A Estreita Relação de Um Ser Humano E Seu Lar (II)

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Agora, sim, do alto de meus trinta anos de idade, sendo metade disso na vida aventureira…


Agora, sim, do alto de meus trinta anos de idade, sendo metade disso na vida aventureira me sinto a vontade pra continuar a matéria sobre nossos lares desmontáveis, carregáveis e efêmeros. Sim, efêmeros porque muitas vezes a vida útil de uma barraca não supera a da sua empolgação pelo vida ao ar livre. E se você é aventureiro de coração sempre haverá uma boa desculpa para adquirir aquele modelo de última geração, feito com varetas de super-hiper-flexipower e tecido de mega-extra-ripstop.

No entanto prefiro barracas com histórias para contar. Porque barracas, como um verdadeiro lar de montanhista, adquire o jeitão de seu proprietário. Tento estender ao máximo a relação. Mas se é chegada a hora de abandonar o velho lar tento retirar-me em meus devaneios internéticos e buscas incessantes pelo modelo de maior custoXbenefício (palavra em moda, bah) e fazer a coisa certa, para não me arrepender depois.

Barracas grandes (para duas pessoas já é barraca grande para mim) têm a vantagem de que quando se está sozinho você pode fazer a maior zona e nem se preocupar porque panela nenhuma ficará sob sua cabeça. E se ficar basta arremessá-la para longe, o fundo neste caso. E se estiver acompanhado, principalmente por alguém íntimo do sexo oposto, poderá dispor de um ambiente agradável para se divertir, principalmente nos dias de tempo feio, quando chove. Até mesmo porque o ruído da chuva na lona é capaz de disfarçar ruídos que fatalmente seriam ouvidos por hipotéticos vizinhos de acampamento, visto que o isolamento acústico é praticamente nulo. Tá bom, eu sei que barraca não é motel, uma duchinha faz falta e sei-lá-mais-o-quê, mas… Digamos que a vida ao ar livre convida a uma certa empolgação. Será que vem daí a expressão “armar a barraca”?
Super-Trunfo!!!

Não sei. Só sei que minha barraca é uma companheira fiel e obviamente não a empresto, não a alugo. Até mesmo as últimas companhias eu tenho selecionado bem. Quando é para acampar em grupos maiores prefiro me ajeitar na barraca de alguém. Essa do Pereira, que aparece na foto acima cabem quatro sentados para uma jogatina. É o momento do “social”. Falando nisso, você sabe apreciar esses momentos? Não se feche em zíperes, venha nos fazer uma visita!

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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