Brasileiros desafiam Big Wall na Venezuela

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Equipe brasileira composta por Waldemar Niclevicz, Sérgio Tartari, José Luiz Hartmann, Edmilson Padilha, Valdesir Machado e Orlei Junior estão na metade superior da parede no Auyantepuy, onde fica a maior cachoeira do mundo, o Salto Angel, na Venezuela. Em mensagem enviada desde a parede, Niclevicz espera que autoridades da Venezuela, entendam a paixão da equipe pelas montanhas e permitam que eles atinjam seus objetivo com segurança e tranquilide


Uma equipe chefiada por Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a escalar o Everest e o K2, está tentando superar o Salto Angel, o “big wall” mais difícil do mundo. A expedição faz parte da comemoração dos dez anos da conquista brasileira da Trango Tower, a maior torre de granito do mundo, realizada em 2001, no Paquistão, também por uma equipe comandada por Niclevicz. “Big wall” é o termo usado no alpinismo para se referir a escaladas de grandes paredes, aquelas com centenas de metros.

O Salto Angel é a mais alta cachoeira do mundo, com 979 metros de altura. Precipita-se do alto do Auyantepuy, ao sul da Venezuela, próximo da fronteira com o Brasil, no Parque Nacional Canaima, considerado Patrimônio Natural da Humanidade.

O Auyantepuy é o maior “tepuy” da Terra, com 700km2, seu ponto culminante está a 2.510m de altitude. A parede de onde se precipita o Salto Angel tem 1.100m de altura, praticamente três vezes a altura do Pão de Açúcar, sendo quase que totalmente em ângulo negativo, já que dos 979 metros do salto, 807 metros são em queda livre.

O Salto Angel é chamado pelos Pemones (indígenas da região) de Kerepacupai Merú (“queda d’água até o lugar mais profundo”), seu nome mais conhecido se deve a Jimmy Angel, aviador norte-americano, que em 1937 realizou uma aterrissagem de emergência no cume do Auyantepuy.

Desde o dia 29 de janeiro, Waldemar Niclevicz e a sua equipe estão enfrentando a rocha molhada e a verticalidade do Salto Angel, tendo alcançado até agora cerca de metade dos 1.100 metros de altura do paredão. A equipe também é formada pelo carioca Sérgio Tartari, pelos paranaenses José Luiz Hartmann, Edmilson Padilha e Valdesir Machado, e pelo gaúcho Orlei Junior.

Para Niclevicz, “a maior dificuldade é proteger a escalada, uma vez que os apoios e reentrâncias na parede são mínimos, tornando a escalada extremamente exposta, ou seja, sujeita a quedas potencialmente perigosas”.

Outra grande dificuldade é viver em um “mundo vertical”, os escaladores passam o dia e dormem literalmente dependurados no vazio, todo o equipamento, comida e água precisam ser rebocados pelas cordas. Serão necessários pelo menos catorze dias de total autonomia para sobreviver nas alturas, com o risco de serem varridos pelas águas da cachoeira em caso de fortes chuvas.

Considerado o paredão mais difícil de ser escalado do mundo, o Salto Angel foi superado até hoje em apenas três oportunidades, por espanhóis, ingleses e franceses, mas nunca por uma equipe genuinamente latino-americana. A equipe francesa, última a enfrentar o desafio, em 2006, chefiada por Arnaud Petit, campeão mundial de escalada, definiu a cachoeira como “o Everest dos big wall”.

A “Expedição Brasil Salto Angel”, com o patrocínio do próprio Waldemar Niclevicz e o apoio das cordas Edelweiss, pode ser acompanhada pelo site www.niclevicz.com.br.

Veja mais:

A escalada do Salto Angel

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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