Os riscos do Trekking e hiking

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Para que a aventura não se transforme em tragédia.

Rafael Wojcik em Las Veguitas – Cerro Plata

Atualmente cada vez mais pessoas tem optado pelo trekking, hiking ou escaladas que são sem dúvida uma das melhores opções na hora de planejar as férias. Entretanto, o que essas pessoas não consideram é que este esporte tem riscos e em certas ocasiões um erro ou um descuido podem resultar em uma fatalidade. As medidas de segurança sempre são poucas.

Esta semana este esporte teve sua última vítima fatal. Hernán Reyes Garín, de 47 anos, foi encontrado morto a 4.700 metros de altitude no glaciar “La Paloma”. Garín junto ao seu companheiro Cristóbal González, que foi resgatado com vida, pretendiam alcançar o cume do cerro “El Altar” de mais de 5 mil metros, mas ficaram presos em uma região de muito difícil acesso por causa dos glaciares e das gretas.

Mariana, com apenas 6 anos, passando facilmente num trecho onde muito marmanjo chora… Foto de Hilton Benke

Várias hipóteses foram levantadas em torno das causas de sua morte, porém os experts parecem concordar no que se deveu a uma “má manobra”. Para Daniel González, acadêmico da UdeC e ex-selecionado nacional de andinismo, existem alguns dados chave para enfrentar a montanha da melhor forma possível e evitar tais consequências, já que cem por cento dos acidentes são provocados por erros humanos, afirma.

O primeiro que se deve fazer antes de partir para uma expedição é prever o clima. Este será o guia para determinar a roupa e os utensílios que se deve levar, pois deve levar em consideração que a uma maior altitude, é menor a temperatura.

Quando existem gretas, se pode avaliar o caminho antes de pisá-lo, com um Piolet, que são as típicas piquetas que usam os andinistas. Agora, se existe muito risco se deve ir encordado e entre duas pessoas resguardar as descidas. Além de que sempre é recomendável realizar as viagens em três ou mais pessoas porque em caso de ocorrer um acidente um deles pode ficar com o acidentado e o outro pode ir pedir ajuda.

Outro ponto importante é a alimentação, já que a altitude inibe o apetite e a sede, mas é recomendável sempre seguir se hidratando e comendo para não perder energias nem forças. Algo que se deve ter presente é sempre viajar com gente conhecida, já que com a altitude a falta de oxigênio pode provocar mudanças de personalidade e temperamento.

Outro expert é Vicente Ruiz Godoy, que defende que para fazer trekking e escaladas mais que qualquer instrução se necessita prudência e planejamento. Antes de tudo, os interessados em subir montanhas devem saber muito bem aonde irão, pois assim saberão a roupa, o clima, o tempo que leva e os utensílios que devem levar. Além de que devem deixar registros, seja através da Federação de Andinismo ou com as pessoas locais.

O mais importante é contar com uma boa mochila, na qual se deve minimizar o peso carregando só o necessário. Sempre se deve levar lanterna, gorro, luvas, óculos de sol com fator UV e bloqueador solar, porque existe um grande perigo de queimaduras provocadas pelo sol. Quando se pretende subir montanhas complexas se deve usar calçados grossos e “crampons” quando a superfície tem gelo ou neve.

Também se deve usar um capacete de segurança e bastões de trekking. Ainda se não contar com um GPS se deve distinguir os pontos estáticos chamados totens, que são montes de pedras que servem de orientação.

Ambos especialistas concordam que o pior erro é fazer coisas as quais não se está capacitado e “nunca acreditar ser mais que a montanha”.. Redação AltaMontanha com informações de ,La Discusión – Chile

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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