Temporada andina 2023-2024: Como foram os brasileiros

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Chegamos em abril e com o fim do verão a temporada de ascensões às montanhas andinas também chegou ao fim com muitas realizações brasileiras.

O verão é a época mais adequada para ascensões a montanhas argentinas e chilenas, países que são bastante frequentados por brasileiros. Quem há alguns anos tem se destacado em realizar ascensões em montanhas mais remotas e menos conhecidas nesta região é o gaúcho Tiago Korb e nesta temporada não foi diferente. Tiago realizou 18 ascensões a montanhas acima de seis mil metros, 11 delas inéditas, fazendo com que Korb alcançasse a marca de 30 montanhas acima de seis mil metros diferentes no Andes, feito realizado por poucas pessoas no mundo.

Tiago Korb

Trinta cumes de seis mil metros é o que tem o consagrado montanhista paranaense Waldemar Niclevicz, famoso por ter escalado metade das montanhas de 8 mil metros do mundo, ter sido o primeiro não europeu a escalar todos os 4 mil dos Alpes. Em 2024, Niclevicz viu seus feitos andinos serem superados por duas mulheres: Luciana Moro e Maria Tereza Ulbrich. Estas montanhistas do sul do Brasil chegaram juntas a seus cumes de numero 31 no seis milismo andino, quando atingiram cume no Cerro Walther Penck, que é a nona montanha mais alta dos Andes e entre as 10+ é a menos conhecida e a mais remota.

Brasileiros no Walther Penck

Um dos destaques desta temporada foi uma expedição com 10 brasileiros, que junto com outros 2 argentinos, estiveram no remoto Walther Penck. Nona montanha mais alta dos Andes com 6660 metros, o Penck é uma montanha misteriosa e pouco escalada. Situada atrás do Ojos del Salado, o Walther Penck foi primeiramente escalada por brasileiros pelo lendário montanhista paranaense Paulo Cesar de Azevedo Souza, o Máfia do Marumbi.

Veja mais: Walther Penck: O Kaiser dos Andes

Longe dos holofotes, o Penck é entre as 10 montanhas mais altas do Andes a mais remota e de acesso mais dificil. Entretanto, no dia 25 de março de 2024, todos os brasileiros presentes na expedição chegaram ao cume.

Cume do Walther Penck

No mesmo dia que Moro e Ulbrich escalaram o Walther Penck, o catarinense que mora no Acre, Fabiano Conrado, chegou a seu décimo 6 mil andino, marca que atingiu após 3 anos dedicados ao montanhismo de altitude, tendo escalado as seguintes montanhas: Huayna Potosi, Parinacota, vicuñas, San Francisco, Peña Blanca, Ojos del Salado, Acotango, Medusa, Volcán del Viento e enfim Walther Penck.

O Clube dos seis mil, lista que contém pessoas que fizeram mais de 10 montanhas acima de 6 mil metros nos Andes, ainda conta com mais outra mulher. Jéssica Cristina de Moura, mineira de Itanhandu, no meio da Serra da Mantiqueira, chegou não a 10, mas passou a marca e finalizou a temporada com 12 montanhas. Jéssica é guia de montanha e em sua segunda temporada andina escalou todas as montanhas a seguir: San Francisco, Ojos, Peña Blanca, Vicuñas, Solo, Uturuncu, Parinacota, Barrancas Blancas, Ermitaño, Medusa,  Volcán del Viento e Walther Penck. Isso sem falar nos 3 cumes que tem no Cerro Plata que é um quase 6 mil.

Quem ficou na frente das brasileiras e também tem se destacado bastante é o petropolitano Luiz Valério Pedrosa Cavalieri, que agora é o segundo brasileiro com mais montanhas de 6 mil com 33 diferentes. Cavalieri começou a fazer andinismo com 59 anos e em 6 anos chegou a este número impressionante.

Quem também está com quase 30 montanhas é o paulista Ricardo Rui, com 27. Rui fez um feito raro nesta temporada, ele decolou de parapente do Cerro Medusa, a 6100 metros. Desde as decolagens no Illimani e Huascarán de Gil Piekarz, na década de 90 e começou de 2000 que haviam brasileiros que decolavam de tão alto.

Outro montanhista que se destacou foi Luciano Azevedo, que  escalou as seguintes montanhas: Huayna Potosi (pela Rota Francesa), Mercedário, Acotango, Parinacota, Pomerape, Sajama, Illimani, Chachacomani, Aconcágua e Barrancas Blancas.

Brasileiros se destacam no seismilismo

De acordo com o levantamento realizado pelo montanhista escocês John Biggar, dentre os 30 montanhistas mais experientes nas ascensões das montanhas com mais de seis mil metros nos Andes, 8 deles são brasileiros. O montanhista nacional com mais cumes é o paulista que mora em Curitiba Pedro Hauck.  Hauck, de acordo com as contas do escocês, é o segundo no mundo em ascensões a montanhas com mais de 6 mil metros, com 60 cumes em montanhas diferentes. Na conta de Pedro, no entanto, são 62, pois o Tocclaraju no Peru e o Capurata na fronteira entre Bolívia e Chile, de acordo com Biggar, não alcanria os seis mil metros.

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Brasileiros nas montanhas de 6 mil metros nos Andes

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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