Micro-organismos do Everest são indícios de que pode existir supergermes extraterrestres

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Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder descobriram a presença de germes adormecidos em regiões altas do Everest. A pesquisa realizada com amostras de gelo retiradas do colo sul  (7900m) entre a maior montanha do mundo e o Lhotse encontrou micróbios resistentes, que podem permanecer vivos por centenas de anos mesmo em condições adversas. Além da importância para os estudos sobre a montanha, os micro-organismos e o impacto da presença do homem, a descoberta desses individuos em condições tão adversas também  é um indício de que há vida extraterrestre.

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As amostras foram coletadas a 7900 metros de altitude entre o Everest e o Lhotse. Foto: Andreas Gabler

O micro-organismo que foi encontrado em maior quantidade na região do colo sul do Everest foi um fungo do gênero Naganishia. Essa espécie pode suportar níveis extremos de frio e radiação ultravioleta. No entanto, também foram encontrados DNA microbiano associado a humanos como Staphylococcus e Streptococcus, que se desenvolvem principalmente nas mucosas do nariz e boca, ou seja, dependem de calor e humidade para sobreviver. Esses últimos possivelmente chegaram até essa altitude com a carona de montanhistas.

Micro-organismos resistentes a ambientes extremos

Somente os micróbios mais resistentes ao frio, a falta de água e a radiação solar sobrevivem. De acordo com dados levantados pela pesquisa, as temperaturasna região do colo atingem regularmente −33°C com a pressão do ar de um terço da pressão do nível do mar. Além disso a velocidade máxima do vento foi de 66,5 m/s em 2019 e a insolação máxima de 1.500 W/m 2 , valor superior aos valores esperados no topo da atmosfera devido à refletância da neve.

A maioria dos micro-organismos morre em virtude dessas adversidades. No entanto, alguns deles podem ficar adormecidos e os fungos Naganishia podem inclusive crescer se as condições climáticas melhorarem e houver água disponível. Segundo Steve Schmidt, professor de ecologia e biologia evolutiva, os pesquisadores não ficaram surpresos com a presença desses indivíduos em altitude. Ainda segundo ele, os germes do Everest não causam grandes impactos e não conseguem sair daquela região.

Todavia, as condições adversas do Everest podem ser comparadas com a de outros planetas e luas frias. Assim a presença de micro-organismos em uma região tão alta é um indício de que pode haver vida extraterrestre. No entanto, Schmidt alerta que o homem deve ter cuidado durante as explorações, pois a presença de germes humanos deixadas por astronautas podem atrapalhar pesquisas em outros planetas ou em luas geladas.  “Podemos encontrar vida em outros planetas e luas frias”, disse Schmidt. “Teremos que ter cuidado para não os contaminarmos com os nossos.”

A pesquisa completa pode ser lida: Arctic, Antarctic, and Alpine Research.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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