Olá pessoal
Faz tempo que não escrevo aqui na coluna com um texto mais pessoal que este espaço nos possibilita.
Já estamos no final do ano e quando chega essa época começamos a refletir, afinal, é mais um ciclo que se finaliza. Em 2022 tivemos um ano bastante intenso, um ano de retomada na Soul Outdoor, a empresa de expedições que tenho junto com Maria T. Ulbrich, depois de dois anos ruins com a pandemia de Covid 19.
Comecei o ano guiando uma expedição ao Cerro Plata pela Soul Outdoor. Foi uma temporada dificil, com muita neve e tempestade e não pudemos tentar o cume da montanha. No lugar fizemos montanhas de 4 mil metros. O Adolfo Calle, Cerro Stepanek e a Cadenita, uma serra com 5 cumes de 4 mil metros.
Na sequencia fui ao Chile para guiar o Ojos del Salado. As coisas estavam indo bem, escalamos o Nevado San Francisco e quando estávamos para ir nosso maior objetivo, caiu uma grande nevasca e para não perder a viagem, escalamos outra montanha de 6 mil metros mais baixa, o Nevado Vicuñas. Foi minha terceira vez nesta montanha e a primeira com ele branquinho de neve.
Quando acabou a expedição, eu, a Maria, junto com meus amigos Sebastián Garcia, Ricardo Rui e Luiz Cavalieri escalamos mais 5 montanhas com mais de 6 mil metros próximo a Calama no Chile, o Palpana, Aucanquilcha, Pili, San Pedro e San Pablo. Os dois últimos em um único dia. O mineiro Marcelo Delvaux já havia escalado dois 6 mil num único dia, porém não havia uma mulher brasileira que havia realizado este feito. Agora tem.
De volta para casa, pude tirar do papel meu projeto de revitalização das vias de escalada da Pedra do Santuário em Pedra Bela SP. Além de recuperar várias vias com proteções fixas precárias, ainda conquistei uma nova via, batizada de “Alma de Pedra”, em homenagem ao Alexandre Anderson, que abriu a maior parte das vias por lá.
No meio do ano voltei mais uma vez para a Bolívia, onde guiei os vulcões Acotango e Parinacota, num roteiro que chamo de “Vulcões da Bolívia!”. Os fortes ventos me impediu de escalar o Sajama, então voltei para a região de La Paz e escalei com Victor Thut a rota francesa do Huayna Potosi, uma rota muito bonita. Na sequencia fiz esta montanha mais duas vezes para meu curso de alta montanha pela Sou Outdoor.
Aclimatado, fui ao Peru para realizar um antigo projeto. Escalar a montanha mais alta daquele país. Acabei indo por conta, sem muita ajuda e por isso demorei mais, porem o cume do Huascarán Sul acabou saindo na companhia de amigos mexicanos.
Mal deu para descansar e lá estava eu viajando outra vez. Primeiro para o Kilimanjaro, onde tive uma prazerosa expedição na montanha mais alta da África. Uma turma muito boa, com um tempo maravilhoso, coroado no final com um belo passeio no Ngorongoro. Não dá para ir para o Kilimanjaro sem fazer um safari.
Da África fui direto para o Nepal. Em Kathmandu me encontrei com a escaladora Babi Pereira e com ela realizei o trekking ao acampamento base do Annapurna e mais tarde, com um grupo pequeno, Julivan, Guga Leitão, José Manuel Kantek e Rose Formenti o trekking do acampamento base do Everest. Com os 3 ultimos realizei duas ascensões ao belíssimo Island Peak e no final, como uma cereja do bolo, fui para o Ama Dablam, uma das montanhas mais lindas do mundo. Que ano!
Em 2023 teremos outro ano cheio. Neste ano irei comemorar 25 anos dedicados ao montanhismo! E os podcasts?
Bom, já estava quase esquecendo.
Fui convidado para dois podcasts e lá pude passar um pouco de minhas experiências. Foram bate papos muito legais.
O primeiro foi com Marcelo Lui Beck do Backstage. Deixo o vídeo na íntegra para assistirem.
O segundo Podcast foi o Papo de dono, apresentado por Carol Costa. A Carol trabalha na escola de negócios Potencial Pleno e foi uma conversa muito interessante fazendo uma ponte entre minha carreira na montanha com minha carreira empresarial, afinal sou sócio de duas empresas e tenho muitas histórias para contar sobre os perrengues que é empreender.