34 anos da primeira ascensão do Annapurna no Inverno

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O Annapurna foi o primeiro oito mil a ser conquistado, em 1950, pelos montanhistas Maurice Herzog e Louis Lachenal. Todavia, foram necessários quase quarenta anos a mais e muita evolução nos equipamentos e no esporte para que essa montanha pudesse ser escalada durante um inverno.

Dupla Jerzy Kukuczka e Artur Hajzer durante a escalada no Annapurna. 

O dia 3 de fevereiro marca esse feito. Hoje comemoramos a conquista do Annapurna invernal ocorrida em 1987 em uma expedição liderada por Jerzy Kukuczka e Artur Hajzer. Essa conquista se destaca pela rapidez com que os montanhistas chegaram ao cume. Eles levaram apenas 16 dias após chegar ao Acampamento Base até o topo. Isso só foi possível porque eles já estavam aclimatados por terem escalado o Manaslu pouco tempo antes, em outubro de 1986.

Para vencer esse desafio, a principal dificuldade foi o tempo instável e frio, além dos desafios inerentes a montanha. Assim, foi fundamental eles aproveitarem uma janela de tempo bom. Todavia, Kukuczka também era um grande conhecedor das montanhas e muito forte. No ano seguinte ele completou os 14 oito mil metros. Durante o projeto, ele abriu nove vias, quatro variantes e quatro invernais. Hajzer não ficava para trás também, abrindo novas rotas no Manaslu (1986) e Shishapangma (1987)  e com grande experiência.

A primeira expedição com sucesso durante a época mais fria do ano a uma montanha de mais de oito mil ocorreu no Everest em 1980. Em seguida esta o Manaslu em 1984 , Cho Oyu em 1985, Kangchenjunga em 1986 e em quinta colocação o Annapurna. Os últimos oito mil a serem vencidos durante o inverno foram o Nanga Parbat em 2016 e o K2 no início de 2021, tamanha a sua dificuldade.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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