O que é o Helidoping?

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Essa temporada nos Himalaias esta sendo marcada por com uma particularidade. O uso massivo de helicópteros para facilitar a logística das equipes e até mesmo dar aquela “caroninha” para os montanhista poderem se deslocarem de uma montanha para outra sem tanto desgaste físico. Muitas polêmicas já surgiram em torno desse tema. E um termo foi criado pelo montanhista Stefan Nestler para descrever o uso de helicópteros em excesso, o Helidoping.

Helicóptero pousando no Manaslu – Foto: Karma Sherpa

É bem verdade que os helicópteros ajudam a salvar vidas, removendo montanhistas com problemas de saúde da montanha com agilidade. Assim, aconteceu com os três russos desaparecidos no Annapurna no último mês de abril. Todavia, em contrapartida os escaladores mais conservadores também alegam que os helicópteros tem tornado muito mais fácil a escalada, uma vez que eles ajudam a carregar todos os equipamentos para os acampamentos altos. Dai vem o termo Heli (helicóptero) + Doping.

Nestler cita em seu blog que durante essa temporada uma falha da organização deixou cerca de 70 montanhistas sem cordas fixa ao chegar a cerca de 7.400 metros de altitude. Normalmente as expedições desceriam até o acampamento base, esperariam uma nova janela de tempo bom e subiriam com cordas e equipamentos nas costas. Todavia nesse ano, as operadoras apostaram num jeito novo. Um helicóptero levou cerca de 800 metros de corda e mais equipamentos incluindo cilindros de oxigênio até o Campo 4 a 7.300 metros de altitude.

De acordo com Nestler isso pode ajudar a popularizar a montanha e aumentar o número de pessoas tentando chegar ao cume. No entanto é uma falsa democracia, pois apenas quem pode pagar pelos serviços tem acesso a montanha. Além de aumentar as chances e riscos de acidentes com montanhistas despreparados subindo a montanha.

Área do cume do Annapurna lotada. Foto: Mingma Gyalje Sherpa

As caroninhas

Outro ponto considerado como Helidoping são as caronas de um acampamento base a outro, ou até cidades em regiões mais baixas, onde a recuperação é mais rápida. Essa prática tem se tornado cada vez mais comum, mesmo entre os que não tem nenhuma necessidade de transporte por questões de saúde. Assim, os alpinistas conseguem escalar pelo menos duas montanhas de oito mil metros em uma mesma temporada.

Alpinista sendo evacuado no Annapurna

De acordo com a revista Desnível, nessa temporada também foram registrados serviços de Heli-taxi no Everest, onde alguns membros de expedição estão usando as aeronaves para evitar a cascata de gelo Khumbu e iniciar a subida diretamente no acampamento 2.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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