O que é fotografia em cut out?

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Assim que ler o título e o comecinho do texto, você poderá achar que nada tem a ver com o alta montanha e ao que o portal se propõe. Na verdade tem muito. Muitos de nós montanhistas somos fotógrafos não profissionais, mas de coração. A fotografia faz parte de nossa identidade “montanhística”. É nossa ferramenta para dar um “pause” no tempo e no espaço, guardando aquela vista para sempre na memória da caixola e da câmera fotográfica para posterior registro. Dentro do universo da fotografia uma modalidade me chama muita atenção. São os cutouts (ou cut outs). Vou falar um pouquinho sobre isso e deixar um rápido tutorial de como fazê-lo.

Cutout é uma forma de manipular uma imagem com a finalidade de distinguir um ou mais itens na foto como se estivesse entrando ou saindo dessa mesma foto, e uma boa forma de fazer isso é selecionar o seu objeto e transformar todo resto em preto e branco (tons de cinza). Um cutout cria uma “suposição visual” que engana o olho e algumas pessoas realmente pensam que a cor está melhor, e foi melhorada pelo Photoshop, mas nunca foi. Aqui vai uma frase filosófica para se pensar: o que aconteceria ao preto se não houvesse branco? Resposta: Ninguém sequer sabe da existência dele, por pura falta de algo para comparação.


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A razão pela qual escrevo este pequeno texto é simples: Somos montanhistas! Curtimos fotografia por essência. Algumas pessoas gostam muito do efeito e não sabem fazer. A grande maioria de profissionais de fotografia, penso eu, desaprovam o efeito. Posso entender que as pessoas pensam que é um jeito de mudar a foto em algo não natural em fotografia, tornando-se uma versão muito longe do que realmente foi visto naquele momento na natureza. Na verdade minha intenção é, como eu disse, apenas distinguir alguns detalhes na foto que eu acho mais interessante do que os outros, algo que eu goste de olhar e eu gostaria de compartilhar com outras pessoas.


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Quem não se lembra do famoso cut out na cena de “A Lista de Schindler”? A menina andando entre as pessoas sendo mortas no gueto? Ela estava com a cor vermelha em evidência para fazer-nos ver melhor. Esse é o motivo pelo qual eu faço cutouts.


&nbsp,cut out A lista de Schindler


Nunca faço uma cor ficar mais forte. O máximo que faço é transformar o que não importa para mim em tons de cinza, trabalho um pouco do brilho e contraste para essa área e é isso. Vou colocar aqui um rápido tutorial do método que eu uso para todo o processo, e vou mostrar alguns trabalhos já prontos, original e versão cut out, assim as pessoas podem ver que nada foi alterado. Claro, eu não sei muito sobre o Photoshop, eu não gosto de editar minhas fotos para melhorá-las. Eu só sei o que eu preciso saber, é isso e ponto final. Existe uma maneira correta de fazê-lo usando layers e outras coisas no Photoshop, supostamente mais fácil (provavelmente é mesmo hehehe), e é muito fácil de achar online no Google, rápido e em apenas alguns passos. Bem, eu gosto do meu próprio jeito de fazê-lo. Gasto mais tempo e cuidados pessoais com a imagem, mas&nbsp, me sinto muito bem fazendo.

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Anos atrás a lili tinha uma câmera muito boa (Canon A430) que tinha a função de cutout, mas de uma só cor. Foi legal aprender a usar na época e sem Photoshop necessário de modo que a foto poderia sair pronta apenas com a câmera. Não era perfeito, mas o efeito era bom suficiente. Nos divertimos muito com essa ferramenta!


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Enfim, aqui é o meu método humilde. Espero que vocês gostem.


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Primeiro de tudo escolho a foto para trabalhar, ele deve ser uma foto com algum detalhe ou assunto que eu acho que vale a pena. É por isso que eu sempre uso fotos com insetos, flores e rosas, gotas de água… Abra a imagem usando o Photoshop. Depois disso, use a ferramenta de seleção rápida e selecione a foto inteira, tudo. Observe que há uma área piscando na foto inteira que mostra o que foi selecionado, tem que ser total.


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Ver print demonstrativo 1:


&nbsp,http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712468.JPG


Ver print demonstrativo 2:


http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712469.JPG


Ver print demonstrativo 3:


http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712470.JPG


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Depois disso o que vem depois é muito, muito simples: pressione a tecla “alt” (e mantenha pressionada!) para que o resultado da ferramenta de seleção fique em modo reverso. A partir de agora a ferramenta irá desmarcar tudo o que você clicar (lembre-se a tecla Alt deve estar pressionada). Olhando para a foto, clique sobre as partes que você deseja manter coloridas, e tem que ser um processo perfeito.


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Ver print demonstrativo 4:


http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712471.JPG


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Ver print demonstrativo 5:


http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712472.JPG


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Ver print demonstrativo 6:


http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712473.JPG


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A terceira e última etapa é ainda mais simples, depois de desmarcar o que você quer deixar em cores, solte a tecla “Alt”, no menu principal clique em “imagem”, “Ajustes”, “preto e branco”. PRONTO!


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Ver print demonstrativo 7:


http://c0278592.cdn.cloudfiles.rackspacecloud.com/original/712474.JPG


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O trabalho está feito. Se você quiser, você pode melhorar um pouco o brilho / contraste e é isso, salve o arquivo.


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Espero que gostem!


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Abrazos


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Parofes


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Sobre o autor

Parofes, Paulo Roberto Felipe Schmidt (In Memorian) era nascido no Rio, mas morava em São Paulo desde 2007, Historiador por formação. Praticava montanhismo há 8 anos e sua predileção é por montanhas nacionais e montanhas de altitude pouco visitadas, remotas e de difícil acesso. A maior experiência é em montanhas de 5000 metros a 6000 metros nos andes atacameños, norte do Chile, cuja ascensão é realizada por trekking de altitude. Dentre as conquistas pessoais se destaca a primeira escalada brasileira ao vulcão Aucanquilcha de 6.176 metros e a primeira escalada brasileira em solitário do vulcão ativo San Pedro de 6.145 metros, próximo a vila de Ollague. Também se destaca a escalada do vulcão Licancabur de 5.920 metros e vulcão Sairecabur de 6000 metros. Parofes nos deixou no dia 10 de maio de 2014.

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