Nepal pretende limitar número de escaladores no Everest, aumentar o valor da permissão e usar drones na luta contra o lixo na montanha

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Não é de hoje que a questão da superlotação do Everest chama atenção em debates na comunidade de montanhismo mundial. As grandes quantidades de montanhistas subindo a maior montanha do mundo causam o desgaste da trilha e a poluição da montanha. Por isso, a Justiça do Nepal determinou que o governo limitasse o número de permissões para escalar a montanha.

Lixo acumulado em acampamentos altos do Everest.

O número de visitantes possíveis ainda não foi definido. “A decisão ordenou um limite no número de alpinistas e também impôs medidas para o manejo de resíduos e a preservação do ambiente das montanhas”, disse o advogado Deepak Bikram Mishra autor da petição.

Em 2023, foram emitidas 478 permissões. No ano anterior foram 325 permissões. Atualmente o governo emite licenças de escalada para todos que pagam os 11 mil dólares da taxa de permissão (o equivalente a 55 mil reais). Até o momento nessa temporada, já foram emitidas 403 permissões para estrangeiros.

Outra medida estudada pelas autoridades para controlar o número de montanhistas é aumentar o valor da permissão. “Propusemos uma nova taxa de royalties de 15 mil dólares por pessoa para um estrangeiro, que será implementada no início de 2025”, disse Yubaraj Khatiwada, porta-voz do Departamento de Turismo ao Kathmandu Post. A última vez que houve um reajuste no valor dessa taxa foi no ano de 2015, quando o valor passou de 10 mil dólares para a taxa atual.

Segundo Khatiwada os seguros, salários e outras facilidades dos carregadores, trabalhadores de alta altitude e guias também serão aumentados junto com a taxa de escalada.

Também para ajudar com a gestão do lixo na montanha, o governo autorizou o uso de drones para remover os resíduos das regiões mais altas para o acampamento base. “É um teste. O sucesso significa que usaremos drones de forma completa para trazer lixo de até 6.500 metros do Campo II, na próxima temporada”, disse Jagat Prasad Bhusal, diretor administrativo do município. No entanto, ainda não foi decidido se os drones poderão carregar equipamentos e suprimentos para os acampamentos altos, pois isso afetaria o os carregadores que sobrevivem do trabalho de transportar esses itens.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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