Prefeitura de Campina Grande do Sul desapropria acesso ao Pico Paraná

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Estrada de servidão dentro da Fazenda Pico Paraná, que dá acesso à montanha mais alta do Sul do Brasil foi desapropriada com o intuito de tornar gratuita a entrada à montanha.

A prefeitura municipal de Campina Grande do Sul – PR, desapropriou o leito da estrada de servidão que dá acesso ao maior conjunto de montanhas do Sul do Brasil. O objetivo, segundo o site da prefeitura, é tornar gratuito o acesso ao Parque Estadual do Pico Paraná, onde fica a montanha com nome homônimo e outros picos que são muito populares no montanhismo brasileiro.
 
O Parque do Pico Paraná foi criado através do reaproveitamento de terras devolutas no ano de 2002, mas nunca recebeu infraestrutura. Circulado por propriedades particulares, ele não tinha acesso público, apenas pela fazenda Pico Paraná que cobrava a quantia de R$ 10.00 por pessoa e acréscimo de mais R$5.00 se o visitante chegasse entre as 18 e as 22 horas.
 
A cobrança, que não é a única em montanhas no estado, era bastante criticada e gerou diversos episódios polêmicos. A Fazenda, por sua vez, oferecia camping, estacionamento e uma casa de apoio ao visitante por este valor.
 
Desapropriação
 
De acordo com o proprietário da fazenda Pico Paraná, Dilson Serigheli, os funcionários da Prefeitura de Campina Grande agiram com truculência e usando um trator destruíram a porteira de sua propriedade e o curral onde ele criava cabras. “Eles botaram pra baixo minha porteira e do dia para a noite minhas cabras ficaram sem lugar para dormir”. O Fazendeiro ainda afirma que não recebeu o dinheiro da desapropriação e a quantia oferecida é menos da metade do que ele precisaria para cercar os novos limites da propriedade.
 
De acordo com a prefeitura, quem irá fazer o controle do acesso ao Pico Paraná será o Instituto Ambiental do Paraná – IAP. Uma nova base será construída para recepcionar os visitantes.
 
Recurso
 
Quem esteve neste final de semana no Pico Paraná ainda teve que pagar para acessar a montanha. O proprietário da fazenda afirma que está entrando com recurso contra a prefeitura. Ele não concorda com o valor da indenização, que de acordo com ele é de R$15 mil. E diz que a prefeitura deveria desapropriar a fazenda inteira pelo valor de mercado e não apenas o leito da estrada que tem apenas 500 metros.
 
Eu escolhi viver do turismo e com isso preservar a natureza. Antigamente aqui era somente pastagem e apenas na minha propriedade é que a mata nativa se recuperou. Diversos vizinhos plantam pinus e tem atividades econômicas que geram impactos ambientais. Eu preservei a natureza e agora vou perder a principal fonte de renda da fazenda”. Desabafou Serigheli. 
 
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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