parte deles em voos de parapente.

O deslocamento entre as montanhas foi feito com bicicletas speed.

Gietl e Schaeli começaram pelo Cima Grande di Lavaredo nas Dolomitas, na Itália. Depois da escalada, eles pedalaram até a Suíça para escalar o Piz Badile dois dias após a primeira subida. Eles saltaram da segunda montanha com seus parapentes até Bondo. De onde seguiram para o Eiger percorrendo mais de 350 quilômetros de bicicleta em dois dias de atividade.

Os dois puderam aproveitar a descida e ganhar tempo decolando de algumas montanhas.

Ao chegar ao cume da terceira montanha, o famoso Eiger, os dois vestiram seus equipamentos de parapente novamente e voaram até outro ícone dos Alpes, o Matterhorn. Logo após chegarem a Zermatt , base do Matterhon, o tempo piorou e uma nevasca forçou os dois a esperarem melhores condições climáticas.

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A aventura rendeu imagens incríveis.

Às 18 horas do dia 21 de setembro eles concluíram a escalada do Matterhorn. Mas ainda faltavam duas montanhas, uma fronteira e centenas de quilômetros para terminar projeto. Assim, os dois seguiram rumo a Chamonix, na França. Foram mais 140 quilômetros de bike e 4.460 metros de desnível para chegar a base do Petit Dru.

Dois dias depois da escalada no Matterhorn lá estavam os dois pendurados nas íngremes paredes do Petit Dru com um fôlego de causar inveja. Foram mais de 17 horas de atividade em meio a neve e neblina para vencer essa montanha.

Escalando no Petit Dru com muita neve acumulada nas paredes dos Alpes.

Alguns dias de mau tempo deixou a espera pela última montanha ainda mais emocionante. Todavia os dois foram recompensados por um clima excelente durante os Grandes Jorasses finalizando o projeto em alto estilo.

O tempo bom possibilitou alguns voos épicos.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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