China endurece regras para escalada ao Everest e mais dois 8 mil

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Novas medidas visa regulamentar a escalada de montanhas com mais de 8 mil metros no Tibet e vai encarecer e dificultar escaladas.

O Everest visto desde o cume do Cho Oyu – Autor: Maximo Kausch

As expedições à face Norte do Everest, Shishapangma e Sho Oyo terão que obedecer novas regras a partir do dia 1 de janeiro de 2019. Estas regras estabelecem mais controle do governo chinês e foram divulgadas em um documento da CTMA (China Tibet Mountaineering Association).

Veto ao Nepal

Uma das medidas que mais impactam nas expedições é a não aceitação de empresas nepalesas que oferecem expedições no Tibet. As empresas nepalesas já tem o know how, equipamentos e mão de obra especializada em expedições e de acordo com o documento elas não poderão atuar do outro lado da fronteira, pelo menos temporariamente.

Muitas empresas nepalesas foram acusadas de serem negligentes e oferecerem expedições com serviços ruins. É fato que algumas empresas do Nepal, que oferecem expedições mais baratas, cometeram erros nas ultimas temporadas. No entanto também é fato que o Nepal também têm empresas sérias e que prestam ótimos serviços.

No documento, outras empresas estrangeiras que pretendam atuar na China serão minuciosamente examinadas. O documento também versa que “serão estabelecidos padrões para todos os organizadores ou operadores de expedições, especialmente quanto ao acesso ao mercado. Será cooperada ativamente expedições com boa reputação, forte capacidade de formação de equipes, apoio logístico e boa qualidade profissional e que respeitem as leis”.

Nitidamente esta normativa se refere à empresa Seven Summit Treks, que é a maior agência do Nepal e que foi multada no último verão por usar permissos falsos para ascensão ao Everest.

Nas novas regras, cada cliente de agência precisa ter um guia pessoal e todas expedições um chefe de equipe.

Aumento de tarifas

Outra mudança se refere a questão econômica. Todas as expedições são obrigadas a fazer um depósito de 5 mil dólares antes de realizarem as escaladas. Este dinheiro será devolvido no final da expedição, caso não ocorram acidentes e nem danos no meio ambiente.

Além disso, cada membro das expedições serão obrigados a pagam uma nova taxa de 1500 dólares  (Everest) e 1000 dólares (para Sho Oyo e Shishapangma). Esta tarifa será usada para a coleta de lixo na montanha. No caso do Everest, este valor se soma aos 9500 dólares de permisso, totalizando 11 mil apenas de taxas e permissões!

Resgate unificado

A boa novidade é que a CTMA está regulamentando a prática de um serviço de resgate unificado que ficará a cargo da empresa local Yarlha Sampo Expedition. Esta empresa terá uma base em cada montanha, que estaria sempre de plantão para agilizar as operações de resgate e evitar fraudes, como ocorreram no ano passado e que inclusive gerou dúvidas se as empresas lesadas voltariam a oferecer serviços nas montanhas do Himalaia.

O documento, no entanto, não diz sobre o custo deste serviço, que será obrigatório.

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

1 comentário

  1. Este é o problema do homem ganancioso. O Everest a anos se tornou uma montanha ‘Forbes’, ao invés da montanha selecionar quem pode subi-la a praga chamada homem passou até a querer controlar a natureza e consequentemente taxá-la.

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