Mais uma montanhista falece após sofrer mal súbito no Aconcágua

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Uma montanhista de 49 anos passou mal enquanto descia do cume do Aconcágua. Ela sofreu uma parada cardíaca próximo a Piedras Brancas a cerca de 6060 metros de altitude, em 29/01. Essa foi a quarta morte registrada nessa montanha nessa temporada.

O corpo da montanhista sendo baixado para Plaza de Mulas. Foto: Pedro Hauck

A mulher foi identificada como Skeete Kshamata de origem norte-americana. De acordo com informações, ela sofreu um mal súbito e não conseguiu continuar a descida nem responder aos chamados do guia. Então ele realizou as manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP) por cerca de 30 minutos. No entanto, não obteve sucesso. O médico do Parque verificou a falta de sinais vitais e declarou a morte da montanhista no local. Seu corpo está sendo baixado pela equipe de resgate do parque.

Esta é a quarta morte dessa temporada no Aconcágua, todas ocasionadas após os montanhistas sofrerem um mal súbito. Em 25/01, uma romena morreu no cume após sofrer um infarto. No dia 03/01, um russo foi encontrado morto dentro da sua barraca em Plaza de Mulas e um norte-americano faleceu após passar mal a cerca de 6700 metros de altitude em 31/12.

Segundo o montanhista e guia Pedro Hauck, que presenciou o resgate do corpo da estadunidense, há muitas pessoas indo sem o devido preparo físico para as expedições. E quando se deparam com as adversidades da montanha acabam entrando em estado de exaustão ou sofrem uma descompensação grave de saúde.

Temporada com poucos cumes

Menos de 100 montanhista chegaram até o cume esse ano. Além das mortes, essa temporada tem registrados muitos dias com tempo ruim. “São dias de condições extremas, com temperaturas de até 30 graus abaixo de zero e ventos que chegam a 100 quilômetros por hora”, explicou Sebastián Melchor, chefe do Parque Provincial Aconcágua, em Mendoza.

Skeete Kshamata era doutorada em Medicina e especialista em ortopedia da mão e medicina desportiva.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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