Foram necessárias duas trips anteriores ao Vale do Anhangabaú pra traçar a derradeira investida à cobiçada queda d água q atende pelo nome de Cachoeirão, situada na região serrana de Paranapiacaba. Tb conhecida como &ldquo,Cachu dos Perdidos&ldquo, pelo fato do seu enorme véu dágua de 80m se esconder dos olhares leigos nas entranhas da Serra do Mar, este atrativo menos conhecido da ilustre vila inglesa é acessível mediante árdua caminhada de 4hrs por picada pouco nítida e bastante confusa. Bem, não q fossem necessárias tds essas investidas, mas qdo não se sabe nada a respeito ou se depende dos serviços de algum guia local, o acumulo de experiências torna uma simplória empreitada numa saborosa expedição digna de nota.
Sobre o Autor
&ldquo,Nem só de pão vive o homem&ldquo, diz um velho ditado, q igualmente se aplica ao trilheiro. Seja pela curiosidade como falta do q fazer, pela logística fácil e escassez de boas idéias &ldquo,montanheiras&ldquo,. Ou até mesmo tds esses motivos agregados – principalmente qdo a grana ta curta – às vezes tb movem este q vos escreve a programas tradicionais mais batidos e sossegados. Programas como o Pico do Urubu, situado na Serra de Itapety e pto culminante de Mogi das Cruzes, de onde se tem magnífica visão das cidades do Alto-Tietê, Vale do Paraíba, Mantiqueira, São Paulo e da Serra do Mar. Através de caminhada sussa de menos de 2hrs e cerca de 350m de desnível, o Pico do Urubu tanto proporciona um bate-volta ideal pra matar o tempo a tiros de &ldquo,trinta e oitão&ldquo, como pra iniciação de novatos na salutar arte das pernadas.
Não. Não me refiro à pernada q cruza o Ribeirão do Campo, q despeja suas águas na Cachu Tabuleiro e finda na Lapinha, no Espinhaço norte mineiro. Trata-se de outra caminhada bem mais ao sul, em Santa Catarina, q em 2 dias e meio bem puxados sai da pacata São Bonifacio (SC) e percorre td a acidentada crista da Serra do Tabuleiro até findar em Sto Amaro da Imperatriz, 27km à nordeste. Isso td localizado dentro dos limites do Parque Estadual Serra do Tabuleiro, q abriga uma das mais belas e preservadas regiões catarinense, provando assim q o estado tem atrativos trekkeiros q vão alem de suas praias douradas e seu quinhão de encostas da Serra Geral. Pelo menos com bom tempo.
Existem pessoas tão pitorescas q imediatamente são associadas à esta ou àquela região, tornando-as folcloricamente tradicionais e indissolúveis à algum local. É o caso do Zé Pescoçinho na Bocaina, do Dilson no PP, do Caneco Verde em Paranapiacaba, do Jamil em Marsilac, do Chico Bento no Gomeral, Dna Maria na Lapinha, etc. Em Mogi das Cruzes não é diferente já q essa pessoa atende pelo nome de Seu Geraldo, o simpático tiozinho com jeitão de &ldquo,Crocodilo Dundee&ldquo, q não raramente é encontrado no Posto da Balança tomando sua pinguinha, às margens da Mogi-Bertioga. Ex-caçador, ex-palmiteiro, ex-isso, ex-aquilo, o senhor de chapéu e barba puída conhece cada palmo da Serra do Mar mogiana e vale mto a pena dar ouvidos às dicas de locais singulares nos arredores q sugere. Locais como a &ldquo,Represa Andes&ldquo,, um enorme e bucólico lago artificial escondido nas entranhas da serra, acessível mediante trilha relativamente sussa de quase 11km percorridos em 3hrs cheias. Só de ida.
Visível pra quem percorre a BR-376 sentido Joinville tal qual um sentinela rochoso despencando verticalmente sobre os limites estaduais do PR e SC, a Pedra da Divisa tem como acesso tradicional a árdua picada q percorre seus quase mil metros de desnível a partir do próprio asfalto, num quiosque de laticínios. Entretanto, é possível abreviar seu percurso num circuito mais ameno partindo do próprio planalto, palmilhando as suaves colinas douradas dos conhecidos Campos do Quiriri, próximo da fazenda do mesmo nome. Dessa forma, alem de atingir o pto geodésico do pico ganha-se mais tempo pra explorar (e desfrutar) do bucólico local de pernoite, conhecido pelo sugestivo e apropriado nome de &ldquo,Vale Encantado&ldquo,.
Pra um país celebrado por suas paisagens tropicais, maio/julho sempre foi sinônimo de montanha. Próximo de sampa há a extensa Serra da Mantiqueira, q alem de refugio invernal oferece um sem-número de opções de caminhadas de todo tipo. Uma delas é a Mauá/Itamonte, q atravessa em 3 dias moderados parte desta enorme serra, contorna o + antigo pq nacional do pais (Itaitaia) e proporciona visuais belíssimos de montanhas, vales e é agraciada c/ muitas nascentes de água cristalina.
A pernada segue pela estradinha de terra, q desce suavemente pelas encostas montanhosas p/ noroeste. Há muitos pequenos platozinhos ideais p/ pernoite, mas a idéia é ficar do lado do rio, no fundo do vale, cujas águas são audíveis do alto . Algumas pequenas casinhas e fazendinhas são transpostas através de porteiras, onde o Maromba se divertia atazanando as vaquinhas. O sol vai lentamente esparramando seus últimos raios pelas montanhas qdo chegamos ao Rio Aiuruoca, deixando o vale razoavelmente escuro antes mesmo de anoitecer. Antes da rústica ponte, o convidativo gramado de um campinho de futebol sera nosso camping improvisado daquele dia cansativo.
Foi qdo meu gde amigo da OBB, o Bastos, sussurrou uma possível travessia pela Serra de Ouro Branco, no Espinhaço, q surgiu a semente desta caminhada, mas o estopim mesmo foi constatar – após estudar mapas e pesquisar na net – q esta pernada era bem comum durante o &ldquo,Ciclo do Ouro&ldquo,, pois se localiza num trecho q serviu de palco natural às cidades ao redor, durante a Inconfidência Mineira. Coincidência mais q oportuna, tomamos o feriado de Independência pra percorrer este trecho histórico, saindo de Ouro Branco ate atingir Ouro Preto, cortando as montanhas mineiras em 4 dias moderados, quiçá revivendo um dos mais ricos momentos da historia do Brasil. E com muito carrapato.