Os novos Sherpas e suas novas conquistas

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Com uma genética adaptada as grandes altitudes, os Sherpas sempre se mostraram muito fortes e foram os responsáveis indiretamente por grandes conquistas através do trabalho de carregador e guias de montanha. Agora, as novas gerações Sherpas estão mudando a forma de ver a montanha e se tornando exímios esportistas.

Escaladores Sherpas são os primeiros a pisar no cume do Monte Luza no Nepal.

Os descendentes mais novos se mostraram estar pegando gosto pelo montanhismo como esporte e conquistando feitos incríveis. No ano passado, o até então desconhecido nepalês, Nirmal Nim’s Purja se destacou no cenário do montanhismo como o homem a completar o projeto 14 oito mil em menor tempo. Nim’s contou com uma equipe de atletas formada por descendentes da etnia Sherpa para conseguir o feito.

No dia 17 de dezembro desse ano, outro grupo de escaladores Sherpas conquistou o Monte Luza com 5.726 metros na região do Khumbu, no Nepal. Apesar de “baixinho”, perto das demais montanhas existentes no país, o Luza é uma montanha de extrema dificuldade e permanecia virgem até agora. A primeira subida foi realizada por Pemba Sherpa, Urken Sherpa e Lhakpa Gyaljen Sherpa.

“Por meio do projeto Expedição Luza 2020, queríamos enviar uma mensagem clara e positiva ao mundo de que os Sherpas não escalam apenas para viver. Também o fazem por si próprios, por paixão, por hobby e para o seu crescimento pessoal, bem como para melhorar o seu nível de escalada como alpinistas profissionais ” , destacou a equipe.

Monte Luza com as duas rotas investidas pelos Sherpas.

A escalada

Os três Sherpas possuem experiência em montanhismo e também trabalham como guias. Como esse ano não houve expedições comerciais no Nepal, eles decidiram se dedicar a um projeto pessoal. Assim, eles passaram a estudar a montanha para descobrir uma rota possível.

“Passamos uma semana explorando possíveis rotas, revisando nossas capacidades técnicas, compartilhando nossos conhecimentos e habilidades e ajudando uns aos outros a se tornarem as melhores versões um do outro”, descreve Pemba Sherpa.

A primeira tentativa precisou ser abortada quando encontraram um trecho de rocha de má qualidade na rota noroeste. Tentar avançar por esse trecho, além da dificuldade traria riscos a equipe. Assim eles decidiram descer e realizar uma nova tentativa, dessa vez por uma crista sudeste onde conseguiram atingir o cume.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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