Maria Tereza Ulbrich faz cume no Himlung 7126m – Nepal

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06/11 – Atualização de cumes!

Chhang Dawa, da agência 7 Summits, acaba de atualizar as informações e afirma que no dia 4 de novembro, 3 alemães e dois sherpas também fizeram cume no Himlung. São eles:

Steffen Morling
Tobias Pantel
Dagobert Lukas
Pemba Sherpa
Pasang Dawa Sherpa

2021, uma temporada difícil!

Com o cume de hoje, a temporada do Himlung está encerrada! Apenas 8 montanhistas ocidentais fizeram cume e 10 sherpas, sendo que um deles fez cume duas vezes. A equipe brasileira foi protagonista nesta temporada. Metade do grupo fez cume, enquanto que expedições inteiras voltaram sem sequer ter tentado.

No dia 25 de outubro os cumes foram:

Fixing Team:
1. Tshering Pemba Sherpa -8K
2. Pemba Rita Sherpa -8K
3. Dawa Wongchu Sherpa / AD-8K
4. Ashok Lama-8K
5. Karma Sherpa from K&K
6. Three Sherpa from Thamserku along with 2 members

Membros da 8k expeditions:
1. Pedro Augusto Hauck Silva – Brazil(Leader of the team)
2. Thiago Lopes Melo – Brazil

Hoje, dia 4 de novembro, foram estes os cumes:

Guias Sherpas:
1. Phurba Sherpa
2. Ashok Lama
3. Pasang Gyalje Sherpa
4.Pemba Tashi Sherpa
5. Pemba Nurbu Sherpa

Membros:

Maria Tereza Ulbrich e mais 3 islandeses.

Maria fez cume sem a ajuda de sherpas. Ela ainda permanece na montanha e deve retornar à pé. Luís Cavalieri, que tentou cume hoje, desistiu ao perceber as baixas temperaturas e conseguiu descer a tempo de retornar com um helicoptero. Ele está bastante cansado, mas contente com sua decisão.

O vento de hoje congelou muita gente. Um indiano foi resgatado e está no hospital. Eu vi as mãos e o rosto dele, estava horrível. Houve mais gente com congelamentos. Foi extremo” – Disse Cavalieri à redação do AltaMontanha.

 

Dia 04 de Novembro – cume!

Maria Tereza Ulbrich fez cume hoje no Himlung! Luis Cavalieri também tentou, mas retornou devido aos fortes ventos. Ainda não temos informações mais completas a respeito.

Junto com ela, mais 3 islandeses e 5 sherpas alcançaram o cume. Com estes cumes, a temporada do Himlung se encerrou com pouquíssimos cumes! Em uma das temporadas mais difíceis da história recente da montanha.

Luis está a caminho de Kathmandu. Ele deve retornar ao Brasil depois de amanhã!

Já Maria Tereza deve ficar no Nepal até Dezembro. Após o sucesso na montanha ela ficará para guiar o trekking ao acampamento base do Everest.

Maria Tereza Ulbrich, ainda pouco conhecida no montanhista, é dona de um Curriculum invejável no montanhismo, tendo escalado 23 montanhas acima de 6 mil metros, além de diversas outros clássicos em apenas 7 anos dedicados ao esporte. Esta foi sua segunda montanha no Nepal, mas a primeira acima dos 7 mil metros.

Maria Tereza Ulbrich no Himlung.

Dia 31 de Outubro – Paciência no acampamento base

Desde o cume de Pedro Hauck e Thiago Melo, ninguém mais atingiu o topo da montanha na temporada. Aliás, aquele foi o único cume até então!

Algumas agências já abandonaram as tentativas, como os suíços da Kobler e a Glaciar Himalaya.

Maria Tereza e Luís Cavalieri aguardam os ventos reduzirem sua força para tentar cume. Amanhã eles permanecerão na base, porém no dia 2 começam a subir para tentar a sorte no dia 4 de novembro.

Dia 30 de Outubro – Parte da equipe chega em Kathmandu

Após 4 dias de trilhas, jipe e estrada, Pedro Hauck, Thiago Melo, Marlus Jungton e Silvio Gastaldi retornam a Kathmandu. Maria Tereza e Luis Cavalieri seguem no acampamento base aguardando uma segunda janela de tempo bom. Até agora tem ventado bastante na parte alta do Himlung, o que impediu que qualquer outra expedição pudesse ir ao cume.

Com o retorno da equipe brasileira, enfim tivemos acesso às fotos de cume:

Himlaia visto da parte alta do Himlung

Cume do Himlung

Pedro Hauck no cume do Himlung

Thiago Mello no cume do Himlung.

Dia 25 de Outubro – Cume no Himlung Himal

Após as condições climáticas melhorarem, a equipe brasileira investiu em mais um ciclo de aclimatação, no qual eles foram até o acampamento 2 a 6070 metros de altitude. Eles retornaram para dormir no acampamento 1 e depois subir novamente até o 2. Essa é uma prática comum de aclimatação usada em montanhas de altitude para que o corpo se acostume com o ar rarefeito.

Monte Himlung

Aproveitando os dias sem neve, o líder da expedição Pedro Hauck e o montanhista Thiago Mello decidiram realizar uma primeira tentativa de cume. Foi uma longa subida até os 7126 metros de altitude, com muito frio e vento nas regiões altas. Todavia eles foram os primeiros montanhistas a chegarem ao topo nessa temporada, junto com os Sherpas.

Antes de descer, a equipe de Sherpas fixou algumas cordas para facilitar a subida da próxima equipe que ocorrerá no dia 01/11. Hauck e Mello se dirigiram para o acampamento base onde encontrarão o restante da equipe e ajudarão a preparar a próxima investida na montanha.

Dia 20 de Outubro – Neve no Acampamento Base

No domingo a equipe brasileira participou de uma cerimônia de de puja. Uma celebração tradicional no Nepal para pedir permissão e proteção aos Deuses antes de escalar uma montanha.

Em seguida eles completaram o primeiro ciclo de aclimatação. A equipe subiu até o acampamento 1  levando equipamentos e voltaram para a base.

Porém o tempo mudou, nevou muito na região. Então eles decidiram esperar no acampamento base até o tempo melhorar. A partir de amanhã eles voltaram para o segundo ciclo de aclimatação. Irão subir até o acampamento 2 e voltar, para depois ir para o último ciclo de aclimatação.

Rota utilizada pela equipe brasileira.

Dia 14 de Outubro – Chegada ao Acampamento Base do Himlung

Após mais alguns quilômetros de caminhada, a equipe chegou ao Acampamento Base do Himlung. Eles já estão bem instalados e disseram que estão comendo bem. Todos estão bem.

Dia 11 de Outubro – Chegada a Vila de Phu

Após uma boa noite de descanso, a equipe de brasileiros no Nepal voltou para estrada em jipes indianos 4×4. No entanto, a viagem foi um pouco mais curta do que o esperado. Alguns deslizamentos de terra ocorridos na última monção (temporada de chuvas intensas) atingiram a estrada e a interromperam.

Parada para esticar as pernas e apreciar a vista.

Cascata no Rio Marsyangdi

Durante essa temporada também houve muitas enchentes que causaram bastante destruição. No entanto a população já começou a reconstruir suas vilas e vidas. A equipe brasileira chegou até a vila de Bagarchap onde descansaram.

No dia seguinte foi preciso calçar as botas de trekking. Foram cerca de 10 quilômetros de caminhada pela antiga trilha do circuito do Annapurna transformada em estrada. Porém, os brasileiros optaram por ir por uma trilha secundária que beira a estrada. A caminhada não foi nada ruim, uma vez que as paisagens são incríveis. Durante o caminho eles passaram por pontes, cachoeiras, florestas e vales.

Trilha ao lado da estrada.

Ponte sobre o Rio Marsyangdi

Depois de passar a noite em Koto, a equipe ganhou “Katas” de presente dos moradores. Esses são os tradicionais lenços tibetanos abençoados para dar boa sorte aos montanhistas durante a jornada. Assim, a equipe seguiu no trekking com destino a vila de Phu.
Para chegar até lá é preciso percorrer o remoto vale do rio Nar. Nesse trecho a paisagem já come a mudar e a equipe pode visualizar algumas montanhas como o Annapurna 2.

Moradora de Koto.

Phu é uma pequena vila isolada que segue as tradições tibetanas. Com casebres simples feitos de pedra e moradores desconfiados e ao mesmo tempo receptivos. Esse é o último ponto de civilização antes do Himlung Himal.

Chegando a vila de Phu.

 

Dia 08 de Outubro – Viagem para Besisahar

Os brasileiros que irão escalar o Himlung Himal acordaram cedo para por o pé na estrada com destino ao Besisahar. A viagem até essa cidade é uma aventura a parte e bastante cansativa. Foram mais de cinco horas para percorrer cerca de 170 quilômetros.

Equipe pronta para viagem.

Antigamente, era nessa cidade que começava o trekking ao Annapurna, todavia as trilhas foram substituídas por uma estrada. “Este ano a estrada está pior do que já era. Vários deslizamentos interromperam o tráfego e só chegaremos a 10 km do vale de Nar, que nasce no Himlung”, contou Hauck.

A viagem seguirá em jipes 4×4 indianos até a vila de Bagarchap, onde eles pernoitaram antes de começar o trekking até o acampamento base do Himlung. Confortável não é a melhor palavra para descrever o próximo trecho, no entanto o visual das montanhas no horizonte deixou todos animados.

O time irá descansar em Besisahar antes de encarar mais alguns quilômetros de sacolejo amanhã.

Dia 04 de Outubro de 2021 – Chegada em Kathmandu

Os montanhistas Pedro Hauck e Maria Ulbrich se encontraram com o demais integrantes do time em Kathmandu.  Assim, a equipe aproveitou os dias na capital nepalesa para terminar os trâmites burocráticos da escalada e também alugar e comprar os equipamentos que estavam faltando.

Com as malas prontas e tudo em ordem eles puderam conhecer um pouquinho da cidade. Kathmandu é metrópole caótica porém cheia de cultura e espiritualidade. Assim, os brasileiros visitaram alguns templos da fé hindu e budista, duas religiões que convivem lado a lado há centenas de anos.

Visita aos templos de Kathmandu.

Eles também puderam presenciar alguns rituais tradicionais como uma cremação ao ar livre no rio  sagrado e  conhecer um pouco mais da cultura desse povo.

Expedição Brasileira ao Himlung 7126m – Nepal

Pela primeira vez um grupo de montanhistas brasileiros se lança ao desafio de escalar o Monte Himlung Himal, pico de 7126 metros de altitude localizado no Nepal.

Equipe de montanhistas brasileiros em Kathmandu.

Escalado pela primeira vez somente no ano de 1992 por uma equipe japonesa, o Himlung é ainda uma montanha desconhecida da maioria das pessoas. Ela fica ao norte do maciço do Annapurna e a oeste do Manaslu, duas famosas montanhas de 8 mil metros neste simpático país asiático.

A região onde o Himlung está localizada é muito próxima ao Tibet e mesmo estando no Nepal, a população que vive nos vales da região é da etnia tibetana. Em virtude da presença chinesa no Tibet, a região do Himlung é onde esta cultura ancestral se encontra melhor preservada.

A expedição se dividirá em duas partes. Na primeira, o grupo sairá de Kathmandu, capital do Nepal, e se dirigirá por terra até a cidade de Besisahar. De lá, através de veículos 4×4, o grupo chegará na vila de Koto, onde se iniciará a aproximação à pé pelo vale do rio Nar. Serão 31 km rio acima e 1600 metros de desnível até Phu, uma das vilas mais típicas da cultura tibetana.

Chegando a Besisahar após muito sacoleijar na estrada.

O acampamento base da montanha está localizado cerca de 8 km para cima de Phu, em um local prazeroso, ao lado de um glaciar, a 4900 metros de altitude numa região composta por prados. Ali começa a escalada.

A expedição brasileira utiliza a logística da 8k, ela é guiada pelo experiente montanhista brasileiro Pedro Hauck. Faz parte do time os seguintes membros:

Permisso emitido pelo governo do Nepal para a escalada do Nepal.

 

É a primeira vez que brasileiros tentam esta montanha e a equipe internacional é guiada pelo experiente montanhista paranaense Pedro Hauck.

  1. Maria Tereza Ulbrich, montanhista de Curitiba, famosa por ter escalado mais de 20 montanhas andinas diferentes acima dos 6 mil metros.
  2. Luís Valério Cavalieri, montanhista de Macaé – RJ que após os 50 anos de idade dedicou-se com afinco no montanhismo e vem de uma sequência grande de ascensões nos Andes. É sua primeira experiência no Himalaia.
  3. Thiago Mello, montanhista de São Paulo. Esteve em diversas montanhas, como Lenin Peak (Quirguistão), Ama Dablam  (Nepal), Sajama e outras.
  4. Silvio Gastaldi, montanhista de Ribeirão Preto, já escalou na Bolívia e na Argentina
  5. Marlus Jungton, montanhista de Curitiba, mas que mora em Minas Gerais, escalou o Aconcágua e pretende no Himlung aumentar seus limites.

Além dos seis integrantes brasileiros há mais nove integrantes estrangeiros de países diferentes, como Islandia, Alemanha e França.

Acompanhe aqui no AltaMontanha o dia a dia da expedição.

 

 

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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