O outro lado do Everest: um cemitério a céu aberto

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O Everest é certamente a montanha mais famosa do mundo, motivo pelo qual milhares de pessoas a tentam escalar todos os anos. Não são todos que conseguem chegar ao cume e também não são todos que voltam para casa.

Hoje, dia 29 de Maio de 2013, completa-se 60 anos da primeira escalada com sucesso no Monte Everest, fato realizado pelo neozelandês Edmund Hillary e o nepalês Tenzing Norgay. Muito tempo antes, em 1924, ocorreu a primeira grande tragédia na montanha que já influenciou para que o montanhismo ficasse conhecido como um esporte mortal: O desaparecimento de Andy Irvine e George Mallory, o corpo deste último, encontrado em 1999.
 
Com a popularização da montanha devido a exploração comercial da mesma, cresceu o numero de acidentes e de pessoas que não retornam para casa. A publicação do livro “No ar Rarefeito” por John Krakauer em 1995 deixou evidente este problema.
 
Hoje em dia é rara uma temporada em que não há um óbito, geralmente as principais vítimas são os Sherpas, que trabalham nas expedições nos serviços mais pesados, porém muitos ocidentais também perdem vidas.
 
A maior causa das mortes se dá por cansaço. Na ânsia de fazer cume e se tornarem famosos, assim como não “perderem” o investimento de cerca de 60 mil dólares, que é o que chega a custar uma expedição à montanha, os montanhistas gastam toda sua energia em chegar ao cume, mas não consegue descer. É normal encontrar corpos de pessoas sentadas em pedras. São pessoas que pararam para descansar e não levantaram mais.
 
Quando os montanhistas falecem em locais muito altos, geralmente acabam ficando por lá. Isso por que é muito arriscado e difícil carregar um corpo em grande altitude. Assim muitas vezes estes corpos são jogados dentro de gretas, para não ficarem expostos e causarem uma má sensação para quem está subindo a montanha.
 
Até este ano, foram registradas 238 mortes na montanha, o que é um numero absoluto alto. No entanto, fazendo uma conta do numero de cumes, que até dezembro de 2012 era de 6.149, esse numero se torna relativamente baixo. 
 
Apesar desta relatividade, o problema dos corpos expostos no Everest existe, fazendo de suas encostas um cemitério a céu aberto de corpos congelados soterrados ou parcialmente soterrados pela neve, transformando a experiência de subir a montanha num ato meio macabro para quem tem a sorte, ou azar, de achar um corpo no caminho.
 
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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