Corpos dos três montanhistas desaparecidos no Artesonraju, incluindo de Edson Vandeira, são encontrados

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As equipes de resgate localizaram os corpos dos três montanhistas que estavam desaparecidos há mais de 20 dias na montanha nevada de Artesonraju, próximo a Huaraz, no Peru. As vítimas são o brasileiro Edson Vandeira Costa e os peruanos Hommer Pretel Alonzo e Jesús Picón Huerta, todos estudantes do Centro de Estudos de Alta Montanha.

Edson Vandeira é apaixonado por montanhas. Foto: Divulgação

A confirmação foi feita pelo presidente da Associação Peruana de Guias de Montanha (AGMP), Beto Pinto. Segundo ele, a localização dos corpos foi possível graças aos esforços de uma equipe de busca contratada pelas famílias dos montanhistas.

Nevado Artesonraju. Foto: Frank R / Wikimedia Commons

 

 

Os trabalhos continuam para a recuperação dos corpos

Diante das condições extremas do local onde os corpos foram encontrados — uma área de geleira, de difícil acesso e alto risco — as equipes de resgate solicitaram apoio ao Ministério da Defesa do Peru e à Polícia de Alta Montanha. O pedido inclui o envio de um helicóptero e de pessoal especializado para realizar a remoção dos corpos da morena até Jatuncocha.

“[Os corpos] ainda estão na geleira. É uma área acidentada e perigosa; é preciso envolver pessoal especializado. Assim que o corpo for retirado, podemos levá-lo da morena. De lá, solicitamos o apoio do helicóptero da polícia para retirá-lo e, posteriormente, um helicóptero de grande porte para transportar os socorristas”, explicou Pinto.

A principal hipótese é que os três montanhistas tenham sido vítimas de uma avalanche que os soterrou durante a tentativa de ascensão ao Artesonraju, uma das montanhas mais técnicas e desafiadoras da Cordilheira Branca.

A Associação Peruana de Guias de Montanha (AGMP) divulgou uma declaração oficial de agradecimento, expressando sua sincera gratidão ao Ministério da Defesa pela confirmação do envio de um helicóptero para apoiar a mobilização da equipe de resgate.

“Este suporte estratégico é essencial para agilizar as operações e garantir uma resposta eficaz no Nevado Artesonraju. Valorizamos profundamente a colaboração interinstitucional e reafirmamos nosso compromisso com o bem-estar de todos”, destacou a entidade.

Além disso, a AGMP informou ao público e à imprensa que, após uma reunião técnica com a Força Aérea Peruana (FAP), permanece em alerta máximo para prestar apoio à Polícia Nacional Peruana (PNP) nas operações de resgate em andamento.

“Reafirmamos nosso compromisso com a segurança na montanha e continuaremos monitorando de perto a situação, prontos para oferecer todo o apoio técnico e humano necessário às autoridades competentes”, declarou a associação.

Quem foi Edson Vandeira?

Edson Vandeira foi um montanhista e fotógrafo brasileiro especializado em aventura, meio ambiente e cultura. Ele se mudou para Huaraz, no Peru, com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos em montanhismo e de ficar mais perto das belas montanhas da região

Edson começou a viajar e praticar montanhismo aos 19 anos, quando também despertou seu interesse pela fotografia de natureza e aventura. Durante a vida ele acumulou ampla experiência em ambientes remotos, guiando expedições no Brasil, nos Andes, no Himalaia e participando de nove temporadas na Antártida, atuando na segurança de cientistas e na logística de campo.

Atualmente, ele estava participando de uma formação para se tornar guia internacional UIAGM-IFMGA pela escola peruana CEAM-AGMP. Seu trabalho fotográfico buscava conscientizar sobre questões ambientais e culturais, usando a imagem como ferramenta de transformação. Em 2021, foi finalista do Wildlife Photographer of the Year (WPY) na categoria fotojornalismo, com um trabalho sobre os incêndios no Pantanal. Em 2022, integrou a série “Andes Extremo” (History Channel) como personagem e cinegrafista. Seu trabalho também é representado pela National Geographic Image Collection.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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