Desabamento deixa 2 desaparecidos no Everest. O número de vítimas fatais pode chegar a 7

0

A cena das longas filas de montanhistas tentando alcançar o ponto mais alto do mundo voltou a fazer parte do noticiário e das redes sociais. A corrida para aproveitar os poucos dias de tempo bom acima de 8 mil metros de altitude fez com que as datas de ataque ao cume de muitas expedições coincidissem. Em 21/05, uma parte da trilha próximo ao Escalão Hillary desabou, levando consigo seis montanhistas. Quatro deles ficaram presos a uma corda e conseguiram se salvar; dois seguem desaparecidos.

“Três ou quatro pessoas ficaram penduradas na corda de segurança, e nossa equipe ajudou a trazê-las de volta à segurança”, disse Nga Tenji Sherpa, da Summit Force Expeditions. O responsável pela empresa contou também que os sobreviventes ficaram pendurados em uma corda a cerca de 10 metros abaixo da rota, em uma encosta exposta. Segundo as informações, essa face do Everest possui cerca de 3.400 metros verticais até uma geleira.

Assim, as equipes da 8K Expedition procuram o nepalês Pastenji Sherpa (23 anos) e o britânico Daniel Paul Paterson (40). No entanto, as chances de encontrá-los vivos são mínimas devido à altitude, à gravidade do acidente e ao tempo decorrido desde que eles caíram. Ainda não está claro o motivo do desabamento, mas acredita-se que a superlotação e dezenas de montanhistas passando sob a mesma superfície sensível tenham contribuído para o acidente.

Outras mortes

Além deles, o montanhista queniano Cheruiyot Kirui (40) foi encontrado já sem vida a poucos metros do cume, em 22 de maio. Ele desejava se tornar o primeiro africano a escalar o Everest sem o uso de Oxigênio Suplementar. Segundo a última comunicação ao acampamento base feita por Nawang Sherpa, que escalava junto com ele, o queniano apresentou um comportamento anormal, recusou-se a descer e a consumir oxigênio. Nawang (44) também está desaparecido acima dos 8 mil metros de altitude.

Já o nepalês Binod Babu Bastakoti (37) faleceu após sofrer complicações do Mal de Altitude a 8300m enquanto descia do cume, em 23 de maio. E Gabriel Tabara (48), da Romênia, foi encontrado morto em sua barraca no Acampamento 3 no Lhotse.

As primeiras mortes

Em 13 de maio, os montanhistas mongóis Prevsuren Lkhagvajav e Usukhjargal Tsedendamba desapareceram após chegarem ao cume e só foram encontrados uma semana depois, também sem vida.

Segundo Alan Arnette, 409 montanhistas chegaram ao cume, sendo 235 Sherpas (61%) e 174 estrangeiros (42%).

Compartilhar

Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

Deixe seu comentário