Serra Fina permanece fechada até 2022

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A famosa Serra Fina permanecerá fechada durante a temporada de montanha de 2021. A região foi devastada por um grande incêndio em 2020 e desde então está a visitação está proibida. Essa determinação foi tomada em conjunto pelos donos de propriedades particulares que dão acesso as montanhas, montanhistas e operadores de turismo em um pacto pela Serra Fina, para dar mais tempo para a natureza se recuperar.

Nesse ano foi realizado um estudo para verificar as condições da trilha e do ambiente. Após essa análise, a Associação de Montanhismo e Proteção da Mantiqueira (AMPM), a Associação de Guias de Passa 4 (AGP4), a Rppn Pedra da Mina junto com a recém criada Associação dos Proprietários da Serra Fina decidiu manter as trilhas fechadas até 2022 para que haja total recuperação. Eles também pretendem criar uma regulamentação de controle e uso público do território.

A proibição da visitação a Serra Fina é respaldada por decretos municipais de Passa Quatro, Itanhandu e Itamonte no estado de Minas Gerais e Queluz em São Paulo. Quem for pego desrespeitando o decreto poderá responder por crime ambiental previsto na Lei 9605/98 que prevê pena de detenção, de seis meses a um ano, e multa.

A Serra Fina faz parte da Serra da Mantiqueira e abriga algumas das mais altas montanhas do Brasil, como o Pico do Capim Amarelo (2491m)Pedra da Mina (2.798m – quarto mais alto do país)Pico dos Três Estados (2.656m) e Cupim de Boi (2.543m).

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

18 Comentários

  1. Eduardo Prestes em

    É a regra… Primeiro os ambientalistas tomam posse de extensas áreas, com base em intimidação (de críticos e proprietários) e lobby junto a políticos. E tomam posse destas áreas sem gastar um centavo ou usando dinheiro público. Assim que assumem a gestão, colocam todo mundo para correr, proíbem todas as atividades e fecham a área para si mesmos e amigos. Por último, arrumam salários pagos pelos contribuintes, criam dezenas de regras e impõe atividades pagas aos visitantes (guias obrigatórios, ingresso, etc).

    • Você tem fontes pra fazer essa acusação? Nomes a citar? Cidades e históricos reais para apresentar?

      Eu realmente queria saber o que esta sua mensagem tem a ver com a Serra Fina, e/ou a Mantiqueira em geral.

    • Realmente não entendo o que uma trilha se recupera, a trilha já é degradada e sempre será não adianta a vegetação da trilha se recuperar pois quando abrir a trilha será pisoteada e novamente virara uma trilha sem vegetação e fora da trilha é impossível andar na serra fina.

    • Pois é, a maioria é tudo corrupto e oportunista mesmo, o que vai esperar?

      País de terceiro mundo colonizado e com povo mal educado é assim mesmo!

    • Perfeito!
      Sou trilheiro há mais de 30 anos e vi isso acontecer em diversos locais. É sutil, sempre em nome de causas “ambientais”. A patota vai tomando conta e afastando o cidadão que de fato ama a natureza, como se ele fosse o problema. E em geral com apoio do poder público.
      Isso pode ser visto muito claramente no Parque Estadual da Serra da Cantareira, em SP. Mas é apenas um exemplo do que está virando uma regra. A nós cabe pagar os impostos e taxas para sustentar quem nos agride.

    • Meu amigo Eduardo, vc falou tudo.. Agora em 2021 mesmo conversei com o dono da Fazenda Serra Fina, que dá acesso à trilha que sai de paiolinho e sobe pra pedra da mina. Ele mesmo me disse que por ele não há motivo para fechar, que foi a intimidação dos fiscais que o fez fechar a porteira.

  2. Como se os montanhistas fossem a causa da destruição pelo incêndio. Se tem uma coisa que o pessoal do montanhismo e trilhas fazem é proteger a natureza.

  3. Eduardo Coelho em

    Difícil, me parece que o interesse não é só na recuperação da natureza! Tem muita gente (politicagem), interessada na bolada de dinheiro que a tal regulamentação pode gerar! Infelizmente quem paga o pato são os amantes ds natureza! Meus sinceros desejos de que eu esteja errado!

  4. Natanael Rocha Motta Carneiro em

    É uma pena as pessoas acharem que querer cuidar é tomar pra si próprio.
    Não devem nem saber a importância daquele lugar. Não sabem oque é ou por que usar um tubo de dejetos. Há falta de um controle. Se pudesse , o ideal seria funcionar uma barreira mental.
    Com certeza tem que ter cobrança, fiscalização.

  5. Concordo do o Eduardo Prestes, quanto aos decretos, eles se encerram em 06/06/21 e ainda não vi nenhum outro decreto prorrogando a interdição, além do fato de que nem todos os cumes da Serra Fina tem titulação de propriedade.

  6. Bom o Eduardo Prestes não leu a matéria ou como todo fascista, racista ou bolsonaristas e no caso dele pardo white nazista não sabe interpretar texto. Pantanal o governo atual expulsou os ambientalistas de lá e hoje não existe mais Pantanal. Serra do Mar existe em São Paulo graças a projetos e leis ambientalistas caso ao contrário já estaria devastada. Pra escrever merda de pensamento fascista e fazer uma mistura pra elevar o ego ressentido e amargurado tem que ter muita falta de vergonha na cara e saber que não será censurado no pensamento fascista.

  7. Boa tarde! Estava com esta viagem marcada para julho 2021, tudo certo saindo de Passa Quatro. Poderia dar mais detalhes do fechamento do ano 2021 todo (as fontes consultadas)? Pois segundo os decretos citados a interdição é de 10 meses contados a partir de agosto 2020 portanto seria, em teoria, aberto novamente em junho 2021.

  8. João Magalhães em

    O decreto é valido por 10 meses desde agosto do ano passado. Logo, essa proibição das associações perderá o respaldo certo?

    • Maximiliano Sousa Lima em

      Se não houver prorrogação do decreto, fica o que diz o INCISO XXXIX – PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE
      “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”

  9. Decisão completamente injusta e unilateral. Com certeza há muito dinheiro envolvido por trás da regulamentação e muitos cabides de emprego pras agências burocráticas sustentarem (eles precisam mostrar serviço pra justificar seus altos salários). Enquanto isso o montanhista que ama e respeita a natureza fica privado de um lugar que deveria ser de todos (com que autoridade o fiscal estatal cerca e fecha uma área natural e preservada, que ninguém é dono??).

    Por fim, deixo aqui minha visão agorista:
    1. Os decretos municipais de Passa Quatro são inconstitucionais (se você tiver recursos pra contratar um advogado, não há o que temer).
    2. Você não precisa levar seus documentos na trilha, não como criar provas contra você
    3. Não existe força policial para aplicar a lei no meio da serra

    Portanto não há motivos para deixar de ir ao local. A grande pena é que a infraestrutura de serviços de suporte fica gravemente prejudicada, as empresas não podem oferecer serviço de guia e os montanhistas ficam desamparados. Tudo isso acaba somente aumentando os riscos aos quais os montanhistas estão sujeitos. Situação muito triste.

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