É com prazer que me apresento como novo colunista do Altamontanha! Recebi o convite pessoalmente do Pedro e do Hilton quando estive no Paraná da última vez, ocasião essa em que prestigiamos o 37° Jantar de Montanha e ainda fomos caminhar no Ibitiraquire, Serra do Mar paranaense.
Resultados da busca: oito mil (529)
Cansado de ficar deitado e sem dormir, comecei a me levantar cerca de oito da manhã. Escutando o barulho do zíper do meu saco de dormir o Pedro levantou na mesma hora. A noite foi desconfortável tanto pra mim quanto pra ele. Me virava o tempo todo buscando uma posição cômoda pra dormir mas o solo irregular e inclinado não ajudava nada. Isso não me incomoda tanto assim na montanha, pelo menos não por três noites, mais que isso já fica complicado.
Quando acordo de madrugada pra fazer xixi (o relógio aponta, exatamente, 1 e 30), a lua cheia, num céu despejado de nuvens, realça com seu brilho prateado os cerros que circundam o acampamento, destacando-se o lindo monolito rochoso Padre Eterno.
Começo a segunda parte com um vídeo que fiz no dia antes de subir pro cume, ficou uma mensagem no ar! Quando se esta absolutamente sozinho em uma montanha enorme, com fome, sede, você tem que ocupar seu tempo. De vez em quando sai uma pérola dessas ahahahah…
Ao partir para esta montanha, originalmente, a idéia era culminar o San Pedro e o San Pablo em apenas cinco dias (um pra ir, um pra voltar, 3 pra escalar). Mas chegando lé e depois de tanto tempo na estrada o ocorrido fica meio diferente do planejado, normal.
Em primeiro lugar peço perdão pela ausência de noticias por tempo tão longo. Esses últimos meses desde que desci com sucesso do cume do Cho Oyu (8201 metros), a sexta mais alta montanha da Terra, foram muito corridos.
Percorremos o circuito de montanhismo mais austral do planeta, encarando quatro dias de nevascas, chuva, lama e muito frio para revelar extremos da América do Sul.
Quando acordo, já há movimento no camping. E olha que são 5:45. Assim acontece porque, como nós, os tchecos, também, retornam a Skardu a fim de curtirem os lagos Shangrila e Satpara. Aquela azáfama típica de desarmar acampamento toma conta do lugar. Cada porter cumpre sua função: alguns dobram as tendas, uns lavam louça e outros ajeitam toda tralha nos tonéis….enfim, uma excitação agradável de fim de festa, e de uma festa que foi boa.
1.877,33 metros. Esta é a altura precisa e oficial do ponto culminante da região sul do Brasil, o majestoso Pico Paraná. Isso de acordo com as medições feita pela parafernália científica e tecnológica da nossa época. Essa altura muda sempre a cada nova medição, e para menos, lamentavelmente. Nossa esperança é que as novas atualizações acabem mexendo apenas na casa dos centímetros, ou milímetros quem sabe.
O córrego não apresentava nada de atípico, era muito belo e a água fresca e deliciosa. Porém ele nos reservava uma surpresa mais à frente. A descida por ele era cada vez mais inclinada, e mais à frente, para nossa surpresa, um novo rapel de fez necessário. Este com certeza poderia ter sido evitado se procurássemos uma passagem pela margem, mas a pressa falou mais alto, e o sol estava baixo já. Decidimos então pelo que era mais rápido, no caso, o rapel. Íamos agora descer por uma cachoeira seca. Se o rio estivesse no seu volume normal, jamais seria possível descer por ali. A ordem de descida foi mantida, eu primeiro, depois Paulo e por fim o Sexta. Restava pouco tempo de luz para nós neste dia, e dentro da mata, já estava bem escuro.