Mulher morre em Rope Jump após ser empurrada para o salto

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A jovem Jussara Vitória Alves de Oliveira, de 24 anos, moradora de Santa Catarina, faleceu após colidir com uma pedra durante um salto de rope jump em Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba, em 03/11. A mulher participava de uma excursão de Joinville e, infelizmente, faleceu no local.

A joven de Joinville viajou até a região metropolitana de Curitiba para se aventurar. Foto: Redes Sociais / Arquivo pessoal.

De acordo com testemunhas, ela estava presa a uma “linha da vida”, uma corda usada para dar segurança na plataforma enquanto se preparava para saltar. No momento do salto, era necessário desclipar essa corda para liberá-la e permitir que ela entrasse no pêndulo. No entanto, o instrutor esqueceu de retirar essa segurança, o que fez com que a corda da linha de vida se enrolasse no sistema, puxando a vítima e fazendo com que ela colidisse com as pedras. A Polícia Civil investigará se houve negligência ou falha humana.

Plataforma onde ocorreu o acidente e a Linha de Vida. Foto: Arquivo Pessoal

Ainda segundo as testemunhas, ela ficou com medo de pular na primeira tentativa e voltou para a plataforma. Na segunda tentativa, os presentes realizaram uma contagem regressiva para incentivá-la, e o instrutor a empurrou para que ela não desistisse.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, ao chegar ao local, a jovem já estava sem vida em uma área seca à beira da lagoa que dá nome ao parque. Os responsáveis pela atividade estavam no local junto com ela.

O Parque Lagoa Azul é formado por uma Pedreira desativada. Foto: Arquivo Pessoal

O acidente ocorreu no Parque Ecológico Lagoa Azul, onde, em 2023, um homem de 20 anos se feriu ao cair na água enquanto realizava um pêndulo. Segundo a Prefeitura de Campo Magro, o Parque Ecológico Lagoa Azul estava interditado e não possui licença de funcionamento.

A empresa Ojheik Rolês lamentou o acidente e afirmou prestar apoio à família da vítima. Segundo a nota emitida, a empresa se coloca à disposição das autoridades para esclarecimentos. No entanto, o responsável pela empresa e dois funcionários permaneceram em silêncio durante o depoimento na delegacia.

Rope Jump

O rope jump é um esporte de aventura que consiste em pular de grandes alturas, como penhascos, prédios ou pontes, utilizando uma corda dinâmica (com alguma elasticidade) presa ao corpo.

O rope jump teve origem na Rússia no início dos anos 2000. A prática foi desenvolvida por alpinistas e praticantes de esportes radicais que buscavam uma forma alternativa de experimentar quedas controladas e saltos de grandes alturas.

Essa modalidade lembra o bungee jump, mas se diferencia em alguns aspectos. Enquanto no bungee jump a corda é elástica e estica ao máximo para amortecer a queda, no rope jump usa-se uma corda de escalada, formando um pêndulo que amortece o impacto.

Salto de Bungee Jump. Foto: Carlos Ruiz

O que fazer para ter uma aventura segura?

A prática é segura quando realizada com equipamentos apropriados e sob supervisão de profissionais. Para ter uma aventura segura é importante seguir algumas recomendações:

1. Escolha uma empresa ou instrutor qualificado

  • Verifique a experiência e certificações da equipe responsável pela atividade. Empresas e instrutores qualificados costumam ter certificações em esportes radicais e primeiros socorros.
  • Outra dica bastante útil é ler as avaliações de outros clientes e verificar se a empresa possui um histórico positivo e sem incidentes.

2. Verifique as condições e licenças do local

  • A atividade deve ser realizada em locais licenciados e adequados para o rope jump. Certifique-se de que o local possui autorização para realizar a prática.
  • Prefira locais onde o salto não resulte em proximidade com rochas ou outras superfícies perigosas.

3. Use equipamentos de segurança de qualidade

  • Equipamentos como cordas dinâmicas de escalada, cadeirinha com peitoral, mosquetões e sistemas de ancoragem devem ser de alta qualidade e próprios para esse tipo de atividade.
  • Verifique se os equipamentos estão em bom estado e se são revisados com frequência. Em caso de dúvida, não hesite em pedir para ver o equipamento de perto ou trocar de equipamento.

4. Siga as instruções de segurança do instrutor

  • Ouça atentamente todas as orientações dadas pelo instrutor e pergunte sobre o funcionamento de cada item de segurança.
  • Durante o salto, preste atenção ao momento de “desclipar” (desprender) a linha da vida (a corda que prende o praticante à plataforma). Essa etapa é crucial para a segurança do salto.

5. Faça uma checagem dupla dos equipamentos

  • Antes do salto, confirme se o instrutor realizou uma verificação final no sistema de cordas, mosquetões e cadeirinha. Muitos acidentes ocorrem por falhas humanas na preparação, e uma revisão extra pode prevenir isso.

6. Comunique-se sobre o processo do salto

  • Confirme com a equipe o momento exato em que deve saltar e entenda todas as fases do processo. Alguns acidentes acontecem por confusão no momento do pulo ou na contagem regressiva.

7. Esteja fisicamente e psicologicamente preparado

  • Tenha certeza de que se sente confortável e preparado para a atividade. Se estiver com medo ou inseguro, converse com o instrutor antes de decidir pular.
  • Evite consumir álcool ou qualquer substância que possa prejudicar seu julgamento ou reflexos antes do salto.

8. Jamais faça isso em casa

  • Como visto acima é necessário uma série de equipamentos e protocolos para realizar essa atividade. Não faça isso com amadores ou instrutores se certificação e experiência.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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